quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MISSÃO DO BRASIL - PÁTRIA DO EVANGELHO - PARTE II

OS MOVIMENTOS NATIVISTAS

            A procura do ouro animava os espíritos e multiplicavam-se as emboscadas e a sede pela posse. O alicerce das cidades que se formavam às margens da estrada aberta erguia-se com sangue e morte. Os índios sofriam com essa busca por tesouro em suas terras.
            No Maranhão, os ímpetos revolucionários contra a Companhia de Comércio e o monopólio português, providenciam o banimento dos protetores dos indígenas. A corte, em Lisboa, preocupou-se com o avanço dos franceses e o movimento português restaurador não tarda a chegar.
revolucionário.
            Em 1683, a Bahia se conflagra, depois do assassinato do alcaide da colônia. Em 1710, as lutas se fixam na capitania de Pernambuco. Os brasileiros de Olinda abrem luta contra dos portugueses de Recife. Dá-se um ano inteiro de choques sangrentos.
            Pela mesma época, a França investe contra o porto do Rio de Janeiro, onde estudantes e populares lutaram contra os invasores. Vingativos, os franceses enviaram 5 mil homens, que saquearam a Baía de Guanabara,e o governador foge.
            Em Portugal, D. João V reinava, com profundo descaso para com o povo brasileiro, cujo ouro e diamantes enriqueceram a Europa.  O monarca, pretendendo a entrada nos céus, ergueu o luxuoso Convento de Mafra e abarrotou os cofres do Vaticano. Levantou muitas igrejas e monastérios.
            Pelo Brasil, se alastravam os movimentos nativistas.

NO TEMPO DOS VICE-­REIS

            A falange de Ismael ensinava à sociedade as regras de bem viver e de civilidade, os governantes se dedicavam ao Rio de Janeiro e os padres rezavam no Convento se Santo Antônio.
            O Rio, entretanto, não primava pela higiene e pela limpeza, com depósito de dejetos a céu aberto. Um dos espetáculos mais dolorosos era o mercado de escravos, escolhidos pelos pulsos e dentes, separados se seus pais, mães e irmãos.
            E os amontoados de negros vindos de navios recebiam a bênção religiosa para chegarem vivos ao destino, garantindo o lucro dos mercadores.
            Ismael tentava harmonizar lentamente os interesses espirituais do povo e, sob sua orientação, a igreja passa a proteger os infelizes.
            Sob a influência da falange de Ismael, costumes fraternos surgem no seio da população, como o hábito de se apadrinhar os negros fugitivos.
            Em 1700, foi confirmado por lei o hábito de ceder um ou dois dias aos cativos.  Na pia batismal, por algumas moedas, declaravam-se libertos os filhos dos escravos. A igreja abriu seus cultos para São Benedito e Nossa Senhoria do Rosário, consolando os pobres africanos. Muitas famílias eram alforriadas através dos testamentos de seus proprietários.
            Ismael preparava, assim, uma verdadeira oficina da fraternidade.

