quarta-feira, 31 de julho de 2013

AS VIDAS DE ARTHUR

Cometemos erros e acertos, a cada encarnação abraçamos objetivos e nos lançamos aos desafios que o esquecimento traz.

O que pesa em nossas escolhas? 

 O conhecimento absorvido ao longo de nossa existência. 

A cada experiência acumulamos afetos e desafetos, mas chegará o dia em que acumularemos apenas afetos, acertos e alegrias. 

Somos os únicos responsáveis pelos nossos problemas, somos os únicos responsáveis pelas pedras que existem no caminho que trilhamos. 

Não existem vítimas. 

Não existem culpados. 

Existem os que caminham na contramão da Lei Divina, que enquanto não percebem que estão no contrafluxo, batem, tombam e merecem, sem julgamentos, o apoio daqueles que já perceberam a direção correta - esta é a solidariedade. 

(Do livro "As Vidas de Arthur", de Ana Diegues, pelo espírito de Alberto)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

QUE DEUS TE ABENÇOE

Deus te abençoe o gesto de carinho,
Alma da caridade, branda e pura,
Pela migalha de ventura
Aos tristes do caminho.

Deus te abençoe a refeição sem nome
Que trazes, cada dia,
Aos cansados viajores da agonia
Que esmorecem de fome.

Deus te abençoe a roupa restaurada
Com que vestes, contente,
A penosa nudez de tanta gente
Que vagueia na estrada!...

Deus te abençoe a bolsa de esperança
Que abres, a sós, sem que ninguém te espreite,
Para a gota de leite
Destinada à criança...

Deus te abençoe o pano do lençol
Com que envolves, em doce cobertura,
Os enfermos que choram de amargura,
À distância do sol.

Deus te abençoe, por onde fores,
E te conserve as luzes
Em que extingues, removes ou reduzes
Os problemas, as lágrimas e as dores!

Deus te abençoe a fala humilde e santa,
Com que aplacas a ira
Da calúnia, do escárnio, da mentira,
Na frase que perdoa e que levanta.

Caridade, que o teu nome ressoe,
Pleno de amor profundo,
E por tudo o que fazes neste mundo,
Deus te guarde e abençoe!...

Chico Xavier - Irene Ferreira de Souza Pinto

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O MAL DO ORGULHO

Orgulho é o sentimento de superioridade pessoal resultante do processo natural de crescimento.

Sem esse sentimento de valor pessoal, não encontraríamos motivação para existir e não formaríamos um auto-conceito de dignidade pessoal.

O problema não é o sentimento, é o descontrole de seus efeitos.
Allan Kardec, na questão nº 908 do Livro dos Espíritos, explica que
“todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural(…).
A paixão (…) é uma exageração de uma necessidade ou de um sentimento”.
Portanto, a paixão “está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal quando tem como consequência um mal qualquer”.
Assim, podemos qualificar o orgulho como um mal quando se torna uma “paixão por si mesmo”, ou seja, um excesso que se acresceu à auto-estima.

É nesse sentido que trataremos do orgulho doravante.

Nesse diapasão, o orgulho é uma doença, da qual nos livraremos quando tivermos a coragem de apedrejarmos os espelhos da ilusão e de quebrar as imagens fictícias de nós mesmos, mirando, então, o espelho da realidade, no resgate do ‘eu divino’ e exuberante, ao qual todos nós estamos destinados a ser.
O orgulho é uma perigosa ‘bactéria da alma’, que alimenta uma falsa imagem que criamos para que nos sintamos importantes.

O orgulho advém dessa necessidade de aplacar o profundo sentimento de inutilidade que assola os corações de muitos espíritos, encarados e desencarnados.
O movimento humano passa por severo desafio contra o orgulho, a medida que edifica formalidades que adulam a vaidade pessoal e que enaltecem vitórias institucionais.
Assim, os padrões têm apontado mais para a vaidade que para a verdade.

