OS MOVIMENTOS NATIVISTAS
A procura do ouro animava os
espíritos e multiplicavam-se as emboscadas e a sede pela posse. O alicerce das
cidades que se formavam às margens da estrada aberta erguia-se com sangue e
morte. Os índios sofriam com essa busca por tesouro em suas terras.
No Maranhão, os ímpetos
revolucionários contra a Companhia de Comércio e o monopólio português,
providenciam o banimento dos protetores dos indígenas. A corte, em Lisboa,
preocupou-se com o avanço dos franceses e o movimento português restaurador não
tarda a chegar.
revolucionário.
Em 1683, a Bahia se conflagra, depois
do assassinato do alcaide da colônia. Em 1710, as lutas se fixam na capitania
de Pernambuco. Os brasileiros de Olinda abrem luta contra dos portugueses de
Recife. Dá-se um ano inteiro de choques sangrentos.
Pela mesma época, a França investe
contra o porto do Rio de Janeiro, onde estudantes e populares lutaram contra os
invasores. Vingativos, os franceses enviaram 5 mil homens, que saquearam a Baía
de Guanabara,e o governador foge.
Em Portugal, D. João V reinava, com
profundo descaso para com o povo brasileiro, cujo ouro e diamantes enriqueceram
a Europa. O monarca, pretendendo a
entrada nos céus, ergueu o luxuoso Convento de Mafra e abarrotou os cofres do
Vaticano. Levantou muitas igrejas e monastérios.
Pelo Brasil, se alastravam os
movimentos nativistas.
NO TEMPO DOS VICE-REIS
A falange de Ismael ensinava à
sociedade as regras de bem viver e de civilidade, os governantes se dedicavam
ao Rio de Janeiro e os padres rezavam no Convento se Santo Antônio.
O Rio, entretanto, não primava pela
higiene e pela limpeza, com depósito de dejetos a céu aberto. Um dos espetáculos
mais dolorosos era o mercado de escravos, escolhidos pelos pulsos e dentes,
separados se seus pais, mães e irmãos.
E os amontoados de negros vindos de
navios recebiam a bênção religiosa para chegarem vivos ao destino, garantindo o
lucro dos mercadores.
Ismael tentava harmonizar lentamente
os interesses espirituais do povo e, sob sua orientação, a igreja passa a
proteger os infelizes.
Sob a influência da falange de
Ismael, costumes fraternos surgem no seio da população, como o hábito de se
apadrinhar os negros fugitivos.
Em 1700, foi confirmado por lei o
hábito de ceder um ou dois dias aos cativos.
Na pia batismal, por algumas moedas, declaravam-se libertos os filhos
dos escravos. A igreja abriu seus cultos para São Benedito e Nossa Senhoria do
Rosário, consolando os pobres africanos. Muitas famílias eram alforriadas
através dos testamentos de seus proprietários.
Ismael preparava, assim, uma
verdadeira oficina da fraternidade.
POMBAL E OS JESUÍTAS
Sobe ao trono em Portugal D. José I,
em 1750, escolhendo para primeiro ministro, dentre outros, Marquês de Pombal,
escolhido previamente pelas falanges espirituais, para reconstrução das
energias da pátria.
O escolhido cometeu várias injustiças
com sua ditadura renovadora, enquanto sua pátria se perdia nos tribunais da
Inquisição.
Em 1755, Lisboa foi parcialmente
destruída por um terremoto e Pombal empreendeu esforços para reconstruí-la. Não
tolerava os jesuítas. Entretanto, no Brasil, os missionários estavam muito
longe das criminosas disputas.
Em 1758, D. José I sofre um atentado
contra sua vida, que culminou na sentença de morte de todos os implicados, que
sofreram os mais horrorosos suplícios. Pombal aproveitou o ensejo e expulsou os
jesuítas, sob o pretexto de que eram autores indiretos desse atentado.
Expulsos os jesuítas do Brasil, a
educação das classes desfavorecidas sofreu abalo e mesmo os melhoramentos
introduzidos pelo monarca foram por ele destruídos.