POMBAL E OS JESUÍTAS

            Sobe ao trono em Portugal D. José I, em 1750, escolhendo para primeiro ministro, dentre outros, Marquês de Pombal, escolhido previamente pelas falanges espirituais, para reconstrução das energias da pátria.
            O escolhido cometeu várias injustiças com sua ditadura renovadora, enquanto sua pátria se perdia nos tribunais da Inquisição.
            Em 1755, Lisboa foi parcialmente destruída por um terremoto e Pombal empreendeu esforços para reconstruí-la. Não tolerava os jesuítas. Entretanto, no Brasil, os missionários estavam muito longe das criminosas disputas.
            Em 1758, D. José I sofre um atentado contra sua vida, que culminou na sentença de morte de todos os implicados, que sofreram os mais horrorosos suplícios. Pombal aproveitou o ensejo e expulsou os jesuítas, sob o pretexto de que eram autores indiretos desse atentado.
            Expulsos os jesuítas do Brasil, a educação das classes desfavorecidas sofreu abalo e mesmo os melhoramentos introduzidos pelo monarca foram por ele destruídos.
            Os missionários humildes clamaram pela ajuda de Ismael que, bondoso, clamou deixassem aos déspotas a liberdade de agir sob o império de sua própria prepotência, confiando que a vitória pertenceria sempre a Jesus. Disse que os trabalhos prosseguiriam sob nova modalidade.
            Depois de algum tempo, D. Maria I, a Piedosa, subiu ao trono e destituiu o Marquês de Pombal de todas as suas funções do reino, que desprendeu-se da matéria em 1782, humilhado e esquecido.
            Nesse época, o Brasil sofria incontáveis vexames no que tangia à sua liberdade. O clero, a magistratura e o fisco apossavam-se de toda a fortuna. Os padres queriam todo o ouro das minas para edificação de suas igrejas suntuosas.
            Os estudantes brasileiros voltavam da Europa saturados dos princípios filosóficos de Rousseau, para quem a liberdade faz parte da natureza dos homens.
            Em Minas, uma elite de brasileiros considerava a gravidade da situação e os intelectuais compenetravam-se na maioridade da pátria, que poderia tomar as rédeas de seu destino.
            As idéias libertárias começaram a surgir, com Joaquim José da Silva Xavier inclusive (o Tiradentes) e os mineiros não descansaram, malgrado inúmeras dificuldades. 
            Entretanto, havia um grupo delator, liderado por Silvério dos Reis, que encontrou guarida no governador de Minas Gerais. Este sufocou a rebelião em suas origens, prendendo os elementos da conspiração, onze, que foram condenados à morte. No dia seguinte, D, Maria I comutou as penas em perpétuo exílio na África, exceto para Tiradentes, enforcado e esquartejado em Abril de 1792.
            As falanges de Ismael cercaram-lhe a alma leal e forte, inundando-o de consolações. “Irmão querido, resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do nefando mister de inquisidor”.
            Daí a alguns dias, D. Maria I enlouqueceu, ferida de morte em sua consciência.

A REVOLUÇÃO FRANCESA

            Em 1792, D. João VI assumiu o trono português.
            Em 1789, deu-se a Revolução Francesa, que modificou todos os governos da Europa. O povo, oprimido e dlacerado, derrubou a Bastilha.
            Em 1793, Luis XVI foi guilhotinado, juntamente com a nobreza francesa. Em 1795, Napoleão Bonaparte instalou-se e, em 1799, tornou-se o primeiro cônsul. A França, então, ficou nas mãos do ditador inteligente e implacável. Em 1804, foi proclamado imperador.
            Todos os gênios espirituais imploravam a proteção divina para a humanidade terrestre. Emissários de Jesus descem com suas palavras magnânimas, a instruir os trabalhadores do bem.
            Um anjo amigo desabafou: “As preces das viúvas e dos órfãos elevam-se até nós, nos mais dolorosos apelos e, enquanto procuramos ampara esses irmãos, o banquete da guerra prossegue.”
            O que se sabia é que o plano divino era de que a evolução se verificasse sem o concurso dos movimentos lamentáveis, mas a pobreza moral da consciência do mundo atraiu as correntes do mal. O BEM é o único determinismo divino dentro do Universo.
            Napoleão deixa um rastro de lágrima e sangue por onde passava e, assinou com a Espanha um tratado, ordenando a invasão imediata de Portugal. Prudentemente, a Inglaterra sugere a retirada da Casa de Bragança para o Brasil.
            Em 1807, a frota real partiu de Portugal, deixando que os gênios espirituais velassem pelos vencidos e humilhados. Em Janeiro de 1808, a corte chegou ao Brasil, encontrando hospitalidade.

