quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

PRÁTICA ESPÍRITA - PARTE III


Lembremo-nos que os segundos, são os humildes, que se humilham diante de Deus, não se consideram superiores aos demais, ou seja, são os pobres de espírito. São alguns dos bem aventurados. Enquanto não nos apequenarmos diante de Deus, nosso Pai de Infinita Bondade e Sabedoria, não teremos acesso à Verdade Integral e, se não formos sinceros em nosso amor para com o próximo, não nos expandiremos para além dos limites de nós mesmos. È pelo orgulho de seu excessivo conhecimento, que o homem vem se constituindo em ameaça para a civilização, se revelando mais carente de amar e ser amado. É o Amor que nos conduz à essência da Verdade, e não o contrário. Os simples e pequeninos são aqueles que se esquecem, relegando a plano secundário a própria felicidade, que, afinal, se resume na felicidade de promover a felicidade do próximo.
É chegada a hora em que o homem, após dois mil anos de Evangelho, deve tomar nas mãos as rédeas do destino... É preciso libertar-se do circulo vicioso das reencarnações! Não nos iludamos..., por muito tempo haveremos de continuar trabalhando nos alicerces da Nova Era que se anuncia. O Cristo não nos advertiu em vão. No alvorecer do 3º milênio da era cristã, a Humanidade se encontra à beira de tenebroso precipício. O momento é de oração, sem duvida, mas também de conjugação de esforços para que, juntos, preservemos os valores alcançados pela civilização. O espírita não deve mais pensar em reencarnar apenas com o propósito de cuidar de si... A coletividade humana pede socorro; a Natureza no orbe agoniza; os poderes das trevas se adensam e ocupam posições estratégicas, com a intenção de deflagrar a catástrofe, que poderá mergulhar no caos a vida no planeta...  Hoje, acima de nossos carmas pessoais, pesa o carma da Humanidade.
Como, meu Deus, verdadeiramente amar o necessitado que nos bate à porta ou que nos espera em nossas instituições assistenciais? Quando deixaremos de destinar ao carente apenas as migalhas que nos sobram? Quando, fazendo tão pouco, ou quase nada, deixaremos de supor que fazemos muito? Quando não mais nos recolheremos em nossas confortáveis residências, de consciência anestesiada, sem que nos incomodem os que perambulam expostos às intempéries? Quando pararemos de vender o Senhor, como artigo de fé em nossos templos de oração? Quando deixaremos de crer por simples conveniência, para que o sofrimento, que não poupa ninguém, não nos arrase? Quando? Quando?
Diante do que o Mestre realiza, preocupado com que nenhuma das ovelhas que o Pai lhe confiou se perca, a verdade é que nada fazemos; pois ainda não aprendemos a servir com indispensável desapego de nós mesmos... Uma coisa é servir aos propósitos do Bem, convictos de que não nos resta alternativa, outra é servir por amor!
Todos os dias, carecemos de nos vigiar em nossas atitudes, não deixando de formular a nós mesmos, a seguinte indagação: Por que me tornei espírita?  Com que intuito tenho procurado ser médium? O que me inspira quando me disponho a discorrer sobre os princípios da Doutrina? O que penso em relação aos demais companheiros de Ideal? Estarei de fato, agindo, isento de interesses menores.
Quantos não são os que, ‘tendo começado no espírito’, se desvirtuaram depois? Infelizmente, são muitos os que abraçam o Espiritismo e, com o tempo, acabam deixando novamente prevalecer o ‘homem velho’...
O Espiritismo não pretende ser uma religião formalizada; o seu propósito é o de vitalizar todas as crenças, escoimando-as da intromissão humana que as têm desfigurado... O Espiritismo, assim como o Cristianismo, não almeja senão que o homem renda culto exclusivamente à Verdade e aprenda a amar. No futuro, sem que tenham necessidade de se converter, todos serão naturalmente espíritas – adeptos dos postulados fundamentais da Doutrina, que serão, finalmente, aceitos por todas as religiões. Haverá um momento de transição... Teremos católicos-espíritas, protestantes-espíritas, etc, e assim por diante, até que todos os princípios religiosos se unifiquem. As religiões mais ortodoxas e conservadoras, por exemplo, se retornarem às suas origens, identificar-se-ão com as teses defendidas pelo Espiritismo, que, na inspirada palavra do Codificador, “é o mais poderoso auxiliar das religiões”.



