CRISTO DESPERTAVA A SEDE DO SABER

O BOM E O EXCELENTE MESTRE

Quem já ouviu falar no escritor Augusto Cury sabe que ele é autor de uma coleção de livros que exalta a inteligência, a sabedoria, a vida e o amor incondicional de Jesus. Separamos um trecho pequeno e muito interessante. Vamos refletir?

Não devemos considerar Cristo um pobre coitado e sofredor. Esse título não o dignifica. Ele não era frágil; possuía uma forma impressionante. Se existiu alguém que detinha uma coragem incomum, foi Cristo. Ele não se calava nem mesmo quando enfrentava sério risco de morte. Teve intrepidez para enfrentar um mundo totalmente contrário ao seu pensamento. Teve ousadia para enfrentar um mundo totalmente contrário ao seu pensamento. Teve ousadia para enfrentar os ambientes públicos mais hostis e determinação para enfrentar seus próprios medos e angústias. Discursou nos territórios dos seus mais ardentes opositores (Mateus 6:2-5; 7:15-23). Antes de ser crucificado correu sério risco de sofrer politraumatismo por apedrejamento.

Cristo também não agia inconsciente e inconsequentemente - tinha consciência do efeito das suas palavras e das metas que queria atingir. Combinava a humildade e a tolerância com a ousadia e a determinação. Apreciava provocar a inteligência das pessoas e mostrar o radicalismo delas.

Cristo era um mestre cativamte. Muitos corriam para ouvi-lo, para aprender com ele. Era diferente da maioria dos demais mestres, mesmo os da atualidade, que transmitem o conhecimento sem prazer e desafio, transmitem-no pronto, acabado e despersonalizado, ou seja, sem comentar as dores, as frustações e as aventuras que os pensadores viveram enquanto o produziram. Tal transmissão não instiga a inteligência dos alunos, não os surpreende, não os torna engenheiros de ideias.

Um bom mestre possui eloquência, mas um excelente mestre possui mais o que isso; possui a capacidade de surpreender seus alunos, instigar-lhes a inteligência. Um bom mestre transmite o conhecimento com dedicação, enqaunto que um excelente mestre estinula a arte de pensar. Um bom mestre procura seus alunos porque quer educá-los, mas um excelente mestre lhes aguça tanto a inteligência que é procurado e apreciado por eles. Um bom mestre é valorizado e lembrado durante o tempo de escola, enquanto que um excelente mestre jamais é esquecido, marcando para sempre a história dos seus alunos.

Cristo instigava a inteligência daqueles que conviviam com ele. Ele os inspirava e os formava engenheiros do pensamento. Não apenas seus pensamentos marcaram a história dos seus íntimos, mas também os gestos e os momentos de silêncio foram eloquentes que modificaram a trajetória da vida deles.

Ele andava pelas cidades, vilas e lugarejos proclamando o 'reino do céus' e o seu projeto de transformação interior. Suas biografias indicam que falava de maneira arrebatadora. Sua fala despertava nas pessoas uma sede interior. Embora fosse o carpinteiro de Nazaré e andasse e se vestisse de modo simples, seus ouvintes ficavam impressionados com a dimensão da sua eloquência (Mateus 6:30-44). Com o decorrer dos meses, Cristo não precisava procurar as pessoas para falar-lhes. A sua fala era tão cativante que ele passou a ser procurado pelas multidões. As pessoas se aglomeravam para ouvi-lo. Determinados grupos o apreciavam tanto que lhe rogavam que não se afastasse deles. Mas ele dizia que tinha de levar sua mensagem a outros locais.

As multidões o seguiam por lugares inóspitos, desérticos, onde corriam o risco até de morrer de fome (Mateus 14:15; 15:32, Marcos 8:1-9). Mesmo assim não desistiam, pagando qualquer preço para ouvi-lo. Isto é muito interessante. A maioria da pessoas daquela época não tinha cultura e provavelmente nenhum interesse em aprender nada além do necessário para trabalhar e sobreviver. Porém, Cristo havia provocado uma fome íntima naquelas pessoas que ultrapassava os limites da fome física...

(Do livro O Mestre dos Mestres - Jesus, o maior educador da história)