Os missionários humildes clamaram
pela ajuda de Ismael que, bondoso, clamou deixassem aos déspotas a liberdade de
agir sob o império de sua própria prepotência, confiando que a vitória
pertenceria sempre a Jesus. Disse que os trabalhos prosseguiriam sob nova
modalidade.
Depois de algum tempo, D. Maria I, a
Piedosa, subiu ao trono e destituiu o Marquês de Pombal de todas as suas funções
do reino, que desprendeu-se da matéria em 1782, humilhado e esquecido.
Nesse época, o Brasil sofria
incontáveis vexames no que tangia à sua liberdade. O clero, a magistratura e o
fisco apossavam-se de toda a fortuna. Os padres queriam todo o ouro das minas
para edificação de suas igrejas suntuosas.
Os estudantes brasileiros voltavam da
Europa saturados dos princípios filosóficos de Rousseau, para quem a liberdade
faz parte da natureza dos homens.
Em Minas, uma elite de brasileiros
considerava a gravidade da situação e os intelectuais compenetravam-se na
maioridade da pátria, que poderia tomar as rédeas de seu destino.
As idéias libertárias começaram a
surgir, com Joaquim José da Silva Xavier inclusive (o Tiradentes) e os mineiros
não descansaram, malgrado inúmeras dificuldades.
Entretanto, havia um grupo delator,
liderado por Silvério dos Reis, que encontrou guarida no governador de Minas
Gerais. Este sufocou a rebelião em suas origens, prendendo os elementos da
conspiração, onze, que foram condenados à morte. No dia seguinte, D, Maria I
comutou as penas em perpétuo exílio na África, exceto para Tiradentes,
enforcado e esquartejado em Abril de 1792.
As falanges de Ismael cercaram-lhe a
alma leal e forte, inundando-o de consolações. “Irmão querido, resgatas hoje os
delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do nefando mister de
inquisidor”.
Daí a alguns dias, D. Maria I
enlouqueceu, ferida de morte em sua consciência.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
Em 1792, D. João VI assumiu o trono
português.
Em 1789, deu-se a Revolução Francesa,
que modificou todos os governos da Europa. O povo, oprimido e dlacerado,
derrubou a Bastilha.
Em 1793, Luis XVI foi guilhotinado,
juntamente com a nobreza francesa. Em 1795, Napoleão Bonaparte instalou-se e,
em 1799, tornou-se o primeiro cônsul. A França, então, ficou nas mãos do
ditador inteligente e implacável. Em 1804, foi proclamado imperador.
Todos os gênios espirituais
imploravam a proteção divina para a humanidade terrestre. Emissários de Jesus
descem com suas palavras magnânimas, a instruir os trabalhadores do bem.
Um anjo amigo desabafou: “As preces
das viúvas e dos órfãos elevam-se até nós, nos mais dolorosos apelos e,
enquanto procuramos ampara esses irmãos, o banquete da guerra prossegue.”
O que se sabia é que o plano divino
era de que a evolução se verificasse sem o concurso dos movimentos lamentáveis,
mas a pobreza moral da consciência do mundo atraiu as correntes do mal. O BEM é
o único determinismo divino dentro do Universo.
Napoleão deixa um rastro de lágrima e
sangue por onde passava e, assinou com a Espanha um tratado, ordenando a
invasão imediata de Portugal. Prudentemente, a Inglaterra sugere a retirada da
Casa de Bragança para o Brasil.
Em 1807, a frota real partiu de
Portugal, deixando que os gênios espirituais velassem pelos vencidos e
humilhados. Em Janeiro de 1808, a corte chegou ao Brasil, encontrando
hospitalidade.
D. JOÃO VI NO BRASIL
Enquanto as falanges de Henrique de
Sagres se reuniam em Portugal, o exército de Ismael voltava-se para o Brasil, a
fim de inspirar o soberano D. João VI. A esse agrupamento aliava-se Tiradentes.
