quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

MISSÃO DO BRASIL - PÁTRIA DO EVANGELHO - PARTE III


A REGÊNCIA E O SEGUNDO REINADO

         Ninguém imaginaria que D. Pedro faria o que fez em 1831 e o resultado foi a desordem.
         Alguns políticos, entretanto, obedecendo a feliz inspiração do plano espiritual, organizaram uma regência interina, mas o exército era revoltado e indisciplinado e a Região Norte vivia sob o regime do sangue e da morte. A guerra civil se deu por anos a fio e a Pátria do Evangelho atravessava perigosa situação.
         Depois de 4 anos, a regência é entregue a Diogo Antônio Feijó, um dos homens mais enérgicos da época, que iniciou obra de honestidade e civismo, sob a direção das falanges do bem.
         Em 1835,  Bento Gonçalves chefiou o movimento republicano do Rio Grande do Sul, separatista, que só terminaria mais tarde, no Segundo Reinado.
         Em 1836, fundava-se o Partido Conservador, mas Feijó não se resignou com a proposta de excessiva liberdade e renunciou ao cargo, sendo substituído por Araújo Lima.
         Evaristo da Veiga, que inundava a imprensa brasileira com suas palavras de concórdia e conciliação, voltou à Pátria Espiritual, deixando de esclarecer a nação.
         O país viu-se ensangüentado ao longo de suas fronteiras.
         Em 1840, os liberais solicitaram a declaração da maioridade do Imperador, D. Pedro II, com 15 anos incompletos. Todos reconheciam no jovem madureza de raciocínio e caráter.
         O Alto encheu-se de esperança e esta regência ficaria assinalada no tempo como escola de honradez e energia do povo brasileiro. Todos os homens da antiga regência renunciaram, heróicos, para consercar o patrimônio territorial.
         Em 1841 foi coroado o jovem Imperador, ladeado por numerosas legiões do bem, e sua primeira preocupação foi pacificar o ambiente. Conseguiu levantar bandeira branca em São Paulo e Minas Gerais. Depois, estabeleceu a paz no Rio Grande do Sul.
         Com isso, a falange de Ismael conseguia inspirar D. Pedro II sobre as idéias de fraternidade e liberdade.

A GUERRA DO PARAGUAI

         D. Pedro II, desfrutando da época de paz, ampliava as qualidades de seu coração e sua inteligência, granjeando popularidade no Brasil e na Europa.
         Entretanto, ouvia mais a imprensa e os interesses da nação, que a constituição e os seus ministros.
         Em 1843, D. Pedro II casou-se com D. Tereza Cristina Maria, que amava profundamente o Brasil.
         Em 1850, iniciava-se a plena supressão do tráfico negro, enquanto a falange de Ismael enviava espíritos elevados para a administração do segundo reinado, como Rio Branco, Mauá, Castro Alves e Pedro Américo.
         Mas o poder moderador da coroa não conseguiu eliminar a vaidade na alma nacional e o Brasil sentia-se, erradamente, melhor que os vizinhos.
         De 1849 a 1852, o Brasil interferiu na Argentina e no Uruguai, que se encontravam sob regime de crueldade e tirania e fez na região do Prata mais de 20 mil vítimas. O Brasil removeu os déspotas e enquanto o povo festejava a vitória de suas armas, os outros países da América do Sul olharam com desconfiança, temendo intervenções brasileiras.
         Após uma das festas, D. Pedro II vai orar e, durante o sono, visita esfera de beleza esplêndida, que lhe parece familiar. Surge-lhe então o Divino Mestre, que com sublime brandura, lhe diz: “Pedro, guarda a tua espada na bainha, pois quem com ferro fere com ferro será ferido. A tua indecisão e a tua incerteza lançaram a Pátria do Evangelho numa sinistra aventura. As nações, como os indivíduos, têm a sua missão determinada e não é justo sejam coagidas no terreno das suas liberdades. O lamentável precedente da invasão efetuada pelo Brasil no Uruguai terá dolorosa repercussão. Não descanse sobre os louros da vitória. Auxiliarei a tua ação, através dos mensageiros de Ismael, mqs que as tristes provações sejam guardadas como lição.”
         Os anos confirmaram a advertência do Senhor e, em 1865, quando o Brasil tentava interferir nos negócios do Uruguais, o Paraguai sentiu-se ameaçado e declarou guerra contra o Brasil, que durou 5 anos.
         Solano López, presidente do Paraguai, arrastou seu povo para a penosa situação e o Brasil, ajudado pela Argentina e pelo Uruguai, afirmou sua soberania.
         Essa, como outras disputas sanguinolentas, foram dolorosas provações coletivas.
         Nunca mais o Brasil praticou uma intervenção indevida.

