quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ORAÇÃO A MIM MESMO

Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos.
Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm e não a inveja que prepotentemente penso que têm.
Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim e comigo morrem por eu não os saber sonhos.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis; aqueles que morrem e ressuscitam a cada novo fruto, a cada nova flor, a cada novo calor, a cada nova geada, a cada novo dia.
Que eu possa sonhar o ar, sonhar o mar, sonhar o amar, sonhar o amalgamar.
 Que eu me permita o silêncio das formas, dos movimentos, do impossível, da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde).
Que eu saiba dimensionar o calor, experimentar a forma, vislumbrar as curvas, desenhar as retas, e aprender o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida. Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos, fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos, mas saiba recuperar meus destinos com dignidade. Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo.
Que eu não tenha medo de meus medos!
 Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis, e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu faça de mim uma pessoa serena dentro de minha própria turbulência, sábia dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas (que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez).
Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão.
Permita-me eu ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei, traduzir o que os mestres ensinaram e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências; respeitar incondicionalmente o ser; o ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou. Que eu possa amar e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos; fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.

Amém.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O VÔO DA ÁGUIA

Mais uma vez, a natureza nos revela toda sua sabedoria.
Fomos buscar inspiração num dos animais mais majestosos que Deus foi capaz de criar: a Águia.

Dentre todas as aves, a águia é a que possui a maior longevidade, podendo chegar até os 70 anos, mas para chegar a essa idade na metade da sua vida ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.

Isso porque, nessa idade, as suas unhas estão muito compridas e flexíveis não permitindo mais que ela agarre com facilidade as presas das quais se alimenta; o bico alongado e pontiagudo, se curva; as suas penas envelhecidas e pesadas pela gordura do tempo, dificultam o seu vôo, tornando o dom natural de voar quase impossível.

Nesse momento, a águia só tem duas alternativas:

Aceitar a morte ou enfrentar um duro processo de renovação, que irá durar 150 longos dias.

Caso ela escolha a segunda alternativa, terá que encontrar todas as forças do mundo, para encontrar a montanha mais alta e se recolher em um ninho próximo de um penhasco onde ela não necessite voar.
Vencido esse primeiro desafio, a águia começa bater o seu bico na rocha até conseguir arrancá-lo por completo.
Após esse grande e doloroso sacrifício, ela espera pacientemente que seu bico cresça novamente, pois com ele irá arrancar todas as suas velhas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, a águia continua o seu processo de renovação, arrancando todas as velhas e pesadas penas. Passados uns 5 meses, ela sai para alçar o tão esperado vôo da renovação.
Pronta para ver a segunda parte de sua existência.

Em nossas vidas, muitas vezes temos que nos resguardar por algum tempo para que também possamos começar um difícil processo de renovação, para que continuemos a voar, através de novos e diferentes desafios. Devemos nos desprender por completo de nossas lembranças, costumes, vícios e tradições, conscientes da dor e do sacrifício que teremos que fazer. Somente livres do peso das glórias e vitórias do passado poderemos desfrutar do valioso significado da renovação.

A história da águia e do homem é muito, muito parecidas.
Ambos tem que fazer difíceis escolhas ao longo de suas vidas, ambos tem que tomar decisões que irão determinar a altura e a grandeza dos seus vôos.

A liberdade é uma conquista,
o Sucesso é um prêmio,

e a Renovação é o único caminho para chegar aos nosso objetivos.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PEÇA A DEUS

Quando a vida te cobrar esforços que julgas estarem acima da sua capacidade, peça a Deus que te envie força.

Se os amigos desaparecerem na hora da angústia, os telefones silenciarem, os emails voltarem e sentir-se muito só, peça a Deus que te envie anjos;

Se a tua visão ficar escurecida pelas lágrimas que insistem em cair, se não conseguir avistar uma solução para os teus problemas, peça a Deus inspiração;

Se não suportar a dor da traição, se o coração gemer de dor da saudade ajoelhe e peça a Deus amparo.

Nada é mais forte que o amor que é tão generoso que perdoa sem pedir perdão, que transforma água em remédio, desafeto em amizade, amizade em família, paixão em eternidade, a nós mesmos, de simples amigos, em irmãos.