Ismael reuniu os colaboradores e
assim se pronunciou: “Amigos, um novo período surgirá agora para as nossas
atividades na terra do Evangelho. Sobre os nossos esforços há de pairar a direção do Senhor, que se desvela amorosamente
pelo cultivo da árvore sagrada dos ensinamentos, transplantada da Palestina
para o coração do Brasil. Aquela caravana de abnegados espalhase então, por todos
os recantos da pátria, distribuindo com os seus esforços fraternais as sementes
de uma vida nova.”
O povo baiano recebeu o
príncipe-regente com demonstrações carinhosas de amizade. No seu primeiro
contacto com o Brasil, sob o influxo das falanges do Infinito, o
príncipe-regente sentiu-se tocado da mais alta simpatia pela Pátria do
Evangelho.
Os portos brasileiros foram abertos.
D. João VI sentia-se feliz e confortável, mas D. Carlota Joaquina,
megalomaníaca, protestava agressivamente contra tudo. Em Abril de 1808, fora,
permitidas as indústrias nacionais, urgindo novo período de trabalho para o
País.
Obras notáveis e grandes instituições
se fundam no Rio de Janeiro: a Escola de Medicina, o Real Teatro São João, o
Banco do Brasil, a Escola de Belas-Artes, a Academia da Marinha, o Conselho
Militar, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia.
Entidades benevolentes, sob a direção
de Ismael, espalham claridades novas em todos os espíritos. Entretanto, ao
derredor da corte, criava-se uma sociedade de parasitas, sequiosos por títulos,
condecorações e cartas honoríficas.
As despesas com os nobres e suas
famílias era exorbitante, muitas expropriações foram realizadas e a lei das aposentadorias
obrigada os proprietários a cederem suas casas aos fidalgos.
PRIMÓRDIOS DA EMANCIPAÇÃO
Em 1815, o País se tornava Reino do
Brasil e o progresso econômico da nação avançava em todos os setores. No Rio,
D. João VI sofria de desgosto, no ambiente da família. A paisagem do Brasil era
anestésica para o seu coração dilacerado. Preocupava-se com a mãe demente, a
esposa desleal e o filho perdulário e boêmio.
Em 1816, D. Maria desprende-se do
corpo enfermo, perseguida pelo vozerio das entidades desencarnadas que foram
sentenciadas à morte.
Em 1817, D. Pedro, filho de D. João
VI, casou-se com a Aquiduquesa Leopoldina da Áustria, alma sensível e delicada,
trazida ao Brasil por intermédio do mundo invisível e para colaborar com os
projetos de Ismael.
Na Europa, as constituições moldadas
na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão davam ensejo às liberdades
políticas.
A maçonaria não hesita em concorrer
para a independência do Brasil, desde que o soberano regressasse à Europa. Em
1818, o soberano concedeu anistia aos implicados nas revoluções militares, que
foram condenados à morte.
Ismael e seus emissários conseguiram
fazer desabrochar a paz. Em 1820, os colaboradores invisíveis desdobram-se nas
atividades conciliadoras daqueles que queriam a volta de D. João VI a Portugal.
Em 1821, o monarca anuncia seu retorno a Lisboa.
Os favoritos de sua corte insinuaram
a supressão de todas as liberdades que ele havia outorgado ao Brasil, e D.
Pedro assumiu o cargo de príncipe-regente.
NO LIMIAR DA INDEPENDÊNCIA
Em Portugal, D. João VI passa ao
largo das sentenças de morte, sujeitando-se às imposições dos revolucionários.
D. Carlota e o filho D. Miguel são exilados por não assentirem com isso.
Os 130 deputados portugueses queriam
evitar a independência do Brasil, impondo suas vontades aos 72 deputados
brasileiros. O príncipe-regente ia se inflando dos ideais libertários.
A caravana de Ismael desvelava-se
pelo cultivo das idéias liberais no coração da pátria.
Então, a personalidade espiritual
daquele que fora Tiradentes procura Ismael e pergunta se aquele não era o
momento decisivo para a atuação da falange.
Ismael garante-lhe que o momento
certo não tardaria e pediu fossem formados os espíritos antes das obras,
dizendo “Cerquemos o coração desse príncipe das claridades fraternas da nossa
assistência espiritual. Povoemos as suas noites de sonhos de amor à liberdade,
desenvolvendo-lhe no espírito as noções da solidariedade humana. Temos que
evitar uma guerra civil. Enviaremos nosso apelo ao coração misericordioso de Jesus,
implorando suas bênçãos.
