MENSAGEM DE UM ÓRFÃO

Bom dia amigos, encarnados e desencarnados presentes a essa reunião abençoada. Sejam todos bem vindos!

Neste Dia das Mães, me foi permitido comparecer aqui para contar um pouco da minha experiência na última reencarnação.

Ainda muito pequeno, vivia ora em uma casa , ora em outra, sendo tratado quase como um bichinho de estimação. Assim fui crescendo, sempre me perguntando porque outros meninos como eu tinham mães e eu não. Isso eu não entendia.

Aos domingos, gostava de ficar nas escadarias da igreja para ver as crianças que chegavam e saiam, sempre de mãos dadas com as mães, e naqueles momentos era tomado por um sentimento de inveja. Não das roupas bonitas, nem do algodão doce, nem daquela maçã vermelha e suculenta espetada num palito, muito menos dos saquinhos de pipocas fumegantes ou dos cartuchos coloridos recheados de guloseimas dos dias de quermesse. O que despertava minha cobiça infantil era aquele elo de amor que unia tão estreitamente as mães aos seus filhos.

Um dia, fui encaminhado a um abrigo e na minha inocência achei que havia descoberto onde as mães iam buscar seus filhos. Toda vez que aparecia uma candidata a mãe eu me enchia de esperanças. O tempo foi passando, e eu, garoto já passado da idade preferida para adoção, feio, franzino e ranheta, fui ficando por lá. Os dias passavam entre uma brincadeira e outra, porém as noites vinham com seus medos e dores, e o carinho e consolo me faziam muita falta.

Quando finalmente entendi os mistérios da concepção, passei a ter como objetivo de vida encontrar minha mãe. Então passei a ser estudioso, bom e honesto, pois achava que só assim conseguiria encontrar minha mãe, porque agora tinha certeza de que eu também tinha uma em algum lugar. Quando comecei a trabalhar, recém saído da adolescência, muito jovem ainda, guardava todo dinheiro que podia para ir de encontro ao meu ideal.

Mas, num bonito dia de sol, despenquei de um andaime e antes mesmo que meu corpo físico se espatifasse no chão, meu espírito foi levado para o plano espiritual por anjos de luz.

E finalmente aqui, após um período de recuperação e refazimento, encontrei minha mãe. Aí tive conhecimento da parte da minha vida que não conhecia – minha mãe desencarnara ao me trazer ao mundo e meu pai alcoólatra, sem condições para nos criar, a meus três irmãos e a mim, foi nos deixando aos cuidados de outras pessoas.

Por isso venho dizer a vocês, filhos que perderam suas mães, que em algum recanto do plano espiritual vocês voltarão a abraçá-las; e vocês , mães que perderam seus filhos, tenham certeza de que eles as esperam para um reencontro de amor.

Graças a Deus.

José Roberto

Mensagem psicografada pela médium Cida Câmara, na CASA DO CAMINHO, em 13 de Maio de 2007