A REGÊNCIA E O SEGUNDO REINADO
Ninguém
imaginaria que D. Pedro faria o que fez em 1831 e o resultado foi a desordem.
Alguns
políticos, entretanto, obedecendo a feliz inspiração do plano espiritual, organizaram
uma regência interina, mas o exército era revoltado e indisciplinado e a Região
Norte vivia sob o regime do sangue e da morte. A guerra civil se deu por anos a
fio e a Pátria do Evangelho atravessava perigosa situação.
Depois
de 4 anos, a regência é entregue a Diogo Antônio Feijó, um dos homens mais
enérgicos da época, que iniciou obra de honestidade e civismo, sob a direção
das falanges do bem.
Em
1835, Bento Gonçalves chefiou o
movimento republicano do Rio Grande do Sul, separatista, que só terminaria mais
tarde, no Segundo Reinado.
Em
1836, fundava-se o Partido Conservador, mas Feijó não se resignou com a
proposta de excessiva liberdade e renunciou ao cargo, sendo substituído por
Araújo Lima.
Evaristo
da Veiga, que inundava a imprensa brasileira com suas palavras de concórdia e
conciliação, voltou à Pátria Espiritual, deixando de esclarecer a nação.
O
país viu-se ensangüentado ao longo de suas fronteiras.
Em
1840, os liberais solicitaram a declaração da maioridade do Imperador, D. Pedro
II, com 15 anos incompletos. Todos reconheciam no jovem madureza de raciocínio
e caráter.
O
Alto encheu-se de esperança e esta regência ficaria assinalada no tempo como
escola de honradez e energia do povo brasileiro. Todos os homens da antiga
regência renunciaram, heróicos, para consercar o patrimônio territorial.
Em
1841 foi coroado o jovem Imperador, ladeado por numerosas legiões do bem, e sua
primeira preocupação foi pacificar o ambiente. Conseguiu levantar bandeira
branca em São Paulo e Minas Gerais. Depois, estabeleceu a paz no Rio Grande do
Sul.
Com
isso, a falange de Ismael conseguia inspirar D. Pedro II sobre as idéias de
fraternidade e liberdade.
A GUERRA DO PARAGUAI
D.
Pedro II, desfrutando da época de paz, ampliava as qualidades de seu coração e
sua inteligência, granjeando popularidade no Brasil e na Europa.
Entretanto,
ouvia mais a imprensa e os interesses da nação, que a constituição e os seus
ministros.
Em
1843, D. Pedro II casou-se com D. Tereza Cristina Maria, que amava
profundamente o Brasil.
Em
1850, iniciava-se a plena supressão do tráfico negro, enquanto a falange de
Ismael enviava espíritos elevados para a administração do segundo reinado, como
Rio Branco, Mauá, Castro Alves e Pedro Américo.
Mas
o poder moderador da coroa não conseguiu eliminar a vaidade na alma nacional e
o Brasil sentia-se, erradamente, melhor que os vizinhos.
De
1849 a 1852, o Brasil interferiu na Argentina e no Uruguai, que se encontravam
sob regime de crueldade e tirania e fez na região do Prata mais de 20 mil
vítimas. O Brasil removeu os déspotas e enquanto o povo festejava a vitória de
suas armas, os outros países da América do Sul olharam com desconfiança,
temendo intervenções brasileiras.
Após
uma das festas, D. Pedro II vai orar e, durante o sono, visita esfera de beleza
esplêndida, que lhe parece familiar. Surge-lhe então o Divino Mestre, que com
sublime brandura, lhe diz: “Pedro,
guarda a tua espada na bainha, pois quem com ferro fere com ferro será ferido.
A tua indecisão e a tua incerteza lançaram a Pátria do Evangelho numa sinistra
aventura. As nações, como os indivíduos, têm a sua missão determinada e não é
justo sejam coagidas no terreno das suas liberdades. O lamentável precedente da
invasão efetuada pelo Brasil no Uruguai terá dolorosa repercussão. Não descanse
sobre os louros da vitória. Auxiliarei a tua ação, através dos mensageiros de
Ismael, mqs que as tristes provações sejam guardadas como lição.”
Os
anos confirmaram a advertência do Senhor e, em 1865, quando o Brasil tentava
interferir nos negócios do Uruguais, o Paraguai sentiu-se ameaçado e declarou
guerra contra o Brasil, que durou 5 anos.
Solano
López, presidente do Paraguai, arrastou seu povo para a penosa situação e o
Brasil, ajudado pela Argentina e pelo Uruguai, afirmou sua soberania.
