terça-feira, 31 de julho de 2012

A MELHOR VIAGEM

Fico preocupada toda vez que vejo uma pessoa ansiosa, visivelmente angustiada e falando que vai viajar em busca de um sentido para a vida... Estar consigo se tornou tão insuportável, que ela passa a transferir para os aeroportos e rodoviárias todas as suas esperanças de paz e felicidade... Isso é o pior que pode acontecer a um ser humano; significa que ela está perdendo a confiança em si mesmo, está transferindo para terceiros a responsabilidade sobre seu próprio bem estar. Isso é a morte em doses homeopáticas.

O problema que está dentro não pode ser resolvido fora. Tudo que se busca no mundo exterior será um exercício inútil de fugir de si mesmo. Para uma pessoa angustiada, Paris ou Viena podem se transformar num inferno cheio de luzes. Um coração triste não enxerga a beleza.

Na Índia, conta-se a seguinte história: uma mulher foi surpreendida na praça procurando algo. Curiosa, a vizinhança logo quis saber o que ela havia perdido: uma agulha, respondeu. Todos se prontificaram a achar a tal agulha. No final da tarde, já cansados da procura inútil, os vizinhos perguntaram: - Afinal onde exatamente você perdeu a agulha? Ao que a mulher respondeu: - Dentro da minha casa, mas como aqui há mais claridade, achei que teria mais chances de encontrá-la. Só faltaram bater na mulher: - Como você nos faz procurar aqui fora algo que você perdeu lá dentro?
A mulher era uma monja. Deu uma enorme gargalhada e disse: - Engraçado, vocês perdem a felicidade nos seus corações e partem para buscá-lo no mundo exterior. Fazem a mesma loucura e agora estranham em mim? Está tem sido a vida de vocês: buscam fora o que perderam dentro. Pois saibam que somente no silêncio dos seus corações poderão encontrar a felicidade perdida.

Osho, líder espiritual indiano dizia: - Essa é a situação do ser humano. Você é capaz de olhar para todos os lugares a sua volta, mas é incapaz de ver onde está e o que veio fazer neste planeta. é incapaz de responder a pergunta fundamental: QUEM SOU EU?
Enquanto não tiver resposta para esta pergunta, cancele todas as passagens que já reservou. Não há lugar para onde ir, estar aqui é tão glorioso e gratificante, que não há melhor lugar no mundo onde você possa se reencontrar.

Feche os olhos para poder ver a realidade do AQUI. LÁ é uma ficção. AQUI E AGORA são as únicas realidades
Mergulhe dentro de si. Tenha coragem de permanecer só, em silêncio. A mente quer levar-lhe para fora. porque teme perder o controle da situação.
Seja mais forte, resista a todas as tentativas de buscar fora a felicidade que só pode ser encontrada dentro de você.
MEDITE: a mente e a meditação, não podem coexistir. Você não pode ter ambas. Ou você fica com a mente ou com a meditação. A mente é pensar. A meditação é silencio...

A mente significa tatear no escuro. A meditação significa entrar na infinita beleza do seu próprio ser.
No começo, o silêncio parece tristeza, porque você sempre foi uma pessoa ativa, ocupada envolvida - e de repente se foram todas a suas atividades, seus negócios produtivos, seus fazeres. Dá a impressão que você perdeu tudo, toda sua vida. Até os projetos profissionais parecem perder o sentido. É uma sensação de tristeza profunda...
Mas seja um pouco paciente, deixe essa tristeza se assentar. Esse é o começo do silêncio, o começo da paz...
Se você não levar felicidade na sua bagagem, não vai encontrá-la em nenhuma parte do mundo. Lembre-se: o que você esta procurando é você mesmo!
Nada nesse mundo faz sentido se não tocamos o coração das pessoas. Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também pode crescer com os toques suaves da alma.

(Autor desconhecido)


segunda-feira, 30 de julho de 2012

AMOR PRÓPRIO - PARTE III


O que é Amor Próprio?

O amor próprio é o amor que as pessoas têm por si mesmas. Muitas vezes as pessoas, por causa de fraquezas antigas, de crises mais recentes, não conseguem defender seus interesses para satisfazer suas necessidades. É um grande tema da psicologia e da psicanálise, já que faz parte do cotidiano dos profissionais destas áreas.