É preciso humildade para aceitarmos quem somos verdadeiramente e decidirmos interromper as fantasias de grandeza e elevação.
Enquanto isso, na seara espírita, o orgulho é ainda mais perigoso.
Dizem, hoje, haver o “Espiritismo do Cristo” e o “Espiritismo dos homens”.
Quando os princípios religiosos são mais importantes do que os sentimentos, a fraternidade não tem vez e a fé é submetida aos roteiros do ego, desvalorizando-se os ditames da consciência.
“É necessário que Ele cresça e que eu diminua”, ensinou João Batista
(Jo 3:30).

Ao optarmos por sermos um pouco menores, diminuindo para que o Cristo cresça em nós, também optamos pela felicidade.

Para gozar da felicidade, não basta cumpramos algumas receitas de conduta, como se fossem fórmulas prontas.
É preciso merecimento para sermos felizes. Merecimento é um estado afetivo que precisa ser conquistado.

Para Ermance Dufaux, “merecimento é a liberdade conferida pela consciência para o florescimento de elevados recursos interiores; é resultante do esforço de aperfeiçoamento espiritual, constituindo vigoroso campo de atração para o recolhimento da ‘boa parte’ da vida; é o estado íntimo que só começaremos a ouvir a sublime melodia da consciência em substituição ao valor que damos à gritaria do ego”.
Diante desse quadro, é preciso que descubramos a felicidade, a partir do instante em que nos despimos do orgulho.

O orgulho é porta perigosa e obstáculo à paz.

É imperioso que busquemos identificá-lo e dizimá-lo em inúmeras situações cotidianas.
Assim, proponho uma reflexão.
Trago diversas situações aqui e peço que reflitam sobre elas, identificando:
1- o orgulho se manifestando;
2- uma forma de superá-lo e;
3- como resultado, o que será colhido no êxito deste esforço.

São 4 situações fictícias.
1. Joaquim vai ao Centro Espírita e, ajudado em seu problema, recebe orientação para trabalhar e estudar.
Joaquim se matricula em vários cursos, além de ser o primeiro a chegar e o último a sair do Centro.
Passando por atritos em seu casamento, Joaquim queixa-se ao Céu:
“Isso não é justo! Sou profundo estudioso e trabalhador sempre a postos. Isso deveria bastar para afastar-me os problemas.”

a)     Onde está a manifestação do orgulho?
b)     Qual a postura de correção do erro?
c)      Quais os resultados da “cura”?

2. Maria, pessoa de posses e prestígio, vai ao Centro Espírita acompanhar uma amiga no exercício da caridade.
Ouve preleção que lhe fala profundamente na alma, apontando-lhe vicissitude que já está arraigada no seu ser.
Maria exclama com empáfia:
“Ora, estou muito bem assim. Eu sou assim. Esse é o meu jeito! E devolvam-me cá as doações!”

a)     Onde está a manifestação do orgulho?
b)     Qual a postura de correção do erro?
c)      Quais os resultados da “cura”?

3. Pedro, orador da Casa espírita, vê suas palestras esvaziarem-se. Tem-se habituado a utilizar-se do chavão religiosista de que “espírita faz isso, espírita não faz aquilo”.
O que está acontecendo com Pedro?

a)     Onde está a manifestação do orgulho?
b)     Qual a postura de correção do erro?
c)      Quais os resultados da “cura”?

4. Magda conta a José que seu problema não se resolveu, malgrado tenha Magda seguida por semanas com o tratamento em uma das salas de assistência do Centro Espírita.
E José, antes de tudo, pergunta já descrente:
“Não me diga que você passou na sala do Ciclano, na do Beltrano ou na do Fulano, ao invés de vir a minha sala?!”

a)     Onde está a manifestação do orgulho?
b)     Qual a postura de correção do erro?
c)      Quais os resultados da “cura”?