O MOVIMENTO ABOLICIONISTA

         D. Pedro II seguia suas realizações norteado pelo bem coletivo e o país voltava a respirar ares de esperança, quando todos os cultos da pátria amparavam a abolição, sob inspiração dos gênios espirituais.
         Muitos fazendeiros alforriavam seus servidores e a falange de Ismael contava com colaboradores decididos, como Castro Alves, Luiz Gama, Rio Branco e Patronínio.
         A Princesa Isabel viera ao mundo com sua tarefa definida no trabalho abençoado na abolição da escravidão
“Os espíritos em prova no cárcere da carne têm a sua bagagem de sofrimentos expiatórios e depuradores, mas têm igualmente a possibilidade necessária para o cumprimento de deveres meritórios, aos olhos misericordiosos do Altíssimo.”
         Em 1871, foi sancionada a Lei do Ventre Livre, que garantia a extinção gradual do cativeiro e quase todas as energias intelectuais encontravam-se mobilizadas a serviço dos escravos sofredores.
         Nos espaços, Ismael e suas falanges procuravam orientar os movimentos republicanos e abolicionistas, no propósito de evitar derramamento de sangue.
         A célula de Ismael, construtiva da obra do Evangelho no Brasil, procurava unir os homens e Bezerra de Menezes, com sua inesgotável paciência e humildade, eliminava as divergências e consolidava a Federação Espírita.
         Mais uma vez, Jesus orientou Ismael: “Ismael, o sonho da liberdade de todos os cativos deverá concretizar-se agora, sem perda de tempo. Prepararás todos os corações, a  fim de que as nuvens sanguinolentas não manchem o solo abençoado da região do Cruzeiro.”
         Em 1887, oficialmente, havia mais de 720 mil escravos no país.
         Sob a influência do Alto, D. Pedro II é afastado do trono em 1888 e assume a Princesa Isabel, que encarrega o Senador João Alfredo de organizar no ministério, composto por espíritos noblíssimos.
         Em 13/5/1888, é apresentada a proposta de lei para imediara extinção do cativeiro e a Princesa Isabel, cercada de entidades angélicas e misericordiosas, sanciona-a sem hesitar, com nobre serenidade em seu coração de mulher.
         Toda uma onda de claridade desceu dos céus e junto à Princesa permaneceu Ismael. Os negros e mestiços sentiam no coração energias gloriosas, reconhecendo o potencial com que realizaram feitos gloriosos de trabalho e heroísmo, fundamental na formação de todos os patrimônios da Pátria do Evangelho.

A REPÚBLICA

         Os espíritos avançados consideravam que a república era a forma de governo compatível com a evolução do Brasil, que ascendiam sob o pálio da generosidade da coroa.
         Jesus une, então, as falanges benditas de Ismael e diz:
“Irmãos, a Pátria do Evangelho atinge agora a sua maioridade coletiva.  Uma nação que  alcança a sua maioridade é a responsável legítima e direta por todos os atos comuns  que pratica,  no  concerto dos povos do planeta. Necessário é separemos agora o organismo político do Brasil dos alvitres permanentes e constantes do mundo espiritual, para que todos os seus empreendimentos sejam devidamente valorizados. Acompanharemos,
indiretamente, o Brasil, onde as sementes do Evangelho foram jorradas a mancheias, a fim de que seu povo, generoso e fraternal, possa inscrever mais tarde a sua gloriosa missão espiritual nas mais belas páginas da civilização. Seus votos evolutivos serão carinhosamente observados por nós, de maneira a não serem obstadas as deliberações de suas autoridades. Mas, como o reino do amor integral ainda não é do orbe terrestre, urge reformemos as nossas atividades, concentrando-as na obra de evangelização dos espíritos da Pátria do Cruzeiro.
Consolidarei o templo de Ismael, para que do seu núcleo possam expandir-se as claridades consoladoras de minha doutrina de redenção, piedade e misericórdia.
Ensinareis a paciência e a serenidade, a humildade e o amor, a paz e a resignação, para que a luta seja vencida pela luz e pela verdade.
O objetivo único é a reforma de cada um, sob o fardo das provas, sem o auxílio das armas.
A Nova Revelação não é dada para que se opere a conversão compulsória de César às coisas de Deus, mas para que César esclareça o seu próprio coração.
Doravante, o Brasil político será entregue à sua responsabilidade própria. Estaremos sempre a postos, sustentando o Brasil espiritual.
Acordemos a alma brasileira para a luminosa alvorada desse novo dia!
Bem-aventurados todos os trabalhadores da seara divina da verdade e do amor, pois deles é o reino imortal da suprema ventura!”