Padre Marcelo Rossi



terça-feira, 20 de agosto de 2013

PÃO, OURO E AMOR


Aquele diz: - “Isto é meu”.
Outro afirma: - “Guardo o que me pertence”.
Entretanto, só Deus é o legítimo Senhor de Tudo.
Rejubilas-te com a nutrição...
Contudo foi Ele quem promoveu a sustentação da semente para que a semente, convertida em pão, te assegure o equilíbrio.
Orgulhas-te do dinheiro que te garante a aquisição das utilidades imprescindíveis à segurança e ao conforto...
No entanto, foi Ele, quem te angariou indiretamente os recursos precisos para que te não faltassem saúde e raciocínio, disposição e inteligência na tarefa em que te sorri a fortuna.
Regozijas-te com o lar...
Todavia, foi Ele quem te situou nos braços maternais que te acalentaram os vagidos primeiros, aproximando-te dos afetos que te enriquecem os dias...
Lembra-te de Deus, o Todo Misericordioso que nos confia os tesouros da existência, a fim de que aprendamos a buscar-Lhe o Paterno Seio...
E reparte com teu irmão do caminho os talentos que Ele te empresta, na certeza de que somente ao preço da fraternidade infatigável e pura, subirás para a Glória Divina, em que Deus te reserva a imortalidade da vida, entre as fulgurações da Sabedoria Imperecível e as bênçãos do Amor Eterno.

Chico Xavier - Scheilla


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O SAMURAI E O MESTRE ZEN

Certo dia, um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o Samurai sentiu-se repentinamente inferior.

Ele então disse ao Mestre: "Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Por que estou me sentindo assustado agora?"

O Mestre falou: 
"Espere. Quando todos tiverem partido, responderei."

Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o Samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. 
Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o Samurai perguntou novamente: 
 "Agora o senhor pode me responder por que me sinto inferior?"

O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. 
Ele disse: "Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: 'Por que me sinto inferior diante de você ?' Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso."

O Samurai então argumentou: 
"Isto se dá porque elas não podem se comparar."

E o Mestre replicou: 
"Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe.
Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.
Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida!"

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

PRECE DE CÁRITAS COMENTADA

Deus nosso Pai...
não o meu Deus, não o seu Deus, mas o nosso Deus, de todos os seres animados e inanimados. Deus da humanidade, da Terra, das galáxias, do universo. Não há como enclausurá-lo Senhor, reduzi-lo ao individualismo egoísta.

Que sois Todo poder e bondade,
pois permite ao homem agir, errar, consertar e avançar, respeitando sempre o seu livre arbítrio.

Dai força àquele que passa pela provação.
Sim Senhor, somos uma multidão de pessoas que passam por provações impostas por nós mesmos, pela nossa ignorância das coisas celestiais.

Dai luz aquele que procura a verdade,
porque somente a verdade pode nos libertar. Ilumina a vida daqueles que Te procuram Senhor, a fim de encontrarem o Teu caminho.

Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
A compaixão pelos sofrimentos de nossos irmãos menos favorecidos. Ajude-nos a dar o pão material e espiritual aos que sentem fome.

Deus! Dai ao viajor a estrela guia,
mas todos nós somos viajantes na estrada da evolução e Tu Senhor é a estrela que nos guia, que nos conduz.

Dai ao aflito a consolação,
e quantos de nós não nos afligimos por uma razão ou outra nos dias que se seguem? Consola o coração do ser humano perdido em seus próprios desenganos!

Dai ao doente o repouso,
já que são muitos os doentes que tem que trabalhar para ganhar o pão e não tem condições de cuidarem de si mesmos.

Pai... dai ao culpado o arrependimento,
pois só assim é possível mudar verdadeiramente, só assim é possível nascer novamente como nos ensinou Cristo Jesus.

Dai ao espírito a verdade, Senhor!
Mostre a todos nós, espíritos encarnados e desencarnados, que a vida não nasce no berço e não termina no túmulo.

À criança, Senhor, dai o guia,
não só um pai ou uma mãe, mas o guia que a ensinará o caminho do bem, da paz e do amor. Que a ensine a dividir com os irmãos necessitados, a respeitar e a amar a todos.

Ao órfão, dai o pai,
pois quantas crianças esperam por uma família, abandonadas nos abrigos, nas ruas, enfim...

Senhor... que a Vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes,
dos seres unicelulares aos pluricelulares e multicomplexos.