Enquanto os brasileiros discutiam e
conspiravam secretamente, uma frota de 1200 homens partia de Lisboa, para
repatriar D. Pedro.
A INDEPENDÊNCIA
Era no Rio de Janeiro que fervilhavam
as idéias libertárias. O príncipe, considerando as tradições e laços de
família, hesitava.
Em janeiro de 1822, inspirado pelos
companheiros de Ismael, D. Pedro I, para o bem da coletividade e para a
felicidade geral da nação, prometeu ficar na Pátria do Evangelho. As tropas
portuguesas relutam em aceitar a situação.
Os eminentes da época, liderados por
José Bonifácio, auxiliam o príncipe-regente. A imprensa da época foi mola
propulsora da opinião pública. Temendo a
emancipação do Brasil, o governo contratou as tropas mercenárias de Lorde
Cochrane e muitas lutas foram travadas.
Ismael e seus companheiros empreenderam
esforços para harmonizar os companheiros encarnados, para que não se
fragmentasse o coração do mundo.
D. Pedro viajou a Minas e a São Paulo,
a fim de unificar o sentimento geral em favor da independência. Os
bandeirantes, sempre na vanguarda, receberam com entusiasmo sua paixão
libertária.
As falanges invisíveis reuniram-se no
Colégio de Piratininga. Com Ismael estavam os heróis das lutas maranhenses e
pernambucanas, mineiros e paulista. Ele sentenciou: “A independência do Brasil
já se encontra definitivamente proclamada. Escolhamos uma data para os efeitos
materiais. Tiradentes acompanhará D. Pedro em seu regresso ao Rio de Janeiro e,
ainda na terra generosa de São Paulo, auxiliará seu coração no grito supremo da
liberdade. Elevemos nosso coração em prece pelo Brasil.”
Alguns dias depois, às margens do rio
Ipiranga, D. Pedro deixa escapar o grito de “Independência ou Morte”, sem
suspeitar de que era dócil instrumento de um emissário invisível.
D. PEDRO II
Ismael leva ao Divino Mestre o relato
de todas as conquistas verificadas, solicitando amparo para a organização
social e política da Pátria.
Em 1824, transbordava a esperança nos
corações e a Constituição fora aclamada.
Recebendo os apelos de Ismael, o
Senhor considerou a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro
de exemplos e virtudes. Chamou Longinus e disse: “Entre as nações do orbe
terrestre, organizei o Brasil como o coração do mundo. Consegui evitar que a
pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse seu vasto território. Os
povos têm sua maioridade e faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de
ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições.”
Longinus, tendo experimentado muitas
existências de dor, fora conclamado a ajudar a Pátria do Cruzeiro, dizendo-lhe
Jesus que, se bem emprenhada, esta seria a última romagem de seu espírito:
seria ele imperador do Brasil.
Jesus lhe recomendou delicadeza e
sublimidade, dizendo que a autoridade, assim como a riqueza, é patrimônio
terrível aos espíritos inconscientes dos seus deveres. Ordenou Longinus que
amparasse os fracos e os desvalidos, inaugurando um novo período de progresso
moral. Pediu que, nas lutas, guardasse a espada e aguardasse o pronunciamento
da justiça divina. Rogou aliviasse os martírios dos cativos, cuja abolição
estaria próxima. Finalmente, prometeu ampará-lo nos angustiosos transes do
último regate no planeta das sombras, garantindo que a posteridade
reconheceria-o no roteiro da paz no Brasil.
Em 1825, no Rio de Janeiro, nascia de
D. Leopoldina, o imperador e maior de todos os republicanos.
FIM DO PRIMEIRO REINADO
Um dos traços do povo brasileiro é
seu profundo amor à liberdade.
A atitude de D. Pedro I, ordenando,
em 1823, a dissolução da Constituinte, tivera repercussão no espírito da nação
e as lutas isoladas pululavam aqui e ali.