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PRÁTICA ESPÍRITA - PARTE II



O mundo é resultado de nossa projeção mental, de nossas aspirações, desejos, sonhos e ideais.
E isto não poderá acontecer sem o concurso da dor.
Pois é no cadinho das provas que o espírito amadurece.
O Espiritismo é a restauração do Cristianismo, é a sua revivescência, no entanto, os próprios espíritas, imperceptivelmente, vêm se afastando da aplicação do Evangelho em suas vidas; preocupados com a dinâmica da revelação, muitos andam esquecidos de colocar em prática as virtudes da caridade de uns para com os outros, da tolerância fraternal, da paciência, da humildade, do desinteresse.
A mediunidade tornou-se um fator obsessivo para muitos; mediunidade nunca foi e nunca será característica de grandeza espiritual para ninguém.
Na atualidade, há mais médiuns colocando palavras na boca dos espíritos do que espíritos colocando palavras na boca dos médiuns; há mais médiuns subjugando a mediunidade aos seus propósitos que a ela se sujeitando, no exato desempenho de seus deveres.
Em essência, prática mediúnica é exercício de desapego.
Hoje, a maioria dos médiuns, quer  mais cargos nos Centro Espírita, do que os encargos advindos dos cargos.
Com Jesus, retribuir o mal com o bem é simples obrigação.
“E se vós amais somente aos que vos amam, que merecimento tereis?  Os pecadores também amam os que os amam”.
O segredo da Vida não está com quem conhece a Verdade, mas com quem sabe amar, incondicionalmente.
Entre o homem e Deus, a ponte de ligação é o próximo!
Enquanto não compreendermos isto, não estaremos na vivência plena do Evangelho.
Allan Kardec abriu ‘picadas’ na selva escura da ignorância humana; não obstante, se desejamos alcançar maior claridade, precisamos caminhar com Jesus e Kardec, objetivando o progresso da humanidade...
O conhecimento da Verdade só por si não basta, afinal, não devemos usar mais a Razão do que a Fé.
É preciso equilíbrio!
O espírita não é um ser superior, e o fato de aderirmos à Doutrina, por si só, não nos torna diferentes dos outros, tão amados por Deus e tão esperados por Ele quanto nós.
Precisamos aprender a entender, e assim melhor distinguir o que Jesus nos dizia: “... porque escondestes estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelastes aos simples e pequeninos”!
Entendamos pelos primeiros, que são os orgulhosos, envaidecidos com o seu saber mundano, que se julgam prudentes, pois que negam a Deus, tratando-o de igual para igual, quando não o rejeitam; são os que não querem se comprometer com a Verdade; são os que rotulam de superstição e fanatismo os assuntos pertinentes às religiões, são os que, por seus títulos, julgam saber mais que os outros; são os que cumulam o Criador de exigências, lançando desafios aos Céus e fixando um preço para a sua conversão, são os que se constituem em obstáculo ao progresso moral da Humanidade; são, muitas vezes, os nossos irmãos de Ideal, que se opõem sistematicamente uns aos outros, não com o intuito de preservar a unidade da Doutrina, mas, sob a influência de entidades infelizes, defender escusas intenções...
Os doutos e prudentes somos nós, que ainda não aceitamos Jesus em definitivo, em nossos corações!
Somos nós que relutamos em nos renovarmos intimamente...
Nós que não aprendemos a renunciar o bastante em prol da Causa que abraçamos; que não nos animamos a seguir o Mestre na subida gloriosa do Calvário, que nos rebelamos contra o fardo que nos pesa aos ombros e nos sentimos injustiçados pela vida...
Somos nós que não nos encorajamos à iniciativa do perdão, da renuncia e do amor incondicional; somos nós que, há séculos, escutamos com desconfiança as promessas do Senhor e vacilamos quando nos conclama: “Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.”; somos nós que anunciamos o Cristo aos outros, na condição de Salvador, traçando limites à sua benéfica influência em nós...
Sim, somos nós que não caminhamos a segunda milha; que não retribuímos o mal com o bem; que não nos reconciliamos com os adversários; que não tiramos primeiro, a trave que nos impede mais nítida visão; que nos apressamos em julgar as alheias atitudes, esquecidos de que, com a mesma medida que medirmos aos outros, seremos medidos por nossa vez; os que, quase sempre,  estamos prontos para lançar a primeira pedra...
Enfim, os doutos e prudentes somos nós, espíritos recalcitrantes, repletos de mazelas que, em vão, intentamos disfarçar!...





segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PRÁTICA ESPÍRITA - PARTE I


Na semana passada, tivemos na CASA DO CAMINHO uma palestra do Sr. Sérgio, que gentilmente nos cedeu o texto por ele apresentado. Por ser bastante extenso, dividimo-lo em cinco partes. Assim, nesta semana, de segunda à sexta-feira, teremos o conteúdo na íntegra.