         As falanges espirituais prepararam então, o último acontecimento político: a Proclamação da República e, em 15/11/1889, Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, Lopes Trivão, Serzeledo Corrêa, Rui Barbosa, comandados pelo Marechal Deodoro da Fonseca proclamaram a república.
         D. Pedro II recebe a notícia com amarga surpresa, mas rapidamente o nobre espírito trata de repelir as sugestões reacionárias dos apaixonados pela coroa, evitando o derramamento de sangue e retonando com sua família para a Europa.
         Rejeitou as elevadas somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe ofereceu para aceitar permanecer no Brasil e partiu deixando uma família ilimitada, e declarou, chegando a Lisboa: “Em suma, estou satisfeito. Fiz a minha carta de alforria, agora posso ir aonde quiser.”
         Esses dias eram a véspera de seu retorno à Pátria de Luz.

A FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

         Ismael, nos primeiros dias de 1889, preparou o Rio de Janeiro para as primeiras palavras de Allan Kardec, através do médium Frederico Júnior, exortando os espíritas à caidade, ao estudo e à unificação.
         Bezerra de Menezes recebeu as palavras do Alto com a alma em júbilo e sentiu que a Federação, fundada em 1884, esperava época propícia para desempenhar sua tarefa junto de todos os grupos do país. Ele, que espalhava, desde 1887, nos trabalhos da coluna do jornal “O Paiz”, as mais belas e produtivas sementes do Cristianismo, sob o pseudônimo de Max, iniciou intenso trabalho.
         Como desde 1885 funcionasse o “Grupo Ismael”, com Sayão e Bittencourt Sampaio, os mensageiros conseguiram unificar forças.
O tempo era de incertexzas, porque a República criara embaraços ao desenvolvimento da doutrina. O Código Penal chegou a incluir o Espiritismo em seus textos e o ambiente era obscuro.
         A Federação, com serenidade, iniciou a defes apacífica da doutrina, dirigindo uma carta ao Ministro da Justiça.
         Jesus, mais uma vez, esclarece os seus diletos:
“Ismael, concentraremos esforços a fim de que unifiquem meaus discípulos. O Espiritismo ser´´a o Cristianismo revivido na sua pureza primitiva. Como as atividades humanas constituem oceano de inquietudes, a caridade pura deverá ser a âncora de tua obra.”
         Em 1893, Bezerra de Menezes foi obrigado a para seus escritos no jornal, mas Ismael não abandounou seus devotados trabalhadores em, na senda da Federação, instalou sua célula espiritual. Consolidou a assistência aos necessitados e, em Julho de 1895, Bezerra assumia a posição de diretor de todos os trabalhos de Ismael no Brasil.
         Deixou o orbe em 1900, mas sua obra prossegue.
“Podem as inquietações da Terra separar, muitas vezes, os trabalhadores humanos no seu terreno de ação, mas a sociedade benemérita, onde se ergue a flâmula luminosa ‘Deus, Cristo e Caridade’ permanece no seu porto de paz e esclarecimento.”
         Todos os grupos de estudo estão ligados a esta célula por laços indissolúveis no mundo espiritual.
         Todos os espiritistas do país se reúnem pelas afinidades sentimentais na obra comum, e os seus ascendentes têm ligações no plano invisível com as mais obscuras tendas de caridade, onde entidades humildes, de antigos africanos, procuram fazer o bem aos seus semelhantes.

