“Dai e ser-vos-á dado”
Jesus (Lucas, 6: 38)
“Vós, porém, que vos
retirais do mundo, para Me
evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes
na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que
fugis à luta e
desertais a combate?”
(Cap.O5,
Item 26)
Muitos
religiosos afirmam que o mundo é poço de tentações e culpas, procurando
o deserto para acobertar a pureza, entretanto, mesmo ai, no
silencioso
retiro
em que se entregam a perigoso ócio da alma, por mais humildes se façam, comem,
os frutos e vestem a estamenha que o mundo lhes oferece.
Muitos
escritores alegam que o mundo é vasto arsenal de incompreensão e discórdia,
viciação e delinqüência, Como quem se vê diante de um serpentário, contudo, é
no mundo que recolhem o precioso material em que gravam as próprias
idéias
e encontram os leitores que lhes compram os livros.
Muitos
pregadores clamam que o mundo é vale de malicia e perversidade, qual se as
criaturas humanas vivessem mergulhadas em piscina de lodo, todavia, é no
mundo que adquirem os conhecimentos com que ornam o próprio verbo e acham
os
ouvintes que lhes registram respeitosamente a palavra.
Muitas
pessoas dizem que o mundo é antro de perdição em que as trevas do mal
senhoreiam a vida, no entanto, é no mundo que receberam o regaço materno
para tomarem o arado da e experiência é no mundo que se nutrem confortavelmente
a
fim de demandarem mais altos planos evolutivos.
O
mundo, porém, obraprima da Criação, indiferentes às acusações gratuitas que
lhe são desfechadas, prossegue florindo e renovando, guiando o progresso
e sustentando as esperanças da Humanidade.
Fugir
de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é
abraçar o
egoísmo mascarado de santidade.
O
aluno diplomado em curso superior não pode criticar a bisonhice das mentes
infantis, reunidas nas linhas primárias da escola.
Os bons são realmente bons se amparam os menos
bons.
Os
sábios fazem jus à verdadeira sabedoria se buscam dissipar a névoa da ignorância.
O
Espírita, na essência, é o cristão chamado a entender e auxiliar.
Doemos,
pois, ao mundo ainda que seja o mínimo do máximo que
recebemos
dele, compreendendo e servindo aos outros, sem atribuir ao mundo os erros e
desajustes que estão em nós.
(Do “Livro
da Esperança”, de Francisco C. Xavier, pelo espírito de Emmanuel)
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