D. JOÃO VI NO BRASIL

            Enquanto as falanges de Henrique de Sagres se reuniam em Portugal, o exército de Ismael voltava-se para o Brasil, a fim de inspirar o soberano D. João VI. A esse agrupamento aliava-se Tiradentes.
            Ismael reuniu os colaboradores e assim se pronunciou: “Amigos, um novo período surgirá agora para as nossas atividades na terra do Evangelho. Sobre os nossos esforços  há  de  pairar  a  direção do Senhor, que se desvela amorosamente pelo cultivo da árvore sagrada dos ensinamentos, transplantada da Palestina para o coração do Brasil. Aquela caravana de abnegados espalha­se então, por todos os recantos da pátria, distribuindo com os seus esforços fraternais as sementes de uma vida nova.”
            O povo baiano recebeu o príncipe-regente com demonstrações carinhosas de amizade. No seu primeiro contacto com o Brasil, sob o influxo das falanges do Infinito, o príncipe-regente sentiu-se tocado da mais alta simpatia pela Pátria do Evangelho.
            Os portos brasileiros foram abertos. D. João VI sentia-se feliz e confortável, mas D. Carlota Joaquina, megalomaníaca, protestava agressivamente contra tudo. Em Abril de 1808, fora, permitidas as indústrias nacionais, urgindo novo período de trabalho para o País.
            Obras notáveis e grandes instituições se fundam no Rio de Janeiro: a Escola de Medicina, o Real Teatro São João, o Banco do Brasil, a Escola de Belas-Artes, a Academia da Marinha, o Conselho Militar, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia.
            Entidades benevolentes, sob a direção de Ismael, espalham claridades novas em todos os espíritos. Entretanto, ao derredor da corte, criava-se uma sociedade de parasitas, sequiosos por títulos, condecorações e cartas honoríficas.
            As despesas com os nobres e suas famílias era exorbitante, muitas expropriações foram realizadas e a lei das aposentadorias obrigada os proprietários a cederem suas casas aos fidalgos.

PRIMÓRDIOS DA EMANCIPAÇÃO

            Em 1815, o País se tornava Reino do Brasil e o progresso econômico da nação avançava em todos os setores. No Rio, D. João VI sofria de desgosto, no ambiente da família. A paisagem do Brasil era anestésica para o seu coração dilacerado. Preocupava-se com a mãe demente, a esposa desleal e o filho perdulário e boêmio.
            Em 1816, D. Maria desprende-se do corpo enfermo, perseguida pelo vozerio das entidades desencarnadas que foram sentenciadas à morte.
            Em 1817, D. Pedro, filho de D. João VI, casou-se com a Aquiduquesa Leopoldina da Áustria, alma sensível e delicada, trazida ao Brasil por intermédio do mundo invisível e para colaborar com os projetos de Ismael.
            Na Europa, as constituições moldadas na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão davam ensejo às liberdades políticas.
            A maçonaria não hesita em concorrer para a independência do Brasil, desde que o soberano regressasse à Europa. Em 1818, o soberano concedeu anistia aos implicados nas revoluções militares, que foram condenados à morte.
            Ismael e seus emissários conseguiram fazer desabrochar a paz. Em 1820, os colaboradores invisíveis desdobram-se nas atividades conciliadoras daqueles que queriam a volta de D. João VI a Portugal. Em 1821, o monarca anuncia seu retorno a Lisboa.
            Os favoritos de sua corte insinuaram a supressão de todas as liberdades que ele havia outorgado ao Brasil, e D. Pedro assumiu o cargo de príncipe-regente.