Tenha piedade, ó Pai, daqueles que não vos conhecem,
porque estes estão nas trevas da ignorância. Esperança para aqueles que sofrem. Que eles saibam Senhor, que o amanhã sempre será melhor. Dê-lhes resiliência e paciência para esperar o Seu tempo.

Que Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé!
E quantos são, ó Senhor, os espíritos de amor, abnegados e iluminados seres que estão a postos somente aguardando que exerçamos nosso livre arbítrio e peçamos ajuda a Ti?
Essa paz, Senhor, tão almejada, que seja por nós plantada todos os dias.

Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode de fato abrasar a Terra,
mas Tu respeitas nosso momento de crescer e de alcançá-lo por nossos próprios méritos.

Deixe-nos beber nas fontes inesgotáveis de bondade e de amor derramados por Vós e com certeza todas as lágrimas secarão, todas as dores e feridas abertas em nossas almas se acalmarão
 e sentiremos uma profunda paz.

Nesse momento Senhor, um só coração pulsante, um só pensamento vibrante subirá até Vós como um grito, uma explosão de reconhecimento e de amor por Ti.
Como Moisés sobre a montanha, nós também estaremos de braços abertos,
totalmente entregues a essa energia que nos invade,
ó bondade, ó beleza, ó perfeição,
pois Tu Senhor, é a beleza perfeita e com certeza, querido Deus, alcançaremos Vossa misericórdia.

Dai-nos a força para ajudarmos no progresso,
não somente o progresso material, mas principalmente o espiritual, a fim de subirmos até Vós.

Dai-nos a caridade pura,
não aquela que humilha, que se vangloria, que ostenta, mas a caridade silenciosa, cheia de amor.

Dai-nos a fé e a razão,
porque cega a fé nos leva para o abismo. Dai-nos sim a fé inabalável em Ti Senhor e poderemos seguir adiante sempre.

Dai-nos, por fim, a simplicidade,
pois só assim Deus querido, destituídos totalmente do orgulho, da vaidade e do egoísmo, poderemos nos assemelhar a Tua imagem santa e misericordiosa.

Que assim seja,

Graças a Deus!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

COLHENDO BÊNÇÃOS

Quem de nós não passou por momentos assim descritos:

“Em razão das imperfeições morais, os homens, ao longo de suas existências, angariam antipatias e inimizades que não se dissolvem com a desencarnação do adversário. Assim, o inimigo pode dar sequência à perseguição, mesmo depois de haver deixado a Terra, manifestando sua maldade pelas obsessões e subjugações que a tantos afetam.
Um Espírito endurecido pelo ódio, enquanto não tiver a consciência despertada para o bem usará inúmeros recursos para atingir o seu objetivo de vingança. Dentre eles, a influenciação mental para a consecução de crimes, para a indução ao suicídio ou para a inserção psíquica de doenças, cujos sintomas podem se manifestar no corpo físico.”

E perguntamo-nos: Como isso acontece?

“- O Odair desenvolve um importante trabalho junto à esfera material e é muito requisitado pelos vingadores que aqui se encontram. Sua especialidade é dominar as Mendes de certos indivíduos encarnados e alimentá-las com energias nocivas, contaminando-os com enfermidades psicossomáticas, que se repercutem no corpo físico. (…)

Odair, percebendo sua limitação intelectual, explicou melhor:
- Ulisses, eu faço parte de uma legião que atua nos dois planos da vida. Somos especializados em técnicas de hipnose e, há mais de 300 anos, eu uso o meu conhecimento para induzir pessoas a aceitarem as minhas sugestões. Quando estão sob o meu comendo, eu as convenço de que estão muito doentes e aproveito este momento de fraqueza para inserir em seu campo mental uma espécie de ‘veneno fluídico’, que vai minando a sua energia vital. Entendeu? (..) é um trabalho de sugestão e convencimento, meu jovem! Eu convenço o indivíduo de que ele está muito doente e, ao mesmo tempo, dou uma ‘forcinha’, injetando nele as energias negativas que, somada a autossugestão, gerará o efeito proposto.”