Essa,
como outras disputas sanguinolentas, foram dolorosas provações coletivas.
Nunca
mais o Brasil praticou uma intervenção indevida.
O MOVIMENTO ABOLICIONISTA
D.
Pedro II seguia suas realizações norteado pelo bem coletivo e o país voltava a
respirar ares de esperança, quando todos os cultos da pátria amparavam a
abolição, sob inspiração dos gênios espirituais.
Muitos
fazendeiros alforriavam seus servidores e a falange de Ismael contava com
colaboradores decididos, como Castro Alves, Luiz Gama, Rio Branco e Patronínio.
A
Princesa Isabel viera ao mundo com sua tarefa definida no trabalho abençoado na
abolição da escravidão
“Os espíritos em prova no cárcere da carne têm a sua bagagem de
sofrimentos expiatórios e depuradores, mas têm igualmente a possibilidade
necessária para o cumprimento de deveres meritórios, aos olhos misericordiosos do
Altíssimo.”
Em
1871, foi sancionada a Lei do Ventre Livre, que garantia a extinção gradual do
cativeiro e quase todas as energias intelectuais encontravam-se mobilizadas a
serviço dos escravos sofredores.
Nos
espaços, Ismael e suas falanges procuravam orientar os movimentos republicanos
e abolicionistas, no propósito de evitar derramamento de sangue.
A
célula de Ismael, construtiva da obra do Evangelho no Brasil, procurava unir os
homens e Bezerra de Menezes, com sua inesgotável paciência e humildade,
eliminava as divergências e consolidava a Federação Espírita.
Mais
uma vez, Jesus orientou Ismael: “Ismael,
o sonho da liberdade de todos os cativos deverá concretizar-se agora, sem perda
de tempo. Prepararás todos os corações, a
fim de que as nuvens sanguinolentas não manchem o solo abençoado da
região do Cruzeiro.”
Em
1887, oficialmente, havia mais de 720 mil escravos no país.
Sob
a influência do Alto, D. Pedro II é afastado do trono em 1888 e assume a
Princesa Isabel, que encarrega o Senador João Alfredo de organizar no
ministério, composto por espíritos noblíssimos.
Em
13/5/1888, é apresentada a proposta de lei para imediara extinção do cativeiro
e a Princesa Isabel, cercada de entidades angélicas e misericordiosas,
sanciona-a sem hesitar, com nobre serenidade em seu coração de mulher.
Toda
uma onda de claridade desceu dos céus e junto à Princesa permaneceu Ismael. Os
negros e mestiços sentiam no coração energias gloriosas, reconhecendo o
potencial com que realizaram feitos gloriosos de trabalho e heroísmo,
fundamental na formação de todos os patrimônios da Pátria do Evangelho.
A REPÚBLICA
Os
espíritos avançados consideravam que a república era a forma de governo
compatível com a evolução do Brasil, que ascendiam sob o pálio da generosidade
da coroa.
Jesus
une, então, as falanges benditas de Ismael e diz:
“Irmãos, a Pátria do Evangelho atinge agora a sua maioridade coletiva.
Uma nação que alcança a sua maioridade é a responsável legítima
e direta por todos os atos comuns que
pratica, no concerto dos povos do planeta. Necessário é
separemos agora o organismo político do Brasil dos alvitres permanentes e
constantes do mundo espiritual, para que todos os seus empreendimentos sejam devidamente
valorizados. Acompanharemos,
indiretamente, o Brasil, onde as sementes do Evangelho foram
jorradas a mancheias, a fim de que seu povo, generoso e fraternal, possa inscrever
mais tarde a sua gloriosa missão espiritual nas mais belas páginas da
civilização. Seus votos evolutivos serão carinhosamente observados por nós, de
maneira a não serem obstadas as deliberações de suas autoridades. Mas, como o
reino do amor integral ainda não é do orbe terrestre, urge reformemos as nossas
atividades, concentrando-as na obra de evangelização dos espíritos da Pátria do
Cruzeiro.
Consolidarei o templo de Ismael, para que do seu núcleo possam
expandir-se as claridades consoladoras de minha doutrina de redenção, piedade e
misericórdia.
Ensinareis a paciência e a serenidade, a humildade e o amor, a paz
e a resignação, para que a luta seja vencida pela luz e pela verdade.
O objetivo único é a reforma de cada um, sob o fardo das provas,
sem o auxílio das armas.
A Nova Revelação não é dada para que se opere a conversão
compulsória de César às coisas de Deus, mas para que César esclareça o seu
próprio coração.