NO LIMIAR DA INDEPENDÊNCIA

            Em Portugal, D. João VI passa ao largo das sentenças de morte, sujeitando-se às imposições dos revolucionários. D. Carlota e o filho D. Miguel são exilados por não assentirem com isso.
            Os 130 deputados portugueses queriam evitar a independência do Brasil, impondo suas vontades aos 72 deputados brasileiros. O príncipe-regente ia se inflando dos ideais libertários.
            A caravana de Ismael desvelava-se pelo cultivo das idéias liberais no coração da pátria.
            Então, a personalidade espiritual daquele que fora Tiradentes procura Ismael e pergunta se aquele não era o momento decisivo para a atuação da falange.
            Ismael garante-lhe que o momento certo não tardaria e pediu fossem formados os espíritos antes das obras, dizendo “Cerquemos o coração desse príncipe das claridades fraternas da nossa assistência espiritual. Povoemos as suas noites de sonhos de amor à liberdade, desenvolvendo-lhe no espírito as noções da solidariedade humana. Temos que evitar uma guerra civil. Enviaremos nosso apelo ao coração misericordioso de Jesus, implorando suas bênçãos.
            Enquanto os brasileiros discutiam e conspiravam secretamente, uma frota de 1200 homens partia de Lisboa, para repatriar D. Pedro.

A INDEPENDÊNCIA

            Era no Rio de Janeiro que fervilhavam as idéias libertárias. O príncipe, considerando as tradições e laços de família, hesitava.
            Em janeiro de 1822, inspirado pelos companheiros de Ismael, D. Pedro I, para o bem da coletividade e para a felicidade geral da nação, prometeu ficar na Pátria do Evangelho. As tropas portuguesas relutam em aceitar a situação.
            Os eminentes da época, liderados por José Bonifácio, auxiliam o príncipe-regente. A imprensa da época foi mola propulsora  da opinião pública. Temendo a emancipação do Brasil, o governo contratou as tropas mercenárias de Lorde Cochrane e muitas lutas foram travadas.
            Ismael e seus companheiros empreenderam esforços para harmonizar os companheiros encarnados, para que não se fragmentasse o coração do mundo.
            D. Pedro viajou a Minas e a São Paulo, a fim de unificar o sentimento geral em favor da independência. Os bandeirantes, sempre na vanguarda, receberam com entusiasmo sua paixão libertária.
            As falanges invisíveis reuniram-se no Colégio de Piratininga. Com Ismael estavam os heróis das lutas maranhenses e pernambucanas, mineiros e paulista. Ele sentenciou: “A independência do Brasil já se encontra definitivamente proclamada. Escolhamos uma data para os efeitos materiais. Tiradentes acompanhará D. Pedro em seu regresso ao Rio de Janeiro e, ainda na terra generosa de São Paulo, auxiliará seu coração no grito supremo da liberdade. Elevemos nosso coração em prece pelo Brasil.”
            Alguns dias depois, às margens do rio Ipiranga, D. Pedro deixa escapar o grito de “Independência ou Morte”, sem suspeitar de que era dócil instrumento de um emissário invisível.

D. PEDRO II

            Ismael leva ao Divino Mestre o relato de todas as conquistas verificadas, solicitando amparo para a organização social e política da Pátria.
            Em 1824, transbordava a esperança nos corações e a Constituição fora aclamada.
            Recebendo os apelos de Ismael, o Senhor considerou a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e virtudes. Chamou Longinus e disse: “Entre as nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como o coração do mundo. Consegui evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse seu vasto território. Os povos têm sua maioridade e faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições.”
            Longinus, tendo experimentado muitas existências de dor, fora conclamado a ajudar a Pátria do Cruzeiro, dizendo-lhe Jesus que, se bem emprenhada, esta seria a última romagem de seu espírito: seria ele imperador do Brasil.
            Jesus lhe recomendou delicadeza e sublimidade, dizendo que a autoridade, assim como a riqueza, é patrimônio terrível aos espíritos inconscientes dos seus deveres. Ordenou Longinus que amparasse os fracos e os desvalidos, inaugurando um novo período de progresso moral. Pediu que, nas lutas, guardasse a espada e aguardasse o pronunciamento da justiça divina. Rogou aliviasse os martírios dos cativos, cuja abolição estaria próxima. Finalmente, prometeu ampará-lo nos angustiosos transes do último regate no planeta das sombras, garantindo que a posteridade reconheceria-o no roteiro da paz no Brasil.
            Em 1825, no Rio de Janeiro, nascia de D. Leopoldina, o imperador e maior de todos os republicanos.