Para ter amor próprio, não significa que a pessoa deverá ter sempre seus desejos satisfeitos, para gostar de si mesmo, ser egoísta, pisar nos outros. O amor próprio faz com que as pessoas ajam positivamente, procurem evitar pensar no passado, quando há tristezas ou mágoas, que procurem sempre lembrar que foi mais uma experiência para poder evoluir, procurando tirar proveito daqueles acontecimentos.

Quem se ama de verdade, procura possuir controle emocional, procura compreender as pessoas, estar sempre, ou a maior parte do tempo, de bem com a vida e esquece a opinião alheia, não guarda raiva, rancor, está sempre disposto a perdoar e têm coragem, confiança e segurança para recomeçar.

“Algumas pessoas transferem para os outros o poder de ser feliz e o controle de decisões importantes de suas vidas. Não seria ausência de amor-próprio?” (por Eugenio Mussak)

Lembro-me bem. Eu praticava medicina e estava em meu consultório já no fim de mais uma jornada de queixas, diagnósticos, esperanças. Ela entrou, sorriu timidamente em resposta às minhas palavras de boasvindas e sentou-se depositando na cadeira ao lado sua bolsa e seu casaco. Esse é o momento em que o médico pergunta algo do tipo: “Então, o que posso fazer pela senhora?”, ou “Agora me diga o que a traz aqui”. Foi o que fiz, para então ouvir uma resposta desconcertante: “Estou aqui porque descobri que estou ‘dormindo com o inimigo’ e preciso de sua ajuda”.

Como havia passado recentemente um filme com esse nome, em que uma mulher era tiranizada pelo marido, pensei, no primeiro momento, que ela estava com problemas em seu casamento e, nesse caso, ela deveria ser atendida por um psicólogo de casais, ou quem sabe por um advogado, e não por um médico fisiologista, que cuida do corpo, ainda que não desdenhe a influência da mente. Ao fazer um comentário nessa linha, a jovem mulher à minha frente argumentou: “O senhor não entendeu, doutor. Eu sou solteira. Quando digo que estou dormindo com o inimigo é porque durmo sozinha, e meu inimigo sou eu mesma. À noite penso em mim e sinto o quanto me detesto”.

Ao perceber que estava diante de um caso de grave ausência de autoestima, voltei a insistir que ela precisava de apoio psicológico, ao que ela respondeu que sabia disso, que estava recebendo atenção de uma psicóloga, e que tinha sido exatamente essa psicóloga que a havia encaminhado para mim, na esperança de que algum investimento em seu corpo a ajudasse a fazer as pazes consigo mesma.

Sim, eu podia ajudar minha paciente a emagrecer, melhorar a postura, tornar-se mais esbelta, através da incorporação de novos hábitos, com exercícios físicos e mudanças alimentares. Mas não seria isso que lhe daria auto-estima, ponderei para mim mesmo. Ela só entraria em um processo de se cuidar se seu amor-próprio fosse o precursor. Em outras palavras, cuidar do corpo requer auto-estima, pois só cuidamos de quem gostamos. A paciente, ao querer afinar a silhueta para sentir-se mais feliz, estava na verdade querendo garantir a aprovação dos outros. Eis o engano, comum, que leva uma pessoa a depender da outra para gostar de si mesma.

É claro que ajudei minha paciente, mas o tratamento não foi exatamente como ela esperava. Não houve pílulas milagrosas nem dietas redentoras. Houve, sim, muito papo de conscientização, muito exercício de auto-apreciação e uma conversa séria sobre seus planos. Como manda o protocolo, essa abordagem contou com a cumplicidade de sua terapeuta, e só ocorreu depois de afastadas doenças e causas físicas para seu excesso de peso. E a mágica aconteceu, mas só teve início quando falamos sobre o projeto de vida e ficou claro que não fazemos projetos comuns com alguém de quem não gostamos. Ao perceber que ela seria sua própria companheira de viagem, concordou em transformar-se em uma companhia melhor, prazerosa, mais “leve”, no sentido humano de ser.

O que é a auto-estima?