O ESPIRITISMO NO BRASIL

         O espiritismo assim, derramou seus frutos sobre a Pátria do Evangelho, apresentando as mais belas expressões de caridade e fraternidade.
         Jesus, com suas mãos meigas, fez reviver no país as curas maravilhosas dos tempos apostólicos e abnegados médiuns curadores espalharam as mais fartas colheitas de bênçãos do céu.
         Curando os enfermos, os novos discípulos estabeleciam o espírito geral para a grande tarefa, enquanto na Europa a doutrina era somente objeto de observações, pesquisas e discussões, não obstante os primores morais da codificação kardequiana.
         O espiritismo levantava as almas brasileiras para uma nova alvorada de fé, alicerçada no amor e na caridade.
         Todas as energias são aproveitadas por Ismael e é por isso que todos os grupos sinceros do Espiritismo no país têm suas águas fluidificadas, a terapêutica do magnetismo, a cura das obsessões, os auxílios gratuitos aos necessitados, dando-se de graça o que de graça foi recebido como esmola do céu.
         Não é raro ver-se caboclos que engrolam a gramática nas suas confortadoras doutrinações, mas que conhecem o segredo de consolar as almas, aliviando os aflitos e os infelizes.
         A Europa recebeu a Nova Revelação sem conseguir agasalhá-la em seu coração. Lá, as reuniões são remuneradas, como se a ajuda fosse por força de um contrato.
         No Brasil, entretanto, todos os espíritas sinceros repelem o comércio amoedado nas suas sagradas relações com o plano espiritual.
         Todavia, há de se atentar que o incessante trabalho de Ismael não haveria de se desenvolver sem os ataques das forças infelizes do mundo invisível.
         A Terra não é um paraíso e os homens não são anjos. Daí porque entidades perturbadoras fomentam a discórdia, o individualismo, a vaidade e a ambição, desunindo fileiras que deveriam manter-se coesas no trabalho de amor e humildade.
         A essas forças, Ismael atribui as edificações particularistas do Espiritismo, que descentralizam o labor do evangelho, mas Ismael vence sempre.
         É pela grande obra de unificação da espiritualidade que trabalham os emissários de Ismael, porque a desunião é a grande inimiga.
         Muitos que desfrutam do banquete dos poderes, constituindo-se em empecilhos à marcha da luz, serão, paulatinamente substituídos por novos inspirados e a renovação interior não tardará, com a educação do pensamento no Evangelho.
         As bases da obra de Ismael repousam sobre a educação das criaturas e a prática genuína do bem. A Natureza não dá saltos e impõe-se a regeneração e o levantamento moral dos homens. A obra da resolução espiritual não se compadecer com as agitações do século. A obra cristã espera, há mais de dois milênios, a compreensão do mundo.
         Os esforços de quem empunhou armas desvirtuaram as lições do Salvador, que têm que começar no coração, para melhor regenerar o planeta.
         É dentro dessa serenidade, sob a luz da humildade e do amor, que os espiritistas do Brasil devem reunir-se, a caminho da vitória plena de Ismael em todos os corações.
         A fraternidade sincera é o primeiro passo para a edificação comum.
         A missão desse estudo pe esclarecer a excelência da missão do Brasil no planeta. O Brasil e suas riquezas não poderá insular-se do resto do mundo ou fechar-se num castelo.
         A época é de transição de todos os sistemas sociais e o maior problema é a educação nacional, para que os filhos de outras terras possam integrar nossas fileiras de fraternidade e evolução.
         No Brasil, a contribuição estrangeira é indispensável e a segurança dessa incursão repousa na educação ampla do povo.
         Se no Sul leciona-se alemão nas escolas, é porque muitos professores brasileiros não de decidiram a enfrentar as surpresas da região, se agrônomos vieram de Tóquio para os vales do Amazonas, é porque os agrônomos brasileiros não quiseram trabalhar no sertão hostil.
Entretanto, não faltariam espíritos abnegados e corajosos se os ambientes universitários, com suas habilitações oficiais, não estivesse abertos à aristocracia do ouro. A palavra de um mestre custa caro, remunerada por famílias abastadas, onde nem sempre encontram-se almas apaixonadas.
         Jesus ajudará a cada qual nos esforços para glória da nacionalidade.
Cabe, pois, aos operários do Evangelho esclarecer e educar as almas.
         A ciência e a filosofia viverão entre dúvidas e vacilações, mas o legítimo ideal cristão, reconhecendo que o reino de Deus ainda não é deste mundo, poderá espiritualizar o ser humano, espalhando as sementes produtivas na construção da sociedade do futuro.
         Supliquemos a Jesus que se digne derramar o orvalho de seu amor sobre a Terra. Que as falanges de Ismael possam fazer ascender a Pátria do Evangelho, irradiando a paz e a fraternidade que alicerçam todas as tradições e as glórias do Brasil.
         “Porque nós somos cooperadores de Deus”, como disse Paulo, na 1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9, roguemos a Deus, pois, que inspire os homens públicos com os mais altos valores morais e nos fortaleça nas lutas diárias.

Que Assim Seja! 

E se você perdeu as partes I e II, vale conferir: 






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