Doravante, o Brasil político será entregue à sua responsabilidade
própria. Estaremos sempre a postos, sustentando o Brasil espiritual.
Acordemos a alma brasileira para a luminosa alvorada desse novo
dia!
Bem-aventurados todos os trabalhadores da seara divina da verdade e
do amor, pois deles é o reino imortal da suprema ventura!”
As falanges espirituais prepararam então, o último acontecimento
político: a Proclamação da República e, em 15/11/1889, Benjamin Constant,
Quintino Bocaiúva, Lopes Trivão, Serzeledo Corrêa, Rui Barbosa, comandados pelo
Marechal Deodoro da Fonseca proclamaram a república.
D.
Pedro II recebe a notícia com amarga surpresa, mas rapidamente o nobre espírito
trata de repelir as sugestões reacionárias dos apaixonados pela coroa, evitando
o derramamento de sangue e retonando com sua família para a Europa.
Rejeitou
as elevadas somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe ofereceu para aceitar
permanecer no Brasil e partiu deixando uma família ilimitada, e declarou,
chegando a Lisboa: “Em suma, estou
satisfeito. Fiz a minha carta de alforria, agora posso ir aonde quiser.”
Esses dias eram a véspera de seu retorno à Pátria de Luz.
A FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
Ismael,
nos primeiros dias de 1889, preparou o Rio de Janeiro para as primeiras
palavras de Allan Kardec, através do médium Frederico Júnior, exortando os
espíritas à caidade, ao estudo e à unificação.
Bezerra
de Menezes recebeu as palavras do Alto com a alma em júbilo e sentiu que a
Federação, fundada em 1884, esperava época propícia para desempenhar sua tarefa
junto de todos os grupos do país. Ele, que espalhava, desde 1887, nos trabalhos
da coluna do jornal “O Paiz”, as mais belas e produtivas sementes do
Cristianismo, sob o pseudônimo de Max, iniciou intenso trabalho.
Como
desde 1885 funcionasse o “Grupo Ismael”, com Sayão e Bittencourt Sampaio, os
mensageiros conseguiram unificar forças.
O tempo era de incertexzas,
porque a República criara embaraços ao desenvolvimento da doutrina. O Código
Penal chegou a incluir o Espiritismo em seus textos e o ambiente era obscuro.
A
Federação, com serenidade, iniciou a defes apacífica da doutrina, dirigindo uma
carta ao Ministro da Justiça.
Jesus,
mais uma vez, esclarece os seus diletos:
“Ismael, concentraremos esforços a fim de que unifiquem meaus
discípulos. O Espiritismo ser´´a o Cristianismo revivido na sua pureza
primitiva. Como as atividades humanas constituem oceano de inquietudes, a
caridade pura deverá ser a âncora de tua obra.”
Em
1893, Bezerra de Menezes foi obrigado a para seus escritos no jornal, mas
Ismael não abandounou seus devotados trabalhadores em, na senda da Federação,
instalou sua célula espiritual. Consolidou a assistência aos necessitados e, em
Julho de 1895, Bezerra assumia a posição de diretor de todos os trabalhos de
Ismael no Brasil.
Deixou
o orbe em 1900, mas sua obra prossegue.
“Podem as inquietações da Terra separar, muitas vezes, os
trabalhadores humanos no seu terreno de ação, mas a sociedade benemérita, onde
se ergue a flâmula luminosa ‘Deus, Cristo e Caridade’ permanece no seu porto de
paz e esclarecimento.”
Todos
os grupos de estudo estão ligados a esta célula por laços indissolúveis no
mundo espiritual.
Todos
os espiritistas do país se reúnem pelas afinidades sentimentais na obra comum,
e os seus ascendentes têm ligações no plano invisível com as mais obscuras
tendas de caridade, onde entidades humildes, de antigos africanos, procuram
fazer o bem aos seus semelhantes.
O ESPIRITISMO NO BRASIL
O
espiritismo assim, derramou seus frutos sobre a Pátria do Evangelho,
apresentando as mais belas expressões de caridade e fraternidade.
Jesus,
com suas mãos meigas, fez reviver no país as curas maravilhosas dos tempos
apostólicos e abnegados médiuns curadores espalharam as mais fartas colheitas
de bênçãos do céu.
Curando
os enfermos, os novos discípulos estabeleciam o espírito geral para a grande tarefa,
enquanto na Europa a doutrina era somente objeto de observações, pesquisas e
discussões, não obstante os primores morais da codificação kardequiana.
O
espiritismo levantava as almas brasileiras para uma nova alvorada de fé,
alicerçada no amor e na caridade.
