segunda-feira, 24 de novembro de 2014

LIVRE-ARBÍTRIO

Atingido o patamar evolutivo, que permite ao Espírito integrar-se ao reino humano,
conquista ele a faculdade do livre arbítrio, ou seja, passa a ter a liberdade de escolha, e
torna-se, a partir de então, artífice do seu próprio destino.

Como conseqüência natural do poder escolher, temos a responsabilidade pela
escolha como característica básica deste momento evolutivo.

Por isso, essa faculdade sópode ser conquistada pelo ser pensante no momento em que ele se acha maduro para tal.
O livre arbítrio é sempre proporcional à condição evolutiva do ser.

Nos primeiros  momentos de humanidade, o Espírito quase não o tem.

Está mais sujeito ao determinismo, porque não tem conhecimento nem experiência para avaliar melhor sua escolha.

É como aquela criança a quem não permitimos realizar determinadas ações, por ela não conhecer ainda os perigos que corre.

Nesta fase, o Criador, em sua infinita misericórdia, permite que Espíritos mais elevados tracem-lhe o caminho a seguir, como forma de suprir-lhe a falta de experiência.

O Espírito de média evolução tem menos restrita esta faculdade.

É como o jovem,
que após passar pela disciplina necessária do momento infantil, tem mais possibilidades de
decisão.

O Espírito evoluído é como o homem maduro em que as provações e os corretivos
já formaram sua personalidade, e como conseqüência sua liberdade é maior.

“Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre-arbítrio se harmonizará
plenamente com a verdade total, com as deliberações superiores. Nesse dia
saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor
Nosso.”

E aí repetiremos com Ele, “A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou, e realizar sua obra”.


(João, 4: 34)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

AUTO-ESTIMA: A CHAVE A FELICIDADE

Marry levou-me a um outro Departamento, onde fomos recebidos por
Tanajá, psicólogo e psiquiatra, com seu carisma, logo nos colocou à vontade.

- Irmão, nesta faculdade trata-se da mente? ,

- Um pouco de cada coisa. Quase todas as doenças partem de um
só princípio: mente enferma.

-Tudo é "cuca"?

-Mais ou menos.

(...) - Luiz, tudo é preocupante, mas o que também nos tem deixado
apreensivos por demais são as doenças psicossomáticas.

- Parece que ficar estressado é moda, Tanajá.

- A vida moderna leva o homem ao estresse, porque ele não busca
um momento para si.

- Como, Tanajá? Explique.

-Está provado cientificamente que a prece ajuda o homem. Quantas
pessoas oram? Muito poucas. Alguns acham que é ignorância orar.

- Quer dizer que a prece nos ajuda na manutenção do nosso cérebro?

- Luiz, a prece, a meditação, a dietoterapia energética, a nutrologia, a medicina ortomolecular e a fitoterapia são também caminhos eficazes para
o homem proteger-se contra a danificação dos neurônios e a deficiência dos neurotransmissores. Com nutrientes adequados, poupamos o cérebro do desgaste que ele teria, com todas as turbulências da vida moderna. É normal o declínio da memória pela morte de um grande número de neurônios, devido aos radicais livres e ao menor aporte de sangue e oxigênio ao cérebro.

- Tanajá, o que leva à ação desses radicais livres?

- O desequilíbrio, a insuficiência entre várias substâncias responsáveis
pela neurotransmissão, que são conseqüências dos desarranjos que o
homem causa ao cérebro com a sucessão de maus tratos e instabilidades.

   - O estresse então leva a isso tudo?

- Em relação ao estresse, ocorre o excesso de secreção cortical, um
dos hormônios fabricados pelas glândulas supra-renais, que em excesso no dia-a-dia, danifica e mata milhões de neurônios. O homem, por qualquer coisa, se desespera, vendo-se acuado e amedrontado. E aí diminui-lhe a auto-estima, vindo, ao mesmo tempo, a tristeza, pelo déficit de serotonina, e a diminuição da libido, pela deficiência hormonal, porque corpo e mente estão desgastados.