Não faltam definições, todas simples demais, como “auto-estima é capacidade de sentir prazer em sua própria companhia”. Não há erros nessas definições, mas elas deixam a desejar, especialmente aos mais ciosos de lógica e bom senso. Ainda bem que existe a psicologia, que, em nosso socorro, explica que auto-estima é percepção lúcida de três fatores: da capacidade de enfrentar os desafios da vida, da aceitação das outras pessoas e do direito de ser feliz.

Dos três, o direito de ser feliz é o mais intenso, pois abrange os outros dois fatores. Somos felizes quando nos sentimos seguros em relação às dificuldades naturais da vida e quando mantemos com as outras pessoas relações harmônicas e construtivas. De fato, a relação da auto-estima com a felicidade parece ser a mais consistente, gerando uma espécie de sistema que se auto-alimenta. A auto-estima saudável garante acesso à felicidade e a felicidade permite a instalação de uma boa auto-estima.

Entretanto, em nossa cultura, há forte tendência à valorização da opinião do outro. Transferimos, com muita freqüência, o poder de construção de nossa auto-estima para as pessoas que nos rodeiam e para as personalidades que admiramos. Como foi dito acima, a relação saudável e prazerosa com os outros faz parte do tripé que sustenta a auto-estima, mas não é, como às vezes parece ser, a única nem a principal responsável por sua construção.

Como a auto-estima e a felicidade costumam caminhar juntas, vivem se encontrando na literatura universal. No livro O Vermelho e o Negro, de Stendhal (na verdade, Marie-Henri Beyle, escritor francês do século 19, cuja principal característica é desnudar o espírito humano com frieza e precisão), há um bom exemplo dessa dobradinha, trafegando pelas dualidades humanas. O próprio título remete aos extremos – vermelho e negro estariam representando o bem e o mal, o amor e o ódio, o ser e o não ser. Seu personagem central, Julien Sorel, é filho de um carpinteiro rude, mas dotado de sensibilidade artística e espírito refinado, que anseia viver com a aristocracia. Toda a trama é baseada na necessidade de ser aceito, de ser o que não é e de negar suas origens.

A felicidade de Julien passava pela aceitação dos outros, aqueles que ele admirava, que o toleravam, mas não o reconheciam como um igual. Belo e sensível, torna-se amante da senhora de Rênal, esposa de seu patrão, e é feliz por ter sido aceito em um leito nobre. Mas, quando um dos filhos da senhora de Rênal adoece, esta acredita que se trata de um castigo divino, pondo fim ao romance. Duro golpe na auto-estima de Julien – nem Deus o aceita como ele deseja ser. Em busca da realização, parte para outros lugares, aprimora sua cultura, faz novos amigos e conhece Mathilde, filha de outro nobre. Ele a engravida, e o pai concorda com o casamento desde que Julien mude de nome, para parecer o que não é – um aristocrata.

O casamento, entretanto, é frustrado por interferência da antiga amante, que ainda o deseja. Ele tenta então matá-la, é preso e a tragédia se completa com sua condenação à morte. Para surpresa de todos, e dele mesmo, Julien não só aceita como deseja a morte, e isso se deve ao fato de que ele percebeu que jamais conseguiria ser o que desejava, ou seja, não ser ele mesmo. A infelicidade e a tragédia desse personagem da literatura representam o anseio daqueles que buscam o reconhecimento do outro para construir sua própria aceitação.

O erro não está em respeitar e até desejar a aceitação do outro, e sim em negar seu direito e seu poder de criar uma identidade singular, baseada em princípios próprios e alimentada por causas pessoais. Viktor Frankl, o psicólogo que criou a logoterapia (psicoterapia baseada na busca do sentido) a partir de sua experiência em um campo de concentração, insiste na quebra da visão pendular entre a auto-aceitação e a aceitação do outro. Segundo ele, se você tende a basear sua imagem na opinião alheia, irá se alienar e frustrar para sempre a possibilidade de construir uma personalidade estável. E se você opta por ignorar o outro e construir sua imagem baseada apenas no que você acha certo, tende a se isolar e criar um comportamento psicótico, em que o outro não tem vez nem valor.

