terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PRÁTICA ESPÍRITA - PARTE II



O mundo é resultado de nossa projeção mental, de nossas aspirações, desejos, sonhos e ideais.
E isto não poderá acontecer sem o concurso da dor.
Pois é no cadinho das provas que o espírito amadurece.
O Espiritismo é a restauração do Cristianismo, é a sua revivescência, no entanto, os próprios espíritas, imperceptivelmente, vêm se afastando da aplicação do Evangelho em suas vidas; preocupados com a dinâmica da revelação, muitos andam esquecidos de colocar em prática as virtudes da caridade de uns para com os outros, da tolerância fraternal, da paciência, da humildade, do desinteresse.
A mediunidade tornou-se um fator obsessivo para muitos; mediunidade nunca foi e nunca será característica de grandeza espiritual para ninguém.
Na atualidade, há mais médiuns colocando palavras na boca dos espíritos do que espíritos colocando palavras na boca dos médiuns; há mais médiuns subjugando a mediunidade aos seus propósitos que a ela se sujeitando, no exato desempenho de seus deveres.
Em essência, prática mediúnica é exercício de desapego.
Hoje, a maioria dos médiuns, quer  mais cargos nos Centro Espírita, do que os encargos advindos dos cargos.
Com Jesus, retribuir o mal com o bem é simples obrigação.
“E se vós amais somente aos que vos amam, que merecimento tereis?  Os pecadores também amam os que os amam”.
O segredo da Vida não está com quem conhece a Verdade, mas com quem sabe amar, incondicionalmente.
Entre o homem e Deus, a ponte de ligação é o próximo!
Enquanto não compreendermos isto, não estaremos na vivência plena do Evangelho.
Allan Kardec abriu ‘picadas’ na selva escura da ignorância humana; não obstante, se desejamos alcançar maior claridade, precisamos caminhar com Jesus e Kardec, objetivando o progresso da humanidade...
O conhecimento da Verdade só por si não basta, afinal, não devemos usar mais a Razão do que a Fé.
É preciso equilíbrio!
O espírita não é um ser superior, e o fato de aderirmos à Doutrina, por si só, não nos torna diferentes dos outros, tão amados por Deus e tão esperados por Ele quanto nós.
Precisamos aprender a entender, e assim melhor distinguir o que Jesus nos dizia: “... porque escondestes estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelastes aos simples e pequeninos”!
Entendamos pelos primeiros, que são os orgulhosos, envaidecidos com o seu saber mundano, que se julgam prudentes, pois que negam a Deus, tratando-o de igual para igual, quando não o rejeitam; são os que não querem se comprometer com a Verdade; são os que rotulam de superstição e fanatismo os assuntos pertinentes às religiões, são os que, por seus títulos, julgam saber mais que os outros; são os que cumulam o Criador de exigências, lançando desafios aos Céus e fixando um preço para a sua conversão, são os que se constituem em obstáculo ao progresso moral da Humanidade; são, muitas vezes, os nossos irmãos de Ideal, que se opõem sistematicamente uns aos outros, não com o intuito de preservar a unidade da Doutrina, mas, sob a influência de entidades infelizes, defender escusas intenções...
Os doutos e prudentes somos nós, que ainda não aceitamos Jesus em definitivo, em nossos corações!
Somos nós que relutamos em nos renovarmos intimamente...
Nós que não aprendemos a renunciar o bastante em prol da Causa que abraçamos; que não nos animamos a seguir o Mestre na subida gloriosa do Calvário, que nos rebelamos contra o fardo que nos pesa aos ombros e nos sentimos injustiçados pela vida...
Somos nós que não nos encorajamos à iniciativa do perdão, da renuncia e do amor incondicional; somos nós que, há séculos, escutamos com desconfiança as promessas do Senhor e vacilamos quando nos conclama: “Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.”; somos nós que anunciamos o Cristo aos outros, na condição de Salvador, traçando limites à sua benéfica influência em nós...
Sim, somos nós que não caminhamos a segunda milha; que não retribuímos o mal com o bem; que não nos reconciliamos com os adversários; que não tiramos primeiro, a trave que nos impede mais nítida visão; que nos apressamos em julgar as alheias atitudes, esquecidos de que, com a mesma medida que medirmos aos outros, seremos medidos por nossa vez; os que, quase sempre,  estamos prontos para lançar a primeira pedra...
Enfim, os doutos e prudentes somos nós, espíritos recalcitrantes, repletos de mazelas que, em vão, intentamos disfarçar!...





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