E a mensagem que nos chega hoje é esta do Padre João Bachmann, Pároco da Paróquia Catedral São Paulo
Apóstolo e faz todo sentido para nós, espíritas. Quer conferir?
Perdoar não é fácil, mas é o caminho mais eficaz para a convivência
humana saudável e feliz. Nosso viver e conviver sobrevivem graças ao perdão,
que é uma atitude de amor incondicional, de compreensão, de misericórdia e de
alta sabedoria.
Quem não perdoa é um perdedor. Perde de dois a zero, porque
frustra o relacionamento humano e carrega dentro de si o lixo da mágoa e
amargura. Quem perdoa, alcança o zero a zero, ou seja, restabelece a comunhão e
expulsa o veneno do ressentimento. Terá saúde física, psicológica, social e
espiritual. O perdão é remédio, cura, excelente terapia. Quem não perdoa, não
esquece o mal e sofre a doença da “compulsão de repetição”; vive sempre
lembrando, repetindo, desabafando a dor interna.
Por não perdoar, irá sempre
culpar alguém e vingar-se. Isso tudo aumenta o sofrimento e o desgaste físico.
Perdoar é tirar a raiz da amargura. Perdoar é compreender, desistir de julgar e
de culpar os outros. Isso é possível quando reconhecemos que somos barro. Ninguém
é infalível. Quando aceitamos o nosso barro e os dos outros, conseguimos dar um
novo significado ao fato que nos magoou, temos nova compreensão, novo olhar,
novo sentimento sobre fatos e pessoas.
O perdão muda a realidade porque é
encontro com a verdade. Perdoar é reatar o relacionamento rompido, é colocar-se
nas mãos do outro, abdicar do julgamento pessoal. É um gesto de gratuidade no
qual fazemos o dom de nós mesmos. Sem o perdão somos pesados, doentes,
depressivos, agressivos, desumanos. Perdoar é reumanizar-se. A falta de perdão
torna falsa e estéril a oração.
O rancor, a mágoa, o ressentimento impedem a
ação da graça. O sentimento negativo é uma energia venenosa que se transforma
em doença, insônia, agressividade, imoralidade,alcoolismo, barulho, farra, etc.
Muitos problemas da vida têm sua raiz na falta de perdão. A mágoa, o
ressentimento, a amargura são energias e sentimentos destrutivos.
Assim, quem
não perdoa odeia a caridade e vive no azedume e crítica, fere o coração, morre
aos poucos, sente-se perdido. Só resta o vazio, a solidão e a algazarra para
abafar a mal-estar interior. As conseqüências negativas da falta de perdão são
tão perigosas e destruidoras que a Bíblia aconselha a perdoar antes do
pôr-do-sol. Não ir dormir com raiva: “Não se ponha o Sol sobre vossa ira” (Ef
.4,26) Igualmente Jesus manda a perdoar setenta vezes sete, isto é, sempre,
imediatamente e de todo o coração.
O perdão é tão benéfico que deve ser dado
incondicionalmente, totalmente, incansavelmente. Na oração do Pai-nosso, o
perdão está ao lado do pão nosso de cada dia. O perdão também é pão da vida,
porque é o amor sem medida, amor de mãe, amor misericordioso. É o perdão que
possibilita a fraternidade e a boa qualidade do relacionamento humano.
Paz e
Bem!
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