***

A Doutrina Espírita em sua função social tem como objetivo maior a renovação moral do ser humano.
O Espiritismo propõe sob a luz do Evangelho de Jesus a educação integral do homem.
É muito importante que busquemos na simplicidade da prática espírita o Amor, como o elemento mais valioso no resgate dos que, desorientados e aflitos, buscam ajuda nas casas espíritas, onde trabalhamos.
No trabalho de acolhimento e ajuda no Centro Espírita, precisamos nos armar de paciência e muita humildade, externando gestos de amor e caridade para os que sofrem e necessitam dos recursos espíritas para minimizar suas dores morais.
Lembremo-nos que caridade é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas, doando do que temos e do que somos.
O verdadeiro espírita estuda, busca o aprimoramento intimo, ajuda e se escuda no Evangelho para prosseguir fiel à Codificação Espírita.
Reconhece suas limitações e se esforça constantemente para melhorar sua condição de obreiro do bem, conjugando seu desejo de servir com a busca do conhecimento através do estudo e da compreensão das finalidades da Casa onde labora.
Quando o Espírito de Verdade  nos concita ao ‘amai-vos e instruí-vos’, alerta-nos da necessidade do amor em nossas práticas, mas é imperativo ao afirmar que não nos esqueçamos do estudo e assim discerniremos com maior clareza o que convém ou o que não é lícito realizar, e não burlarmos as propostas de nossa Doutrina.
Espíritas despreparados, equivocados e sem embasamento doutrinário comprometem e retardam o trabalho de renovação moral da Humanidade, deixando-se arrastar pela vaidade, pelos modismos e adaptações inadequadas à pureza dos princípios doutrinários.
Raros são os espíritos que assumem a autoria de seus erros e, de livre iniciativa, se dispõem a corrigi-los, criando oportunidades reencarnatórias para tanto; a maioria vive negando o que fez, lançando sobre os outros a culpa de seus equívocos e desmandos.
Nunca estamos satisfeitos com o que somos ou representamos diante dos outros, e, no íntimo, alimentamos a esperança de superioridade em relação aos demais: é o nosso orgulho que fala mais alto e não nos permite encarar a realidade da indigência espiritual em que vivemos há séculos...
Enquanto não formos mais honestos e transparentes, admitindo com sinceridade a extensão de nossos deslizes perante a Lei, não começaremos a mudar; reencarnaremos – aliás, como vem acontecendo – sucessivas vezes e sequer daremos conta da própria imortalidade: no corpo ou fora dele, seremos sempre os mesmos, quase sem efetuar nenhum progresso de ordem moral e, quiçá, intelectual.
Vivemos tão embotados psiquicamente, que não percebemos o que sucede conosco.
Enquanto o espírito não começar a transcender a matéria, ele não se integrará com a Criação Divina e viverá, por milênios, escravo de suas rasteiras sensações.



sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ORAÇÃO PARA COMEÇAR O DIA


Hoje é o começo da minha nova vida.
Estou começando de novo hoje.
Todas as coisas boas estão vindo até mim.
Sou grato por estar vivo.
Vejo a beleza ao meu redor.
Vivo com paixão e determinação.
Reservo tempo para rir e brincar todos os dias.
Estou acordado, energizado e vivo.
Estou focado em todas as coisas boas da vida, e agradecido por elas.
Estou em paz e em sintonia com tudo.
Sinto o amor, a alegria e a abundância.
Sou livre para ser eu mesmo.
Sou a magnificência na forma humana.
Sou a perfeição da vida.
Sou grato por ser EU!
Hoje é o melhor dia da minha vida!
Pois sou a imagem e semelhança do meu PAI.
DEUS, obrigado por este dia que se inicia e por ser o meu PAI!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

COMEÇAR DE NOVO


Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!...

Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!...

Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça cada manhã.

Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante solar.

Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto.

Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.

O fracasso visitou-nos em algum tentame de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminho para o êxito desejado.

Temos sido talvez desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.

Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo.

O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.

Desfaçamos-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito!...

Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.

Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e do aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.

Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.

Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PLENITUDE DA VIDA

O ser querido, que a morte arrebatou, não se extinguiu, prosseguindo, em outra dimensão, conforme as suas conquistas morais e espirituais.

A morte, em realidade, é a porta que se abre e conduz à vida plena, onde estuam, indestrutíveis, os tesouros incomparáveis da Eternidade.

Logo após o decesso tumular, não ocorre o enfrentamento com os demônios representativos do Inferno mitológico, nem com os querubins em júbilo para a condução do Espírito aos Céus.

