O mundo é resultado de nossa
projeção mental, de nossas aspirações, desejos, sonhos e ideais.
E isto não poderá acontecer sem o
concurso da dor.
Pois é no cadinho das provas que o
espírito amadurece.
O Espiritismo é a restauração do
Cristianismo, é a sua revivescência, no entanto, os próprios espíritas,
imperceptivelmente, vêm se afastando da aplicação do Evangelho em suas vidas;
preocupados com a dinâmica da revelação, muitos andam esquecidos de colocar em
prática as virtudes da caridade de uns para com os outros, da tolerância
fraternal, da paciência, da humildade, do desinteresse.
A mediunidade tornou-se um fator
obsessivo para muitos; mediunidade nunca foi e nunca será característica de
grandeza espiritual para ninguém.
Na atualidade, há mais médiuns colocando
palavras na boca dos espíritos do que espíritos colocando palavras na boca dos
médiuns; há mais médiuns subjugando a mediunidade aos seus propósitos que a ela
se sujeitando, no exato desempenho de seus deveres.
Em essência, prática mediúnica é
exercício de desapego.
Hoje, a maioria dos médiuns,
quer mais cargos nos Centro Espírita, do que os encargos advindos
dos cargos.
Com Jesus, retribuir o mal com o
bem é simples obrigação.
“E se vós amais somente aos que
vos amam, que merecimento tereis? Os pecadores também amam os que os
amam”.
O segredo da Vida não está com
quem conhece a Verdade, mas com quem sabe amar, incondicionalmente.
Entre o homem e Deus, a ponte de
ligação é o próximo!
Enquanto não compreendermos isto,
não estaremos na vivência plena do Evangelho.
Allan Kardec abriu ‘picadas’ na
selva escura da ignorância humana; não obstante, se desejamos alcançar maior
claridade, precisamos caminhar com Jesus e Kardec, objetivando o progresso da
humanidade...
O conhecimento da Verdade só por
si não basta, afinal, não devemos usar mais a Razão do que a Fé.
É preciso equilíbrio!
O espírita não é um ser superior,
e o fato de aderirmos à Doutrina, por si só, não nos torna diferentes dos
outros, tão amados por Deus e tão esperados por Ele quanto nós.
Precisamos aprender a entender, e
assim melhor distinguir o que Jesus nos dizia: “... porque escondestes estas
coisas aos sábios e prudentes, e as revelastes aos simples e pequeninos”!
Entendamos pelos primeiros, que
são os orgulhosos, envaidecidos com o seu saber mundano, que se julgam
prudentes, pois que negam a Deus, tratando-o de igual para igual, quando não o
rejeitam; são os que não querem se comprometer com a Verdade; são os que
rotulam de superstição e fanatismo os assuntos pertinentes às religiões, são os
que, por seus títulos, julgam saber mais que os outros; são os que cumulam o
Criador de exigências, lançando desafios aos Céus e fixando um preço para a sua
conversão, são os que se constituem em obstáculo ao progresso moral da
Humanidade; são, muitas vezes, os nossos irmãos de Ideal, que se opõem
sistematicamente uns aos outros, não com o intuito de preservar a unidade da
Doutrina, mas, sob a influência de entidades infelizes, defender escusas
intenções...
Os doutos e prudentes somos nós,
que ainda não aceitamos Jesus em definitivo, em nossos corações!
Somos nós que relutamos em nos
renovarmos intimamente...
Nós que não aprendemos a renunciar
o bastante em prol da Causa que abraçamos; que não nos animamos a seguir o
Mestre na subida gloriosa do Calvário, que nos rebelamos contra o fardo que nos
pesa aos ombros e nos sentimos injustiçados pela vida...
Somos nós que não nos encorajamos
à iniciativa do perdão, da renuncia e do amor incondicional; somos nós que, há
séculos, escutamos com desconfiança as promessas do Senhor e vacilamos quando
nos conclama: “Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua
cruz, e siga-me.”; somos nós que anunciamos o Cristo aos outros, na condição de
Salvador, traçando limites à sua benéfica influência em nós...
Sim, somos nós que não caminhamos
a segunda milha; que não retribuímos o mal com o bem; que não nos reconciliamos
com os adversários; que não tiramos primeiro, a trave que nos impede mais
nítida visão; que nos apressamos em julgar as alheias atitudes, esquecidos de
que, com a mesma medida que medirmos aos outros, seremos medidos por nossa vez;
os que, quase sempre, estamos prontos para lançar a primeira pedra...
Enfim, os doutos e prudentes somos
nós, espíritos recalcitrantes, repletos de mazelas que, em vão, intentamos
disfarçar!...
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