O que Frankl propõe é que você saia do movimento pendular para os lados e crie um movimento para cima, buscando uma causa, uma razão maior que justifique não só sua felicidade, mas também sua existência. Quando estamos ligados a razões superiores, como uma carreira sólida, uma obra social ou um projeto, que pode ser uma viagem, uma família, um livro a ser escrito ou algo assim, temos os elementos de que necessitamos para construir uma autoestima bem sustentada e independente.

Espelho, espelho meu…

Entretanto, negar o papel do outro na construção de nossa auto-imagem não é uma coisa que se deva fazer. A psicóloga Dorothy Briggs dedicou-se a estudar auto-estima, especialmente depois que foi mãe. É dela o ótimo livro A Auto-Estima de Seu Filho (Martins Fontes), um estudo da influência dos pais e, depois, de outras pessoas, a começar pelas primeiras professoras e coleguinhas, em nossa vida auto-afetiva.

Ela propõe uma reflexão sobre o que chama de “fenômeno dos espelhos”, em que pergunta aos pais se eles já se perceberam como espelhos psicológicos que seus filhos usam para construir suas próprias identidades. Sim, os pais são os primeiros referenciais de que as crianças se valem para se sentirem vivas, participantes ativas deste mundo que elas começam a habitar. As crianças se sentirão bonitas, fortes, amadas, corajosas a partir da imagem que o espelho lhes devolva. A construção de uma identidade positiva depende, sem dúvida, de experiências positivas na vida, e essas experiências são compartilhadas.

O fenômeno dos espelhos se amplia na medida em que cresce o mundo ao nosso redor, multiplicando as relações e aumentando os feedbacks. E o problema é que o mundo às vezes parece aquelas salas de espelhos que havia nos parques de diversões. Você se via imensamente gordo em um espelho, para verse magricela e comprido no próximo. Essa situação é cômica porque conseguimos rir de nós mesmos, ou melhor, da imagem distorcida que os espelhos nos devolvem. Rimos porque sabemos que nada daquilo é verdade, nenhuma imagem corresponde à realidade. Conhecemos nossa verdadeira imagem e ela não estava em qualquer daquelas mentirosas superfícies polidas.

E na vida diária, também é assim? Quanto você confia, ou desconfia, do que os espelhos da vida lhe dizem? E quanto essas imagens refletidas são importantes para você? Respostas que só a maturidade é capaz de dar. É claro que os espelhos são importantes, mas, convenhamos, não é isso que importa. O que importa mesmo é o que você fará com o que os espelhos lhe disserem.

Desejar ser o que não é ou, pior, desejar não ser o que é equivale a negar a si mesmo, mentir para a alma, anular sua essência. Como o pobre do Julien Sorel, que tentou matar a única mulher que amava para tentar ficar com a que não amava, mas queria amar, porque achava que assim poderia ser o que não era, mas gostaria de ser. Sermos o que somos verdadeiramente é o único caminho para chegarmos a ser o que desejamos intensamente.

 (Terceira e derradeira parte da palestra da Juliana)

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sexta-feira, 27 de julho de 2012

AMOR PRÓPRIO - PARTE II


“AME A SI MESMO E OBSERVE!”

Osho, você pode falar alguma coisa sobre essas belas palavras de Buda:
“Ame a si mesmo e observe – hoje, amanhã, sempre?”

"Ame a si mesmo"...
O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece.
O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá insight nas coisas, assim, ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir.

 O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, ‘Eu favoreci o outro’. Pelo contrário, ele sente, ‘Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando’.

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam’. Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós somos um. Estamos debaixo da mesma lei (…)

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!
Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe. Você ama outras pessoas; então você começa a amar os animais, os pássaros, as árvores, as pedras. Você pode preencher todo o universo com o seu amor. Um simples indivíduo é suficiente para encher todo o universo com amor, assim como um simples seixo pode encher todo o lago de ondulações – um pequeno seixo.

Digo que esse é um dos mais profundos sutras de Buda, e só uma pessoa desperta pode lhe dar um tal insight. A pessoa que ama a si própria pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação significa estar consigo mesmo.
Se você odeia a si mesmo – como você faz, como foi dito a você para fazer, e você tem seguido isso religiosamente – se você odeia a si próprio, como é que você pode ficar consigo mesmo? A meditação não é outra coisa senão desfrutar de sua bela solitude e celebrar a si próprio. Eis o que é toda a meditação.