Tem lugar, sim, o encontro com a consciência que desperta para a análise do comportamento vivido em relação àquele que deveria ter sido experienciado.

Nos primeiros dias após a desencarnação, o Espírito geralmente permanece adormecido, de modo que, ao despertar, defronta a realidade na qual prosseguirá a partir daquele momento...

Não existem, porém, duas desencarnações e reconquistas da consciência iguais. Cada ser é um cosmo pessoal, diferindo dos demais, vivenciando emoções e aspirações compatíveis com o seu nível de evolução.

Assim, cada qual acorda no Além-túmulo conforme adormeceu sob o anestésico da morte.

É natural que sofras a saudade daquele a quem amas e partiu da Terra no rumo da Imortalidade.

Não te desesperes, porém, pensando que não mais compartilharás da sua convivência, da sua afetividade, do relacionamento abençoado.

Ao invés de te permitires o arrastamento pelo desespero, acalma-te e envolve o ser querido em lembranças felizes, direcionando-lhe pensamentos edificantes e orações consoladoras. Eles receberão as tuas vibrações de paz e de amor que os reconfortarão, diminuindo-lhes também as angústias pela viagem realizada, as dores que, por acaso, experimentem.

Logo que lhes seja possível, volverão a visitar-te, envolvendo-te em ternura e em gratidão.

Nunca penses na morte em termos de destruição e de aniquilamento.

Tudo, em a natureza, morre para ressurgir, para transformar-se. Por que o ser humano deveria desaparecer?

Se não o vês, isto não lhe significa a desintegração, considerando que a maioria de tudo aquilo em que crês é invisível aos olhos, mas captado por instrumentos especiais torna-se realidade palpável. O mesmo ocorre com os chamados mortos, que podem ser vistos, ouvidos, sentidos e manifestos através do instrumento mediúnico.

Se não és dotado de faculdade ostensiva, és possuidor de sentimentos que te facultam a captação dos pensamentos e dos sentimentos dele.

Se desejas comunicar-te com o afeto que desencarnou, faze silêncio interior e o perceberás, assim lenindo as dores da aflição de ambos com o ungüento da alegria e da esperança do reencontro.

Após a morte dilaceradora e cruel sofrida por Jesus, veio a madrugada da Imortalidade, quando Ele ressuscitou, iluminado e triunfante ao túmulo, confirmando as Suas palavras e promessas, desse modo iniciando a Era nova da felicidade sem interrupção pela morte.

Nunca te olvides, pois, da ressurreição que sempre somente se dará, havendo antes a desencarnação.
 


(Pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 31 de maio de 2004, em Zurique, Suíça)




terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O HOMEM JESUS


Dezembro é um mês muito especial.
Como são todos os meses de dezembro.
As casas, as ruas, as avenidas se enchem de luzes.
Cantos, cantigas, dramatizações do nascimento de uma criança singular se reprisam em escolas, templos e associações.

Em nome de um Menino, os corações se sensibilizam e cada qual procura tornar muito bom o dia do Natal.
Eclodem emoções.
E ante tanta sensibilidade que desfila ao longo desses dias, é de nos indagarmos:
Quem é Essa criança cujo nascimento é evocado, mesmo após decorridos mais de vinte séculos da Sua morte?

Porque afinal, costumamos comemorar o aniversário na Terra dos que estão conosco.
Depois que realizam a grande viagem, rumo ao invisível, nós lembramos outras datas.
Mas ninguém pensa em realizar festa de aniversário para aquele que já se foi.

E outro detalhe muito significativo.
No dia em que se comemora o aniversário Dessa criança, quem recebe os presentes são os que promovem a festa, numa alegre troca de embrulhos, lembranças e mimos.

Só mesmo um Espírito tão grande quanto o do Cristo poderia atravessar os séculos e prosseguir lembrado.
Foi tal a revolução que promoveu no Espírito humano que a Terra O recorda, ano após ano.

Sua revolução não utilizou armas de fogo, ferro ou aço.
Foram, no entanto, as mais invencíveis armas do amor e da bondade.

Desde o nascimento, exemplificou.
Rei das Estrelas, Senhor dos Espíritos, tornou-Se criança, adolescente, homem e viveu com os homens.
Demonstrando, através de pouco mais de três décadas que não importam as circunstâncias, quem deseja ser bom pode sê-lo.

Viveu em período em que a política romana comandava o mundo, em que a hipocrisia farisaica imperava e, no entanto, manteve-Se puro.
Lecionando humildade ao nascer em um berço de palha, traduziu a lição do trabalho na carpintaria de Seu pai José.