Refletir sobre estas questões é dinâmica que data de mais de cem anos.
No capítulo X, item 10, do Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec assinalou:
“Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós.
Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar:
‘Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço?’…

…É o orgulho que induz o homem a dissimular para si mesmo os seus defeitos.

Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo;
O Livro dos Espíritos;
Mereça ser Feliz – Superando as Ilusões do Orgulho. De Wanderley S. de Oliveira, pelo espírito de Ermance Dufaux.

(Paula Duran)


 

terça-feira, 23 de julho de 2013

PERSEVERAI

Filhos, perseverai no testemunho da fé espírita que abraçastes, ante a revivescência do Evangelho do Senhor.
Não recueis ante as provas que vos são necessárias ao burilamento.
Sustentai a coragem na luta, conscientes de que toda conquista nos domínios do espírito reclama esforço e sacrifício continuados.
Ninguém ascende aos Cimos de passo preso à retaguarda.
A Doutrina Espírita liberta o pensamento, no entanto aquele que procura superar o comodismo intelectual de séculos sempre encontrará oposição.
É natural, pois, que as trevas conspirem contra os vossos anseios de elevação.
Os espíritos, quer encarnados, quer desencarnados, habituados à mesmice em que vivem, haverão de pelejar para vos desalentar em vossos novos propósitos na existência.
Muitos vos tentarão com o imediatismo dos prazeres mundanos e com as facilidades materiais do caminho.
Outros urdirão sofismas, com o intento de vos afastar dos objetivos superiores que concentrastes, na necessidade de renovação íntima.
Sem que percais de vista a trajetória do Cristo, não olvideis que a obra da redenção humana diz respeito a cada espírito em particular.
A hora do testemunho é uma hora solitária.
Em torno, apupos e injúrias, hostilidade e incompreensão.
Não raro, amigos e companheiros permanecerão à distância, vos contemplando as reações.
Convosco, não tereis por escora, na áspera subida, outra que não seja a cruz que vos pesa nos ombros.
Quase ninguém vos verá o pranto que se vos escorre na face, confundindo-se com o suor derramado no cumprimento do dever.
Inevitável, a sensação de extremo abandono dos homens, que vos deve induzir a bem maior confiança em Deus.
Filhos, não permuteis o que é eterno pelo que é transitório.

Embora sob duros reveses, insisti na prática do bem aos semelhantes e tomai a iniciativa do perdão, na certeza de que o tempo urge e que, ao termo da vossa caminhada sobre a Terra, não tereis outro Céu que não seja o da consciência tranqüila.

(Do Livro "A Coragem da Fé", de Carlos Bacelli, pelo espírito de Bezerra de Menezes)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

AO AMANHECER

Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.
Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados; otimismo diante das ocorrências que surgirão; coragem no confronto das lutas naturais; recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.

Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.
Dirige cada ação à sua finalidade específica.
Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.

Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.
Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.

(Pelo espírito de Joanna de Ângelis, pelo médium Divaldo Pereira Franco)



sexta-feira, 19 de julho de 2013

DEZ LEIS PARA SER FELIZ

Você pode ter defeitos, 
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, 
mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. 
E você pode evitar que ela vá a falência. 

Há muitas pessoas que 
precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse 
de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade,
caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, 
relacionamentos sem desilusões. 

Ser feliz é encontrar 
força no perdão, esperança nas batalhas, 
segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender 
lições nos fracassos. 

Não é apenas ter júbilo nos aplausos, 
mas encontrar alegria no anonimato. 

Ser feliz é reconhecer que vale a pena 
viver, apesar de todos os desafios, 
incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos 
problemas e se tornar um autor da 
própria história.

É atravessar desertos fora de si, 
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. 
É agradecer a Deus a cada manha pelo milagre da vida. 

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. 
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". 
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples ,
que mora dentro de cada um de nós. 