- Então o homem deve evitar o estresse, que pode levar à depressão,
e esta causar danos ao cérebro, certo?

- Luiz Sérgio, o homem suicida-se através da má alimentação e dos
maus pensamentos. Ele não deseja aprender a pensar bem; almeja, sim, viver além das horas do relógio, e como o seu corpo também é uma máquina, que precisa ser respeitada, quando é agredida, vem a falhar. O estresse afeta o sistema imunológico, aumentando o risco também das infecções.

-Em um livro nosso falamos da fadiga crônica.

- Muitos remédios ajudam a reduzir os efeitos da fadiga crônica, ao
inibirem a liberação de cortisol, o hormônio do estresse, impedindo, desta
forma, que ele sobrecarregue o sistema imunológico.

- Então, Tanajá, a fé é que traz alegria ao coração, podendo fortalecer
a mente?

- Sim. O homem deve dar os passos de acordo com sua capacidade.
O mal da época moderna é que o homem está parecendo um animal:
corre, corre e corre, e muitas vezes esquece-se até de se alimentar. Vemos
pessoas cuja vida lhes proporcionou todo conforto, família equilibrada, mas vivem estressadas e em depressão, tudo as aborrece. O que o homem necessita é buscar Deus e fazer um acordo com Ele, para que o Criador possa ouvi-lo todos os dias, através da meditação; só assim o homem vai parar um pouco o fluxo do seu pensamento e procurar fortalecer o cérebro. Os orientais costumam dizer que o coração rege a mente, e o que é bom para o coração é bom para o cérebro. Hoje vemos que o homem está infeliz, porque o seu coração está inquieto e vazio. E quando o coração está desocupado, a mente entra em desalinho. Aí vem a falta de auto-estima e, sem motivação, o homem se entristece. Quem pode viver sem sonhos? O sonho é a esperança de alcançar a felicidade. Portanto, vamos, como disse o Mestre Jesus, tornar-nos misericordiosos, principalmente conosco mesmos, respeitando-nos, amando-nos, porque só assim saberemos como é bom ser amado e respeitado; e com isso vamos amar e respeitar o próximo. Ter o coração vazio de sentimentos nobres faz com que coloquemos nele a tristeza e o medo; e aí, como é o coração que rege a mente, esta morre de tristeza, como dizem os orientais. O homem corre em busca do conforto, da projeção social, dos divertimentos, sem recordar que o ar que respira é uma emanação divina, sem se lembrar de agradecer a fonte de onde provém. O homem quer ganhar o céu, mas não deseja colocar os pés na estrada do Mestre, preferindo os caminhos asfaltados do mundo material. E ninguém vive bem, longe da fonte da vida e do equilíbrio: Deus. Esta é a causa de presenciarmos, no momento atual, tanto desequilíbrio, tais como incompreensão conjugai, desrespeito
à família, falta de força na educação dos filhos, enfim, o desconhecimento
total das leis de Deus. Muitos homens julgam que não possuem um
mandatário, que não têm um dono e que, estando no plano físico, a ninguém devem satisfação de seus atos. Puro engano. Cada ser, por mais simples que seja, obedece à hierarquia da vida, e seus atos estão sendo catalogados nos computadores do Plano maior. Poucos se contentam com o que têm, ou melhor, sabem aproveitar as horas de um dia. Alguns choram de saudades; outros preocupam-se com o dia de amanhã. Por que não procuram viver as horas do dia, como se elas fossem os doze meses do ano? Desde o amanhecer, ao se espreguiçar na cama, deve o homem parar um pouco e perguntar: quem é capaz de fazer um corpo tão perfeito como este que eu tenho? Procure espreguiçar o máximo possível, bem devagar. Se prestar atenção no fluxo da sua respiração, irá sentir que Deus está dentro de si, que o ar que respiramos dele emana. Ao nos auto-analisáramos, adentramos o nosso corpo físico e descobrimos que cada departamento seu merece respeito, principalmente a nossa mente e o nosso coração. Por que sobrecarregá-los com o lixo da saudade em desequilíbrio? Não bastam as muitas horas do dia que devemos bem aproveitar no hoje, e ainda vamos buscar as que já passaram ou as que ainda nem sabemos como serão: as do amanhã?
"Morrer de saudade", como dizem alguns, ou ficar irritado ao recordar os fatos tristes que vivemos causados por alguém - tudo é lixo, e esses detritos poluem o nosso cérebro e fazem mal para o nosso coração. O Cristo, como Mestre que é, e grande conhecedor das almas, alertou a todos de que não se preocupassem com o dia de amanhã, também falando: "deixai os mortos enterrarem seus mortos". Aquele que não aproveita o dia que chega com o alvorecer, e fica jogando lágrimas no jardim da saudade e da revolta é um "morto que enterra morto", porque quem é "vivo" busca viver, e viver é aproveitar bem as horas de um dia, plantando a cada segundo um jardim de esperançosas realidades. Para que isso venha a acontecer, o homem tem de buscar a auto-estima, nunca desanimar, nunca pensar negativamente, nunca sentir-se a pior e a mais infeliz das criaturas. com a chegada da aurora, que é o amanhecer de cada dia, o homem tem de buscar o néctar da vida e do amor, que é Deus. Se não nos agarrarmos a Ele, não obteremos a força necessária para superar a ociosidade da alma, muitas vezes comprometida com o ontem, sendo esta a causa de hoje, mesmo vivendo uma nova existência, não desejarmos
lutar para obter a felicidade. A ignorância leva o homem a não observar
o que se passa ao seu redor e o desequilíbrio leva-o a desejar uma felicidade fictícia. Muitas vezes, ao procurá-la, deixa lágrimas no seu caminho e, em vez de felicidade, sente é remorsos. Uns dizem que a fé apalerma; outros, que leva ao fanatismo; outros, ainda, que é coisa de gente ignorante. Queremos dizer que a fé em Deus, o respeito à Sua constituição, que é imutável, jamais conduz ao fanatismo. Muitas vezes são essas pessoas sem fé que se tornam presa fácil dos ídolos de pedra, que são as seitas com homens desprovidos do amor a Deus. Mas aquele que segue as leis divinas encontrará força nele mesmo para se auto-educar, e quem se auto-educa tem autoestima...”