Diz o Evangelho Segundo o Espiritismo:

‘O homem pode suavizar ou agravar a amargura de suas provas pela maneira de encarar a vida terrena. Ele sofre mais quando acredita numa duração mais longa de seu sofrimento. Porém, se encara a vida terrena pelo lado da vida eterna do espírito, ele a entende como um ponto no infinito e compreende o quanto é breve, dizendo a si mesmo que esse momento difícil vai passar bem depressa.’ (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 13)

Por isso, oremos:

“Eu sinto a presença de Deus, construtor do Universo,
Em todas as coisas incríveis que Ele criou…

Nas cores das flores que enfeitam os campos abertos
No leve murmúrio do rio que segue pro mar
No encanto do canto bonito do pássaro livre
Nos passos incertos de um ser que acabou de chegar

Eu sinto a presença de Deus, construtor do Universo,
Em todas as coisas incríveis que Ele criou…

No raio de sol que ilumina a manhã renovada
Na luz das estrelas que brilham pela imensidão
No amor fraternal entre os homens de boa vontade
No abraço sincero de quem acalenta um irmão

Eu sinto a presença de Deus, construtor do Universo,
Em todas as coisas incríveis que Ele criou…

No olhar da ciança que brinca sem medo da vida
Na fé de quem segue trilhando o caminho da luz
Nos braços que erguem do chão quem se encontra caído
Na doce doutrina de amor que nos trouxe Jesus

Eu sinto a presença de Deus, construtor do Universo,
Em todas as coisas incríveis que Ele criou…”

(Trechos extraídos do livro “Colhendo Bênçãos – Uma caso de doença e cura espiritual”, de Roberto de Carvalho, pelo Espírito Basílio)




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CORPO FÍSICO, ESPÍRITO E PERISPÍRITO

Não há dúvida de que o Corpo, o Espírito e o Perispírito se constituem nos elementos essenciais que compõem o ser humano.

Devido às inquestionáveis diferenças vibratórias entre o Corpo e o Espírito, a infinita sabedoria divina interpôs entre eles o que Kardec denominou de Perispírito, elemento este, vaporoso, sutil, não tão etéreo quanto o Espírito e não tão material quanto o Corpo, possibilitando, a ambos, relacionarem-se entre si.

O Perispírito envolve o Corpo Carnal e, conseqüentemente, cada uma das células que compõem e que, por sua vez, formam os órgãos, músculos, ossos, …

Sem dúvida, podemos afiançar que o Perispírito é o molde, e os demais elementos do veículo físico, seus moldados ou suas respectivas réplicas carnais.

Durante o transcorrer das nossas jornadas encarnatórias, os sentimentos, desejos, emoções,… atributos exclusivos do Espírito, são naturalmente encaminhados ao Perispírito que os acolhe e assimila, enviando-os, em sequência, para o Corpo Físico que os recepciona e os possa manifestar.

Simplificando, o Espírito cria o pensamento, o Perispírito o recepciona e o transmite ao Corpo Físico (o cérebro propriamente dito), que o acolhe e o manifesta em forma de palavras, gestos, atitudes, ações…

Como cada célula do Perispírito envolve a sua respectiva célula corporal, interpenetrando-a, é inevitável que ambas mutuamente se influenciem, de forma benéfica ou maléfica, dependendo da origem boa ou má dos pensamentos.

Tendo em vista estas considerações, é bastante comum que grande parte dos seres humanos, ignorando essas realidades espirituais, acabe atribuindo os corriqueiros incômodos físicos, que os venham a molestar, muitas vezes passageiros, exclusivamente às variações climáticas, à poluição, ao estresse da vida moderna, aos alimentos, às bebidas e outras tantas razões próprias do mundo material.

Em vista destas, por vezes superficiais avaliações, preocupados com os possíveis desdobramentos que os referidos incômodos possam apresentar, ansiosos, o quanto antes dirigem-se aos consultórios médicos, na expectativa de que esses profissionais venham diagnosticar o distúrbio que os acomete, medicando-os, livrando-os do mal estar que os vem assediando.

Outras vezes, aconselhados ou influenciados por terceiros, automedicam-se, correndo os riscos advindos dessa imprudente iniciativa.

Essas criaturas, em grande parte das vezes, sequer se dão ao trabalho de refletir, imaginar ou mesmo desconfiar de que tais mal-estares poderão ter origem em situações anômalas, adversas, impactantes, que horas ou dias atrás tenham experienciado, participado, ou mesmo presenciado e que as desestabilizaram emocionalmente, repercutindo lenta ou rapidamente em seus veículos carnais, neles provocado efeitos danosos, cujas causas se alojaram no imo das suas almas em desalinho.


(Do livro “Libertos pelo Perdão, de Marcial Jardim, pelo Espírito Álvaro)

Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...