É ter maturidade para falar "eu errei". 
É ter ousadia para dizer "me perdoe". 
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você". 
É ter capacidade de dizer "eu te amo". 
É ter humildade da receptividade. 

Desejo que a vida se torne um canteiro 
de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece, 
pois assim você descobrirá que ser feliz
não é ter uma vida perfeita, mas usar 
as lágrimas para irrigar a tolerância. 
Usar as perdas para refinar a paciência. 
Usar as falhas para lapidar o prazer. 
Usar os obstáculos para abrir as janelas 
da inteligência. 

Jamais desista de si mesmo. 
Jamais desista das pessoas que você ama. 
Jamais desista de ser feliz, 
pois a vida é um obstáculo imperdível, 
ainda que se apresentem dezenas de fatores 
a demonstrarem o contrário.

(Augusto Cury)





quarta-feira, 17 de julho de 2013

VOCÊ ESTÁ FUGINDO DE QUÊ?

Passamos pela fatídica data de 21 de Dezembro de 2012 sem contratempos ou transtornos; todas as profecias que nos falavam de catástrofes de todo tipo ficaram obsoletas e a vida continua aparentemente como antes: temos de trabalhar ou estudar (muitas vezes as duas coisas juntas), cuidar da saúde, da educação dos filhos e de todas as tarefas que dizem respeito à nossa passagem pelo planeta azul... e as condições de vida atuais deixam muito a desejar. Violência, corrupção, poluição, injustiça social, intolerância, medo, desesperança, isolamento, desrespeito...

Quem mora na cidade grande, e tem condições para viajar, anseia impacientemente que o fim de semana chegue logo para finalmente poder desfrutar um merecido descanso na praia -ou no campo- para ele e sua família... descanso?

Sair da cidade tornou-se quase sempre tarefa das mais estressantes e cansativas, pois a quantidade de seres humanos que enfrentam a estrada é cada vez maior e onde quer que vão encontrarão engarrafamentos, dificuldade em estacionar, praias superlotadas, preços abusivos, lixo acumulado e muitas vezes condições atmosféricas em nada animadoras, sem contar os muitos acidentes de trânsito e suas consequências funestas. Um verdadeiro purgatório.

O que será que provoca este êxodo quase incontrolável, esta mobilização coletiva que resulta frequentemente em frustração completa? Por que deixamos nosso lar, que deveria ser nosso santuário, e ficamos horas a fio presos com o motor ligado no meio de um congestionamento, sob o sol escaldante... estamos fugindo de quê? 

De que vale se deslocar de um lugar para outro carregando junto o vazio interior, a angústia, a solidão, ainda que estejamos acompanhados de familiares ou amigos?
Provavelmente, estamos tentando fugir de nós mesmos, talvez prisioneiros de um trabalho que não é "o nosso", que visa exclusivamente valores materiais e o lucro a qualquer custo, mas que não agrega conhecimento e nem evolução da alma, nossa essência que ficou esquecida, largada numa pequena gaveta de nosso ser, lembrada somente nas horas da perda de um ente querido, de uma doença mais grave ou de um acidente aparentemente "casual" que nos tira do ar por algum tempo, obrigando-nos a interromper de vez aquele ritmo alucinado e fora de rumo. Nesta hora em que muitas vezes ficamos olhando horas e horas para o teto do quarto, sobra tempo para refletir, questionar a validade de nossa contribuição e de nosso foco principal, bem como a ética, a honestidade e a integridade da empresa.

Talvez estejamos esquecendo de nosso centro, aquele que permanece indissoluvelmente ligado à Fonte, ainda que fique tempo demais relegado a um lugarzinho escuro no meio do peito, na altura do coração. Coisas demais para fazer, a fim de manter o status, de adquirir os objetos que utilizamos (ou ostentamos), o carro que dirigimos, o celular superinteligente que sabe responder às nossas perguntas, ainda que seja em inglês. Ou para fazer aquela tão almejada viagem ao exterior, voltando cheios de mercadorias "da hora", com o cartão de crédito em chamas, repletos de imagens exóticas para impressionar e matar de inveja nossos companheiros do Facebook.