( Do livro “Ensina-me a falar de amor”, pelo espírito Luiz Sérgio, psicografado por Irene Pacheco Machado)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

MUDANÇAS

Sempre achei que transferir o título de eleitor fosse a conclusão máxima de um projeto de mudança. Semelhante a conseguir se desfazer do guarda roupa na casa dos pais (que continuam morando no interior enquanto você se mudou para a capital), transferir o título de eleitor é admitir que não há mais volta, o adeus foi consolidado, não existe possibilidade de retorno.

 Morando há anos em Campinas, meu título continuava ligado ao sul de Minas, e era sempre uma ótima desculpa para uma viagenzinha de dois dias ao interior, à casa de meus pais.

 Mas nem sempre _ quase nunca _ nossos planos são definitivos. Brisas leves ou ventos súbitos podem mudar nossas órbitas num piscar de olhos. Pensando controlar nossos pontos cardeais com a precisão de bússolas competentes, desconhecemos a força e o empenho do acaso.
E como guarda-chuvas que se dobram à grandes tempestades, quebrando a armação e revirando o tecido do avesso, é sempre tempo de descobrir que somos mutáveis também. Que muito além do novo corte de cabelo que denuncia grandes mudanças na vida (quem nunca?), acatar o inesperado desejando boas vindas ao novo é sinal de sabedoria.

 Transferir o título de eleitor é aprender a aceitar o fim de um tempo e o começo de outro. Quem me ensinou isso foi dona Clau, minha mãe.
 A senhorinha, muito mais que mudar o corte de cabelo, abriu as portas para a novidade em sua vida com o vigor de uma jovenzinha. E me ajudou a aceitar a morte de um tempo também, ao dar-me o exemplo de seguir adiante.
 Há dois anos, logo após sua definitiva mudança para Campinas, fomos ao cartório, nós duas, pedir a transferência. Saímos de lá deixando uma parte de nossas vidas definitivamente para trás.