A meditação não é um relacionamento. O outro não é absolutamente necessário; somos suficientes para nós mesmos. Somos banhados em nossa própria glória, banhados em nossa própria luz. Estamos simplesmente alegres porque estamos vivos, porque somos.
O maior milagre do mundo é que você é e que eu sou. Ser é o maior milagre e a meditação abre as portas desse grande milagre. Mas só o homem que ama a si próprio pode meditar; do contrário você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para um rosto feio e quem quer penetrar num ser feio?

Quem quer se aprofundar na própria lama, na própria escuridão? Quem vai querer entrar no inferno que pensam que estão? Você quer manter essa coisa toda coberta com lindas flores e você vai querer sempre fugir de si mesmo.
Desse modo, as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não podem ficar consigo mesmas; elas querem estar com os outros. As pessoas estão buscando qualquer tipo de companhia; se eles puderem evitar a companhia de si próprios qualquer coisa servirá

 O amor começa com você mesmo, assim ele pode se espalhar. Ele vai se espalhando a sua própria maneira; você não precisa fazer nada para espalhá-lo.
Ame a si mesmo... diz Buda. E então imediatamente ele acrescenta:... e observe. Isso é Meditação, esse é o nome de Buda para a meditação. Mas a primeira condição é amar a si mesmo, e então observe.
... Sócrates diz: Conhece a ti mesmo, Buda diz: Ame a si mesmo. E Buda é muito mais verdadeiro porque a menos que você ame a si próprio você nunca conhecerá a si mesmo – conhecer só vem mais tarde, o amor prepara o terreno. Amar é a possibilidade de conhecer a si mesmo. O amor é a maneira certa de conhecer a si mesmo.

Ame a si mesmo e observe... hoje amanhã, sempre.
Crie energia ao redor de si mesmo. Ame seu corpo e ame sua mente. Ame todo seu mecanismo, todo seu organismo. Por amar significa: aceitar isso como isso é, não tente reprimir. Nós reprimimos somente quando odiamos alguma coisa, reprimimos somente quando somos contra alguma coisa. Não reprima porque se você reprimir como é que você vai observar?
...Se você não for um amante de si mesmo você não será capaz de olhar nos seus próprios olhos, na sua própria face, na sua própria realidade.
Observar é meditação, o nome de Buda para a meditação. Observe, diz Buda. Ele diz: Esteja cônscio, alerta, não fique inconsciente. Não se comporte como que dormindo. Não continue funcionando como uma máquina, como um robô. É assim que as pessoas estão vivendo.
Observe – apenas observe. Buda não diz o que deve ser observado – tudo! Caminhando, observe o seu caminhar. Comendo, observe o seu comer. Tomando banho, observe a água, a água fria caindo sobre você, o toque da água, a frieza, o arrepio que dá na sua espinha – observe tudo, “hoje, amanhã, sempre”.

... Quando você se torna mais alerta você começa a criar asas – então todo o céu lhe pertence. O homem é um encontro da terra com o céu, do corpo e da alma.

(Osho, Extraído de The Way of the Buddha: The Dhammapada,
segunda parted a palestra da Juliana)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

AMOR PRÓPRIO


Amar a si mesmo é um requisito fundamental para que o ser humano possa vivenciar a felicidade. Embora tenhamos aprendido que a auto-estima é individualista e egoísta, ela é essencial para que possamos nos expor ao mundo com coragem e confiança.

Aquele que não ama a si próprio, não reconhece em si qualidades e talentos e se acha inferior ao resto do mundo, dificilmente conseguirá amar verdadeiramente o outro, pois seu amor será sempre revestido de medo.

Quando não nos amamos, tememos que o outro descubra que não somos bons o suficiente para merecer seu amor e nos empenhamos desesperadamente em satisfazer os seus desejos, como forma de garantir a afeição que ele sente por nós.

Esta consciência só nasce a partir de uma profunda reflexão acerca de nossas qualidades e defeitos e do entendimento de que somos únicos e especiais, não importa o quanto tenhamos errado ou nos desviado da Verdade.