FIM DO PRIMEIRO REINADO

            Um dos traços do povo brasileiro é seu profundo amor à liberdade.
            A atitude de D. Pedro I, ordenando, em 1823, a dissolução da Constituinte, tivera repercussão no espírito da nação e as lutas isoladas pululavam aqui e ali.
            D. Pedro I possuía notável acuidade em psicologia política e espírito empreendedor. Nos instantes em que seu coração prmitia, as falanges de Ismael consolidavam os ideais de liberdade da Pátria. Daí porque muitos decretos objetivavam a tranqüilidade geral.
            Entretando, ainda sob os auspícios de Maurício de Nassau, Recife era solo fértil para as mais novas idéias e, em 1824 instalou-se a Confederação do Equador, que proclamava generosas idéias republicanas.
            Enérgico, o imperador envia Lorde Cochrane e Lima e Silva, para extinguir a insurreição. Paes de Andrade refugia-se num navio inglês, mas Frei Caneca paga com a vida o sonho republicano. Depois, ele se associa aos trabalhos do Infinito, sob a direção de Ismael.
            Alguns queriam o retorno do Brasil à situação de colônia de Portugal, visando interesses mesquinhos, mas o mundo invisível atuou fervorosamente para que a Província Cisplatina fosse reintegrada em sua liberdade (atual Uruguai). A imposição para submetê-la conflitava com as mensagens de Ismael, para que o povo guardasse a tradição da solidariedade e autonomia.
            A opinião pública não abandonava a crítica a D. Pedro I. O País andava agitado e apreensivo. A imprensa abandonou-o, transformando-se em sentinela. O Brasil reconhecia o seu feito na independência, mas não tolerava sua origem portuguesa.
            Em 1831, D. Pedro organiza novo ministério e a revolução se alastrava. Entre os revoltosos, estão os seus melhores amigos.
            Na madrugada silenciosa, D. Pedro ouve seu pai que, ajudado por Ismael, lhe falava brandamente ao coração, para que abdicasse do trono, em favor de seu filho, D. Pedro II, que contava com 5 anos e ficaria sob a tutela de José Bonifácio.

BEZERRA DE MENEZES

            O século XIX  cumprir-se-ia a promessa de Jesus, de que os ensinamentos do Evangelho derramariam claridades divinas a todas as criaturas, para que o Consolador reorganizasse a energia das criaturas.
            As guerras de Bonaparte mal terminaram e gênios inspiradores reuniam-se em assembléias espirituais, para designação de missionários das novas revelações.
            Numa delas, presidida pelo próprio Cordeiro de Deus, foi destacado um discípulo que deveria organizar e compilar ensinamentos que seriam revelados, oferecendo um método de observação a todos os estudiosos.
            Assim, em 3 de Outubro de 1804, veio a atmosfera terrestre Allan Kardec, que contaria com uma plêiade de auxiliares da sua obra; João Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; Leon Denis, que efetuaria o  desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e Camille Flammarion.