Será que a vida se resume a isto? A um mero "faz de conta"?
Quase tudo isto é supérfluo, passageiro, não traz completude ou aquela profunda e sagrada sensação de felicidade. Talvez sirva mesmo para mostrar a quem vê que precisamos de ajuda, de transformação interior, de expandir a consciência, de acordar enfim do sono profundo no qual estamos imersos sem saber.

Já fui assim, vivi adormecido e distante da "verdade verdadeira" quase metade da minha vida, condicionado fortemente por valores que não me pertenciam, mas que aceitava como se não soubesse que sou o único dono de minha vida, de meu destino. Fui forçado a mudar pela dor, pela doença, olhando o teto... no entanto, não precisa ser assim, é normal e necessário que todos se libertem da ilusão e realizem no mínimo algo que valha a pena, lembrando sempre que podemos fazer da vida uma magnífica obra de arte. E todos receberão do Universo a ajuda necessária para tanto. Uma conspiração do bem.

(AUTOR DESCONHECIDO)

terça-feira, 16 de julho de 2013

MENSAGEM FRATERNA

Meu irmão, tuas preces mais singelas 
São ouvidas no espaço ilimitado, 
Mas eu sei que às vezes choras, consternado, 
Ao silêncio da força que interpelas.

Volve ao teu templo interno abandonado, 
- A mais alta de todas as capelas -
E as respostas mais lúcidas e belas, 
Hão de trazer-te alegre e deslumbrado. 

Ouve o teu coração: em cada prece, 
Deus responde em ti mesmo e te esclarece,
Com a força eterna da consolação. 

Compreenderás a dor que te domina, 
Sob a linguagem pura e peregrina, 
Da voz de Deus, em luz de redenção. 

(Auta de Souza, por Francisco Cândido Xavier)

sábado, 13 de julho de 2013

ARMAGEDOM


          (…) — Tudo isso produziu em mim intensas reflexões. Fiquei a imaginar quanto falta aos nossos irmãos encarnados se fortalecerem em conhecimento, disciplina, garra e organização para enfrentar, de igual para igual, essas questões tão sérias e intricadas, que guardam relação estreita com as comunidades umbralinas e subcrostais que operam com o objetivo de retardar o progresso a humanidade.

— Temos diante de nós um desafio imenso — principiou Pai João, surpreendendo-me em meus pensamentos, ditando-me alguns apontamentos e observações. — É inadiável atualizar o conhecimento espiritual, capacitar os médiuns, instrumentalizando-os com estudo e novas técnicas, além de fundamentar nossas ações nos princípios éticos do Evangelho do Cristo. Estamos no meio de uma batalha espiritual sem precedentes na história. Somos nós os chamados para a hora do Armagedom.

"Médiuns, nossos irmãos e parceiros, a urgência da hora exige de vocês — assim como de nós, espíritos — um comprometimento integral com a causa do bem. Não há lugar para vacilações e dúvidas, nem tempo para pestanejar. O momento histórico e espiritual que vive o planeta Terra chama-nos à responsabilidade, e quem não se colocar como instrumento das forças superiores do bem e da luz já está, por si só, entregando-se como instrumento da discórdia e das forças de oposição ao Cordeiro. Invistamos no conhecimento superior — prosseguiu o pai-velho. — Sejamos nós os trabalhadores da ultima hora, porém aqueles que se especializam para o enfrentamento das questões sérias desencadeadas pela obsessão em suas formas mais complexas, mas nem sempre sutis. O Plano Superior aguarda novos parceiros, e não apenas médiuns passivos. Espera instrumentos participativos e atuantes, para que a vitória das falanges do bem seja decisiva, e a Terra, em breve, seja liberada da carga tóxica e das energias densas que a mantêm na retaguarda da evolução."