Sempre é tempo de recuperamos a nossa auto-estima se reconhecermos que os erros são fundamentais em nosso processo evolutivo. Se formos capazes de nos amar apesar de nossos fracassos, certamente estaremos nos dando a oportunidade de trilhar novos caminhos e descobrir em nós poderes até então desconhecidos.

(Primeira parte da palestra de Juliana Arone de Moraes)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

ALMA GÊMEA



Abaixo o belo poema escrito por Emmanuel quando de sua reencarnação em Roma, para sua esposa Lívia.

A bela imagem das almas gêmeas, entendidas no âmbito das simpatias e dos laços que se perdem nas noites do tempo, continua sendo fonte inspiradora a todos que amam e a todos que querem reaprender a amar...

Alma gêmea da minhalma, Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída Das belezas da amplidão!...
Quando eu errava no mundo, Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho, E encheste-me o coração.
Vinhas na bênção dos deuses, Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade Em sorrisos de esplendor!...
És meu tesouro infinito, Juro-te eterna aliança,
Porque sou tua esperança, Como és todo o meu amor!
Alma gêmea da minhalma, Se eu te perder, algum dia,
Serei a escura agonia Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares, Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores Da claridade dos céus...

Poema extraído do livro “Há dois mil anos”, dedicado por Públio Lentulus (reencarnação anterior de Emmanuel em Roma) a sua esposa Lívia.



terça-feira, 24 de julho de 2012

DOBRADINHA DO CHICO

NO RETOQUE DA PALAVRA
Seja onde for, não afirme:
- Detesto esse lugar!
Cada criatura vive na terra dos seus credores.
Atravessando a madureza, não se lamente:
- Já estou cansado.
Sintoma de exaustão, vontade enferma.
Sentindo a mocidade, não assevere:
- Preciso gozar a vida.
Romagem terrestre não é excursão turística.
Sob o clima da provação, não se queixe:
 - Não Suporto mais!
 O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.
Colhido pelo desapontamento, não reclame:
- Que azar!
 A Lei Divina não chancela imprevistos.
À face do ideal, não se lastime:
- Ninguém me ajuda.
 No espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo.

 Mensagem Extraída do Livro "O Espírito da Verdade",
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel.
 AULA DE PAZ
Há coragem para variadas situações - disse o mentor da Vida Maior - temos a coragem de empreender grandes obras, a coragem de esquecer as ofensas, aquela de sofrer por amor a determinadas criaturas, aquela outra de arrostar com as piores dificuldades, sem perder a esperança, mas, a nosso ver, a coragem maior é a de aceitar os nossos erros no caminho para o Senhor, receber críticas com humildade, sofrer em razão dessas nossas mesmas faltas, tudo fazer ao nosso alcance, a fim de corrigir-nos com paciência sem perder o bom ânimo e seguir para a frente.

Mensagem extraída do Livro "Material de Construção",
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel



segunda-feira, 23 de julho de 2012

MULHERES

O Tempo passa.
A Vida voa.
As distâncias separam.
Os Filhos crescem.
Os trabalhos vão e vêm.
A paixão diminui.
Os homens nem sempre são o que se supõe que deveriam ser.
O coração se quebra.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores recebidos.
As carreiras ou profissões chegam ao fim.
Mas…
As amigas estão aí, não importa quanto tempo tenha passado e quanta distância física exista.
Uma amiga nunca está demasiado longe para chegar a ela quando necessária.
Quando tens que caminhar por um vale solitário e tens que fazê-lo por ti mesma(o), as mulheres da tua vida, estarão ao redor do vale, alentando-te, orando por ti, empurrando-te, intervindo por ti e esperando-te com os braços abertos, no final do caminho.
Algumas vezes, inclusive, quebrarão as regras e caminharão a teu lado ou virão para te levar carregado(a).
Amigas, filhas, avós, cunhadas, irmãs, noras, mães, netas, tias, primas, sobrinhas e toda a nossa família são uma benção na vida!
O mundo não seria o mesmo sem mulheres.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

RAÍZES PROFUNDAS


Ler o texto abaixo nos faz perceber que algumas dificuldades nos preparam para enfrentar, com mais equilíbrio, as duras adversidades que a vida nos impõe...