 Porém, ainda assim, ela precisava de uma última decisão. Na semana seguinte me apresentou outro voucher. Não ia viajar, mas tinha comprado uma vaga _ para todos nós _ no cemitério de Campinas. Quase caí pra trás! Mas aos poucos compreendi a realidade _ e a necessidade de seguir em frente.

 Com ela aprendi que a reinvenção de uma história só depende de nossa vontade e coragem de dar o primeiro passo. Lamentar o que aconteceu faz parte _ ninguém é de ferro _ mas daí por diante quem determina o espaço para a alegria ou tristeza somos nós mesmos.
Nós e nossa capacidade de baixar uma receita nova na internet e preparar um lanche da tarde diferente; nós e nossa vontade de ir ao Ceasa comprar novas mudas de flores e começar um jardim; nós e nossa decisão de nos matricularmos na ginástica, num coral ou numa aula de dança de salão; nós e nosso empenho de frequentar um curso de bordado ou fotografia; nós e nossa decisão de deixar o passado pra trás e começar do zero outra vez.


 Nem tudo é fácil, quase nunca estamos prontos para as medidas mais práticas em relação à vida e à morte. Viver é aprender a conviver com as mudanças que ocorrem com ou sem nosso consentimento, e nos abalam por momentos estreitos ou demorados demais.
 Nem sempre estamos na mesma vibração dos acontecimentos que nos rodeiam, e pode demorar algum tempo até que possamos perceber que estamos no fim de uma história e começo de outra.

 Mudar o corte de cabelo e transferir o título de eleitor podem ser bons começos e rendem ótimos enredos. Pequenos gestos que nos ensinam que crescer não é simples, e deixar partir é doloroso.

 Mas ainda assim, são movimentos que nos fazem caminhar adiante, pois é assim que os relógios giram, as noites acontecem e o sol nasce todas as manhãs.
 Bem vindo à Vida!
                                                                                                                             (Fabíola Simões) 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

ANTE O ESTUDO

Necessário em qualquer mister. Impostergável para o aprimoramento humano. Valioso para maior integração do indivíduo nos objetivos a que se vincula. Indispensável para a iluminação interior. Em todo ministério de enobrecimento, o estudo tem regime de urgência como diretriz de segurança e veículo de libertação íntima.

Ninguém pode vincular-se em definitivo ao ministério redentor sem conhecer as razões preponderantes da existência espiritual. Evidente que antes de qualquer realização, programas e projetos devam constituir bases experimentais. O estudo, desse modo, fornece as coordenadas para maior penetração na tarefa buscada: seja a de ajudar, seja a de ajudar-se.

No que diz respeito à Doutrina Espírita, cabe-nos a todos o dever de mergulhar o pensamento nas fontes lustrais do conhecimento, a fim de melhor entendermos os quesitos preciosos da existência, simultaneamente as leis preponderantes da Causalidade, de modo a podermos dirimir equívocos e dúvidas, colocando balizas demarcatórias no campo das conquistas pessoais, intransferíveis: um quarto de hora, diariamente, dedicado ao estudo;
pequena página para reflexão, diuturnamente; um conceito espírita como glossário para cada dia; uma nótula retirada do contexto luminoso da Codificação para estruturar segurança em cada 24 horas; uma noite por semana para o estudo espírita, no dia reservado ao Culto Evangélico do Lar, como currículo educativo; uma pausa para a prece e singelo texto para vigilância espiritual, sempre que possível...

Sim, todos podem realizar curso inadiável para promoção espiritual na escola terrestre. O estudo do Espiritismo, portanto, hoje como sempre é de imensurável significação. Definiu-lhe a validade o Espírito de Verdade, no lapidar conceito exarado em "O Evangelho Segundo o Espiritismo": "Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo." Estudar sempre e incessantemente a fim de amar com enobrecimento e liberdade.


(Do livro “Celeiro de bênçãos”, de Divaldo Franco, pelo espírito de Joanna de Angelis)

Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...