            Ia, então, resplandecer a suave luz do Espiritismo e todas as falanges do bem se preparavam para essa jornada gloriosa.
            Ismael e seus abnegados companheiros traziam inspirações para o Brasil, conseguindo que um grande número de estudiosos se interessasse pelo Espiritismo.
            Aqui, as primeiras experiências começaram pelas curas. Já em 1818, a Pátria do Cruzeiro ostentava um grande círculo homeopático, dirigido pela espiritualidade.
            E a mensagem de Ismael era clara: “O século atual vai ser assinalado pelo advento do Consolador à face da Terra. Nestes cem anos se efetuarão grandes movimentos preparatórios dos outros cem anos que hão de vir. No próximo século [XX], rajadas de dor avassalarão a humanidade, marcado o final da precária civilização do Ocidente. É preciso que amparemos o coração atormentado dos homens nessas amarguras, preparando-lhes o caminho da purificação espiritual, através de sendas penosas. O século XX será divisor de águas, para uma sociedade futura, que se assentará na fraternidade e na justiça. A civilização armada terá que perecer, para que os homens se amem como irmãos. Se as verdades novas devem surgir primeiramente, nos centros culturais do Velho Mundo, é na Pátria do Evangelho que lhes vamos  dar vida.”
            Na assembléia angelical, Ismael dirigiu-se a um determinado espírito e disse que ele desceria às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as forças da falange no Brasil, arregimentando todos os elementos dispersos, para a formação de um núcleo espiritual, através de missão delicada e plenamente dedicada aos planos de Jesus. Disse: “Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida”.
            Fez –se silêncio na reunião e as lágrimas de reconhecimento caiam dos olhos deste espírito, exortado pela expressão “glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos trabalhadores de boa vontade”.
            Assim, em 29/08/1831, no Ceará, Nascia Bezerra de Menezes, o grande discípulo de Ismael.
            Em 1840, chegavam mais dois membros desta iluminada falange: dois médicos humanitários, Bento Mure e Vicente Martins. Muito antes da codificação, conheciam ambos os transes mediúnicos e o alcance da aplicação do magnetismo espiritual, e traziam por lema a mesma inscrição da bandeira alva de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”.
            Em 1848, os primeiros fenômenos do magnetismo na cura espiritual não passaram despercebidos também na América do Norte.
            A febre de experimentações foi intensa e chegou ao Rio de Janeiro.
            Em 1853, formara-se um grupo de estudiosos, dentre eles o Marquês de Olinda e o Visconde de Uberaba. Esses núcleos também existiam em Salvador.
            Em 1860, surgiam as primeiras publicações espiritistas e as publicações brasileiras não passaram despercebidas a Allan Kardec.
            A doutrina seguia marcha vitoriosa, quando Kardec voltou à Pátria Espiritual em 1869.
            Neste ano, surgiu o primeiro periódico espírita brasileiro: “O Eco de Além-Túmulo”.
            Ismael, atento, sugeriu a criação de um núcleo no Rio de janeiro, que orientasse todos os movimentos da doutrina no Brasil.
            Um de seus emissários, Confúcio, transmitia mediunicamente valorosos ensinamentos e, em 1873 fundou-se o “Grupo Confúcio”, que durou três anos. 
            Memoráveis foram os seus trabalhos, que lutaram contra a opinião hostil daquele tempo e contra as reações das trevas, que, através da incitação da discórdia, diluiu o grupo.
            Os lutadores fundaram, então, em 1976, a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”, sob a direção de Francisco Leite Bittencourt Sampaio, grande discípulo de Ismael, que abandonara a política para dedicar-se à tarefa divina.
            A ele se juntou, em 1878, Antônio Luiz Sayão.
            As trevas, afoitas, encontraram um médium pronto para a dolorosa tarefa de fomentar a desarmonia.
            Por isso, em 1880, o grupo de Ismael fundou a “Sociedade Espírita Fraternidade”. Em 1883, Augusto Elias da Silva lançava a publicação “O reformador”.
            No Rio de Janeiro, essa plêiade de trabalhadores curadores é intuída, por emissários do Alto, a trazer Bezerra de Menezes ao apostolado, cujo coração já se encontrava a postos.
            Ele traz a palma da harmonia, serenando os conflitos e estabelece a prudência e a discrição entre os temperamentos mais veementes.
            Mais tarde, essa organização se consolidaria com a Federação espírita Brasileira.

(Paula Duran)




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Amigos! Esse blog é de vocês. Nos alegramos muito com a sua colaboração!

Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...