Ele, que moldara, junto com o Pai Supremo as formas da Terra que habitamos, não Se envergonhou de domar a madeira e transformá-la em bancos, mesas, utensílios domésticos outros.
Senhor e Mestre, em cada momento de Sua vida, ensinou pelo exemplo, testificando que o bem vence o mal, a luz vence a treva.

Mais de dois mil anos são passados, desde Sua vinda à Terra.
Quando nos decidiremos por Lhe seguir a excelsa doutrina, que conjuga o verbo amar e que utiliza os substantivos doação, renúncia, abnegação?

Jesus é nosso Modelo e Guia.
Por isso mesmo, nenhum de nós deve se dizer desiludido com essa ou aquela postura equivocada de seguidores de qualquer credo.
Porque afinal o que importa mesmo, é a conduta do nosso Mestre Jesus que, em nenhum momento, abandonou as linhas do dever e do amor sem limites.


 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CASA DE HÓSPEDES


O ser humano é uma casa de hóspedes.
Toda manhã uma nova chegada.

A alegria, a depressão, a falta de sentido, como visitantes inesperados.

Receba e entretenha a todos
Mesmo que seja uma multidão de dores
Que violentamente varrem sua casa e tira seus móveis.
Ainda assim trate seus hóspedes honradamente.
Eles podem estar te limpando
para um novo prazer.

O pensamento escuro, a vergonha, a malícia,
encontre-os à porta rindo.

Agradeça a quem vem,
porque cada um foi enviado
como um guardião do além."

Rumi



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

PURIFICAÇÃO ÍNTIMA


“Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.”
(TIAGO, capítulo 4, versículo 8)

Cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele próprio poderá fornecer o testemunho.

O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.

Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências íntimas, necessitadas de retificação.

Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.

Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes… 

Outra coisa, porém, é realizar a obra da elevação de si mesmo, valendo-se da auto-disciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.

O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos discípulos alimpassem as mãos, isto é, retificassem as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao olhar de todos, apelando para que se efetuasse, igualmente, a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos. 

O companheiro valoroso do Cristo, contudo, não se esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.

(Do livro "Caminho, Verdade e Vida", de Francisco C. Xavier, pelo espírito de Emmanuel)



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

NA HORA DA CRISE


Reunião pública de 5/10/1959 - Questão 466 de O Livro dos Espíritos

Na hora da crise, emudece os lábios e ouve as vozes que falam, inarticuladas, no imo de ti mesmo. Perceberás, distintamente, o conflito.
É o passado que teima em ficar e o presente que anseia pelo futuro.
É o cárcere e a libertação.
A sombra e a luz.
A dívida e a esperança.
É o que foi e o que deve ser.

Na essência, é o mundo e o Cristo no coração.
Grita o mundo pelo verbo dos amigos e dos adversários, na Terra e além da Terra.
Adverte o Cristo, através da responsabilidade que nos vibra na consciência.

Diz o mundo: “acomoda-te como puderes”. 
Pede o Cristo: “levanta-te e anda”.

Diz o mundo: “faze o que desejas”. 
Pede o Cristo: “não peques mais”.

Diz o mundo: “destrói os opositores”. 
Pede o Cristo: “ama os teus inimigos”.

Diz o mundo: “renega os que te incomodem”. 
Pede o Cristo: “ao que te exija mil passos, caminha com ele dois mil”.

Diz o mundo: “apega-te à posse”. 
Pede o Cristo: “ao que te rogue a túnica cede também a capa”.

Diz o mundo: “fere a quem te fere”. 
Pede o Cristo: “perdoa sempre”.

Diz o mundo: “descansa e goza”. 
Pede o Cristo: “avança enquanto tens luz”.

Diz o mundo: “censura como quiseres”. 
Pede o Cristo: “não condenes”.

Diz o mundo: “não repares os meios para alcançar os fins”. Diz o Cristo: “serás medido pela medida que aplicares aos outros”.

Diz o mundo: “aborrece os que te aborreçam”. 
Pede o Cristo: “ora pelos que te perseguem e caluniam”.

Diz o mundo: “acumula ouro e poder para que te faças temido”. 
Diz o Cristo: “provavelmente nesta noite pedirão tua alma e o que amontoaste para quem será?

Obsessão é também problema de sintonia.
O ouvido que escuta reflete a boca que fala.
O olho que algo vê assemelha-se, de algum modo, à coisa vista.
Não precisas, assim, sofrer longas hesitações nas horas de tempestade.

Se realmente procuras caminho justo, ouçamos o Cristo, e a palavra dele, por bússola infalível, traçar-nos-á rumo certo.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel, no livro "Religião dos Espíritos")


Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...