Após nossas observações no tocante ao reino das sombras, emergimos das regiões abissais em direção às claridades do lar espiritual que nos abrigava, retomando a roupagem fluídica que nos era própria. Raul, por sua vez, vinha conosco, depois que João Cobú o reconduziu para refazimento em estância superior. Deveria restabelecer-se, liberando o corpo espiritual de eventuais resíduos, e, sob a tutela dos nossos benfeitores, sua saúde, razoavelmente comprometida, poderia alcançar relativo equilíbrio. Fomos recebidos por Joseph Gleber, que pessoalmente nos abraçou, enquanto juntos, em oração, agradecíamos ao Pai pelas oportunidades e nos colocávamos sempre dispostos a novos investimentos que porventura nos fossem dirigidos. Não havia dúvida de que as reflexões advindas das últimas experiências enriqueceram nosso espírito, que se preparava para novas frentes de trabalho, que, com certeza, seriam prodigalizadas a todos nós.

Livro:  Legião – Um Olhar Sobre o Reino das Sombras

Robson Pinheiro, pelo Espírito Ângelo Inácio

sexta-feira, 12 de julho de 2013

NÓS E O MUNDO

“Dai e ser-­vos-­á dado”  Jesus (Lucas, 6: 38)

“Vós,  porém,  que  vos  retirais  do  mundo,  para  Me  evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes  na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que
fugis à luta e desertais a combate?”
(Cap.O5, Item 26)

Muitos religiosos afirmam que o mundo é poço de tentações e culpas, procurando o deserto para acobertar  a pureza, entretanto, mesmo ai, no silencioso
retiro em que se entregam a perigoso ócio da alma, por mais humildes se façam, comem, os frutos e vestem a estamenha que o mundo lhes oferece.
Muitos escritores alegam que o mundo é vasto arsenal de incompreensão e discórdia, viciação e delinqüência, Como quem se vê diante de um serpentário, contudo, é no mundo que recolhem o precioso material em que gravam as próprias
idéias e encontram os leitores que lhes compram os livros.
Muitos pregadores clamam que o mundo é vale de malicia e perversidade, qual se as criaturas humanas vivessem mergulhadas em piscina de lodo, todavia, é no mundo que adquirem os conhecimentos com que ornam o próprio verbo e acham
os ouvintes que lhes registram respeitosamente a palavra.
Muitas pessoas dizem que o mundo é antro de perdição em que as trevas do  mal senhoreiam a vida, no entanto, é no mundo que receberam o regaço materno  para tomarem o arado da e experiência é no mundo que se nutrem confortavelmente
a fim de demandarem mais altos planos evolutivos.
O mundo, porém, obra­prima da Criação, indiferentes às acusações gratuitas que lhe são desfechadas, prossegue florindo e renovando, guiando o  progresso e sustentando as esperanças da Humanidade.
Fugir de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é
abraçar o egoísmo mascarado de santidade.
O aluno diplomado em curso superior não pode criticar a bisonhice das mentes infantis, reunidas nas linhas primárias da escola.
 Os bons são realmente bons se amparam os menos bons.
Os sábios fazem jus à verdadeira sabedoria se buscam dissipar a névoa da ignorância.
O Espírita, na essência, é o cristão chamado a entender e auxiliar.
Doemos, pois, ao mundo ainda que seja o mínimo do máximo que
recebemos dele, compreendendo e servindo aos outros, sem atribuir ao mundo os erros e desajustes que estão em nós.


(Do “Livro da Esperança”, de Francisco C. Xavier, pelo espírito de Emmanuel)


segunda-feira, 1 de julho de 2013

CONTEMPLAR O BELO


"É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção..."

Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É dialogar com os amigos, elogiar as pessoas, amar os desafios da vida. É admirar as crianças, ouvir as histórias dos idosos. É descobrir as coisas lindas e ocultas que nos rodeiam. É admirar as nuvens, o canto dos pássaros, o baile das olhas sob a orquestra do vento. É perceber além das imagens e das palavras. Creio que menos de 10% das pessoas sabem contemplar o belo. Quem despreza essa lei tem uma alegria fugaz, uma emoção superficial.

O PRAZER DE VIVER 

Se sua história se transformou numa rotina repleta de tédio, se lhe faltam prazer, sabor e encanto pela vida, é porque você não tem gastado tempo contemplando o belo. Desperte! Se não usar essa ferramenta, você poderá ter sucesso profissional, financeiro e social, mas mendigará o pão da alegria. Será infeliz.
O mestre da emoção, Jesus Cristo, parava a multidão que o seguia para fazer dos lírios um show aos seus olhos. Foi feliz na terra de infelizes, pois vivia a arte da contemplação do belo.

BOM HUMOR

Se você contemplar o belo, você será uma pessoa bem-humorada. As pessoas terão prazer de ficar ao seu lado. Mas, se não contemplar, viverá debaixo da ditadura do mau humor e do negativismo. Nem você mesmo se suportará.
Diversas doenças auto-imunes, cardíacas, bem como alguns tipos de câncer, são desencadeadas pelos transtornos emocionais, em especial pelo mau humor. Uma pessoa otimista vive melhor e por mais tempo.
Contemple o belo para ser bem humorado. Ser negativista não resolve os problemas, mas pode abreviar seus dias...

REJUVENESCIMENTO DA EMOÇÃO 

Se você contemplar o belo, será sempre jovem, ainda que o tempo sulque seu rosto com rugas. Se não contemplar, você poderá fazer cirurgia plástica, peelings, mas envelhecerá no único lugar que é proibido envelhecer: no território da emoção. Reclamar é um dos sintomas da velhice emocional.
Muitos jovens são emocionalmente velhos. Eles reclamam do corpo, da roupa, da comida, de levantar pela manhã, de estudar, de que não há nada para fazer. São infelizes porque não sabem agradecer nem fazer muito do pouco. Abra os olhos!

AUTO-ESTIMA 

Quem observa a lei de contemplar o belo tem elevada auto-estima, está sempre em consigo mesmo. Mas eis que a psicologia constata algo trágico, a baixa auto-estima se tornou uma síndrome epidêmica. Observe o caso da guerra das mulheres com o espelho. Ao invés de contemplar seus aspectos positivos diante do espelho, elas são especialistas em enxergar seus defeitos.
Atendi muitas mulheres que se queixam com os maridos sobre as áreas do seu próprio corpo que detestam. A baixa auto-estima delas sufoca o amor deles. Por quê? Porque todas as reclamações delas registram-se na memória deles. E, como estudaremos, esse registro não pode mais ser apagado, só reescrito. Com o tempo, seus maridos começam a supervalorizar os defeitos reclamados por elas.
Isso sufoca o interesse e o amor.
As mulheres também se afligem diante das revistas que destacam o corpo e não a inteligência feminina. Ao invés de se sentirem belas, elas comparam seu corpo com o das modelos e se martirizam. Cuidado! Tudo o que você reclama se torna um veneno para sua auto-estima.

DICAS PARA CONTEMPLAR O BELO


Todas as pessoas devem sentir-se bonitas. Não seja escravo do padrão de beleza da mídia. Diga diariamente: eu sou bonito(a)! Pois o feio e o belo são relativos. Beleza está nos olhos de quem contempla...
Contemplar o belo é colocar combustível na felicidade. Cuide de plantas, escreva poesias. Role no tapete com as crianças. Valorize as coisas que são aparentemente insignificantes. Escreva cartas para os amigos. Descubra os filhos. Explore o mundo dos seus pais. Fique dez minutos por dia em silêncio contemplativo. Falar da felicidade sem contemplar o belo é cair no vazio.

(Augusto Cury)


Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...