Tempos atrás, eu era vizinho de um médico que adorava manter árvores no enorme quintal de sua casa.



O que mais chamava a minha atenção era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava.



Passei a notar, depois de algum tempo, que as árvores demoravam muito para crescer.


Certo dia, resolvi perguntar ao médico se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem. Afinal, ele nunca as regava!



Com um ar orgulhoso, ele me descreveu a fantástica teoria…



Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam esperando sempre pela água mais fácil, vinda de cima.



Como ele não regava, as árvores demoravam mais para crescer, mas suas raízes iriam para o fundo, em busca de água e nutrientes das camadas mais profundas do solo.



Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às dificuldades que a natureza impõe.



Disse-me, também, que, freqüentemente, dava uma “palmadinha” nas suas árvores, com um jornal enrolado.



Fazia isso para que elas se mantivessem sempre atentas.



Essa foi a única conversa que tive com ele. Logo depois fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei.



Vários anos depois, ao retornar do exterior, fui dar uma olhada na minha antiga residência.



Ao me aproximar, notei um bosque que não havia antes.



Percebi que meu antigo vizinho havia realizado seu sonho.



O curioso é que aquele era um dia de vento muito forte e gelado.



As árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.



Entretanto, ao me aproximar do quintal do médico, notei como suas árvores estavam sólidas.



Elas praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda.


“Que efeito curioso", pensei.



As adversidades pelas quais aquelas árvores tinham passado - levar palmadinhas e serem privadas de água - pareciam tê-las beneficiado.



 Com conforto e um tratamento mais fácil, elas jamais teriam conseguido ser tão fortes.


Todas as noites, antes de me deitar, dou sempre uma olhada nos meus filhos.



Debruço-me sobre suas camas e oro por eles: "Meu Deus, livre-os de todas as dificuldades e agressões desse mundo".



Creio, agora, que devo mudar as minhas orações.


Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida é cheia de surpresas, e elas nem sempre são prazerosas.



Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de modo que possam retirar forças das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.



 Oramos demais para ter facilidades, mas, na verdade, o que precisamos fazer é pedir para desenvolvermos raízes fortes e profundas.



Dessa maneira, quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, em vez de sermos subjugados e varridos para longe"


AUTOR DESCONHECIDO
Mensagem enviada por Cacá Salema





quinta-feira, 19 de julho de 2012

CONFIANÇA


Se você está no ponto de cair da confiança para a negação, tome alguns momentos para refletir, conversando consigo mesmo.

Se o desânimo lhe bate à porta, em razão de alguma dificuldade, recorde que a dificuldade é sempre uma lição por aproveitar, ao passo que o desânimo nunca auxiliou a ninguém.

Se a irritação lhe cria aborrecimentos, o azedume é simplesmente uma nuvem entre você e a realidade.

Se você cometeu algum erro, isso significa tempo de aprender e não de desistir.

Se outros falharam, eis chegado o instante de mais confiança em Deus e em você mesmo.

Se injúrias apareceram, você encontrou a ocasião de agir e servir mais, conquistando a confiança dos outros.

Se temores lhe invadiram a mente lembre-se de que sem comando seguro, não há máquina que funcione.

Se a enfermidade lhe visita as forças, estará você no grande momento de praticar a sua fé sem desacreditá-la.

Confiança é a sua coragem de superar-se, realizando o melhor ao seu alcance.

Se você está procurando a felicidade pela prática do bem, não perca o seu dia com dúvida e desalento, porque confiando em Deus e em você mesmo, basta seguir em frente com o seu trabalho e você a encontrará.
Mensagem de André Luiz, psicografada por Chico Xavier
Do livro “Busca e Acharás”

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

DEDICAÇÃO

“As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.”
Psicografia de Chico Xavier