Todas
as energias são aproveitadas por Ismael e é por isso que todos os grupos
sinceros do Espiritismo no país têm suas águas fluidificadas, a terapêutica do
magnetismo, a cura das obsessões, os auxílios gratuitos aos necessitados,
dando-se de graça o que de graça foi recebido como esmola do céu.
Não
é raro ver-se caboclos que engrolam a gramática nas suas confortadoras
doutrinações, mas que conhecem o segredo de consolar as almas, aliviando os
aflitos e os infelizes.
A
Europa recebeu a Nova Revelação sem conseguir agasalhá-la em seu coração. Lá,
as reuniões são remuneradas, como se a ajuda fosse por força de um contrato.
No
Brasil, entretanto, todos os espíritas sinceros repelem o comércio amoedado nas
suas sagradas relações com o plano espiritual.
Todavia,
há de se atentar que o incessante trabalho de Ismael não haveria de se
desenvolver sem os ataques das forças infelizes do mundo invisível.
A
Terra não é um paraíso e os homens não são anjos. Daí porque entidades
perturbadoras fomentam a discórdia, o individualismo, a vaidade e a ambição,
desunindo fileiras que deveriam manter-se coesas no trabalho de amor e
humildade.
A
essas forças, Ismael atribui as edificações particularistas do Espiritismo, que
descentralizam o labor do evangelho, mas Ismael vence sempre.
É
pela grande obra de unificação da espiritualidade que trabalham os emissários
de Ismael, porque a desunião é a grande inimiga.
Muitos
que desfrutam do banquete dos poderes, constituindo-se em empecilhos à marcha da
luz, serão, paulatinamente substituídos por novos inspirados e a renovação
interior não tardará, com a educação do pensamento no Evangelho.
As
bases da obra de Ismael repousam sobre a educação das criaturas e a prática
genuína do bem. A Natureza não dá saltos e impõe-se a regeneração e o
levantamento moral dos homens. A obra da resolução espiritual não se compadecer
com as agitações do século. A obra cristã espera, há mais de dois milênios, a
compreensão do mundo.
Os
esforços de quem empunhou armas desvirtuaram as lições do Salvador, que têm que
começar no coração, para melhor regenerar o planeta.
É
dentro dessa serenidade, sob a luz da humildade e do amor, que os espiritistas
do Brasil devem reunir-se, a caminho da vitória plena de Ismael em todos os
corações.
A
fraternidade sincera é o primeiro passo para a edificação comum.
A
missão desse estudo pe esclarecer a excelência da missão do Brasil no planeta.
O Brasil e suas riquezas não poderá insular-se do resto do mundo ou fechar-se
num castelo.
A
época é de transição de todos os sistemas sociais e o maior problema é a
educação nacional, para que os filhos de outras terras possam integrar nossas
fileiras de fraternidade e evolução.
No
Brasil, a contribuição estrangeira é indispensável e a segurança dessa incursão
repousa na educação ampla do povo.
Se
no Sul leciona-se alemão nas escolas, é porque muitos professores brasileiros
não de decidiram a enfrentar as surpresas da região, se agrônomos vieram de
Tóquio para os vales do Amazonas, é porque os agrônomos brasileiros não
quiseram trabalhar no sertão hostil.
Entretanto, não faltariam
espíritos abnegados e corajosos se os ambientes universitários, com suas
habilitações oficiais, não estivesse abertos à aristocracia do ouro. A palavra
de um mestre custa caro, remunerada por famílias abastadas, onde nem sempre
encontram-se almas apaixonadas.
Jesus
ajudará a cada qual nos esforços para glória da nacionalidade.
Cabe, pois, aos operários do
Evangelho esclarecer e educar as almas.
A
ciência e a filosofia viverão entre dúvidas e vacilações, mas o legítimo ideal
cristão, reconhecendo que o reino de Deus ainda não é deste mundo, poderá
espiritualizar o ser humano, espalhando as sementes produtivas na construção da
sociedade do futuro.
Supliquemos
a Jesus que se digne derramar o orvalho de seu amor sobre a Terra. Que as
falanges de Ismael possam fazer ascender a Pátria do Evangelho, irradiando a
paz e a fraternidade que alicerçam todas as tradições e as glórias do Brasil.
“Porque
nós somos cooperadores de Deus”, como disse Paulo, na 1ª Epístola aos
Coríntios, 3, versículo 9, roguemos a Deus, pois, que inspire os homens
públicos com os mais altos valores morais e nos fortaleça nas lutas diárias.
Que Assim Seja!
E se você perdeu as partes I e II, vale conferir:
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