“É preciso dedicação para alcançar os resultados” - ouço aqui.
“Isso demanda muita dedicação” - ouço acolá.
“Sem dedicação, não dará certo” - alguém profetiza.
“Com tanta dedicação, o resultado só poderia ser esse!” - outro comemora.
 Mas de onde vem essa tal dedicação, eu pergunto?
E para onde ela me levará?
Dedicação é o devotamento.
Dedicar-se significa dar afeição, empregar esforço, empenhar-se.
 Desavisadamente, alguém diria então:
"Mas então eu me dedico em tudo que faço, pois a cada instante emprego minha atenção e força para uma determinada tarefa…"
 Não é da dedicação no sentido amplo que pretendo tratar aqui, mas da dedicação num sentido mais verdadeiro e cristão do termo.
 Muitas e muitas vezes, executamos tarefas no “piloto automático”.
Caímos na rotina e muitos afazeres tornam-se uma expressão mecânica de nossa vida.
Há coisas simples, como empurrar a porta da geladeira com os pés sem verificar se ela realmente fechou, desligar o telefone apressadamente sem verificar se ele foi para o gancho ou arremessar a roupa suja no canto sem saber se acertamos o cesto.
Essas são, sem dúvida, coisas que acabam passando despercebido e que, para falar a verdade, não são capazes de causas danos de grande importância.
Mas há coisas importantes, que não deveriam cair no mesmo automatismo dessas tarefas materiais.
Deixar de dar atenção à criança queixosa de afeto, dar um “bom dia” desarmônico aos colegas de trabalho ou não estar disponível para o companheiro que chega do trabalho com uma ruguinha de preocupação… esses são exemplos de falta de dedicação que podem, sim, causar um dano difícil de reverter.
E por quê?
Por que é tão importante que dediquemos afeto aos familiares, amigos, companheiros e irmãos de jornada?
Por que, se, afinal, temos todos os próprios problemas?
Porque nós, cristãos, espíritas que somos, sabemos que tudo aquilo que é colocado em nosso caminho faz parte de providência divina.
 A criança chorosa clama nossa sensibilidade.
O colega de trabalho desrespeitoso clama nossa polidez.
O companheiro em desgraça clama nossa compaixão.
A família em apuros clama nossa fraternidade.
Um irmão a esmolar clama nossa caridade.
Na verdade, o chamado à dedicação chama-se OPORTUNIDADE.
E, como tal, não pode ser desperdiçada.
Deixar passar a oportunidade que Deus coloca a cada instante em nossas vidas é pedir para que o Universo todo se mobilize, mais uma vez, para nos disponibilizar uma nova chance para o nosso resgate.
Isso nada mais é do que egocentrismo: o grande mal que assola a humanidade.
Para sermos bons cristãos, não podemos, então, desperdiçar nenhuma oportunidade. Devemos nos dedicar a tudo o que fazemos, a todas as oportunidades que são colocadas à nossa frente.
Lembremo-nos de que o fardo que nos é dado é exatamente aquele que podemos carregar, razão pela qual não nos faltarão, verdadeiramente, forças suficientes para a melhor resolução dos problemas.
Sim, a melhor resolução.
Porque dedicação não é “quase chegar lá”, não é conseguir “mais ou menos” ou talvez ter feito o que podia. Dedicação é dar tudo de si!
"No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz."
Ayrton Senna
 Mesmo que o resultado não seja aquele afoitamente esperado, quando damos tudo de nós, temos a consciência do dever cumprido e a certeza de que nenhum empenho foi em vão.
A dedicação é a chave para o sucesso de tudo, inclusive de nossa reencarnação.
E mais: a dedicação reforça o aprendizado e valoriza o resultado.
Por isso, no trabalho, na escola, no relacionamento afetivo, na família, no círculo de amigos, no centro espírita, no supermercado, na farmácia, na academia, no passeio de carro, nos cuidados com a casa, na conversa telefônica, no e-mail, no banho… DEDIQUEMO-NOS, mais e mais, a cada instante.
 “Não reclames, nem te faças de vítima;
Antes de tudo, analisa e observa;
A MUDANÇA ESTÁ EM TUAS MÃOS,
Reprograma tuas metas,
Busca o bem e viverás melhor,
EMBORA NINGUEM POSSA VOLTAR ATRÁS E FAZER UM NOVO COMEÇO,
QUALQUER UM PODE COMEÇAR AGORA E FAZER UM NOVO FIM!”
Chico Xavier
 Paula Duran

 

Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...