D. Pedro I possuía notável acuidade
em psicologia política e espírito empreendedor. Nos instantes em que seu
coração prmitia, as falanges de Ismael consolidavam os ideais de liberdade da
Pátria. Daí porque muitos decretos objetivavam a tranqüilidade geral.
Entretando, ainda sob os auspícios de
Maurício de Nassau, Recife era solo fértil para as mais novas idéias e, em 1824
instalou-se a Confederação do Equador, que proclamava generosas idéias
republicanas.
Enérgico, o imperador envia Lorde
Cochrane e Lima e Silva, para extinguir a insurreição. Paes de Andrade
refugia-se num navio inglês, mas Frei Caneca paga com a vida o sonho
republicano. Depois, ele se associa aos trabalhos do Infinito, sob a direção de
Ismael.
Alguns queriam o retorno do Brasil à
situação de colônia de Portugal, visando interesses mesquinhos, mas o mundo invisível
atuou fervorosamente para que a Província Cisplatina fosse reintegrada em sua
liberdade (atual Uruguai). A imposição para submetê-la conflitava com as
mensagens de Ismael, para que o povo guardasse a tradição da solidariedade e
autonomia.
A opinião pública não abandonava a
crítica a D. Pedro I. O País andava agitado e apreensivo. A imprensa
abandonou-o, transformando-se em sentinela. O Brasil reconhecia o seu feito na
independência, mas não tolerava sua origem portuguesa.
Em 1831, D. Pedro organiza novo
ministério e a revolução se alastrava. Entre os revoltosos, estão os seus
melhores amigos.
Na madrugada silenciosa, D. Pedro
ouve seu pai que, ajudado por Ismael, lhe falava brandamente ao coração, para
que abdicasse do trono, em favor de seu filho, D. Pedro II, que contava com 5
anos e ficaria sob a tutela de José Bonifácio.
BEZERRA DE MENEZES
O século XIX cumprir-se-ia a promessa de Jesus, de que os
ensinamentos do Evangelho derramariam claridades divinas a todas as criaturas,
para que o Consolador reorganizasse a energia das criaturas.
As guerras de Bonaparte mal
terminaram e gênios inspiradores reuniam-se em assembléias espirituais, para
designação de missionários das novas revelações.
Numa delas, presidida pelo próprio
Cordeiro de Deus, foi destacado um discípulo que deveria organizar e compilar
ensinamentos que seriam revelados, oferecendo um método de observação a todos
os estudiosos.
Assim, em 3 de Outubro de 1804, veio
a atmosfera terrestre Allan Kardec, que contaria com uma plêiade de auxiliares
da sua obra; João Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; Leon Denis,
que efetuaria o desdobramento filosófico;
de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e Camille Flammarion.
Ia, então, resplandecer a suave luz
do Espiritismo e todas as falanges do bem se preparavam para essa jornada
gloriosa.
Ismael e seus abnegados companheiros
traziam inspirações para o Brasil, conseguindo que um grande número de
estudiosos se interessasse pelo Espiritismo.
Aqui, as primeiras experiências
começaram pelas curas. Já em 1818, a Pátria do Cruzeiro ostentava um grande
círculo homeopático, dirigido pela espiritualidade.
E a mensagem de Ismael era clara: “O
século atual vai ser assinalado pelo advento do Consolador à face da Terra.
Nestes cem anos se efetuarão grandes movimentos preparatórios dos outros cem
anos que hão de vir. No próximo século [XX], rajadas de dor avassalarão a
humanidade, marcado o final da precária civilização do Ocidente. É preciso que
amparemos o coração atormentado dos homens nessas amarguras, preparando-lhes o
caminho da purificação espiritual, através de sendas penosas. O século XX será
divisor de águas, para uma sociedade futura, que se assentará na fraternidade e
na justiça. A civilização armada terá que perecer, para que os homens se amem
como irmãos. Se as verdades novas devem surgir primeiramente, nos centros culturais
do Velho Mundo, é na Pátria do Evangelho que lhes vamos dar vida.”
Na assembléia angelical, Ismael
dirigiu-se a um determinado espírito e disse que ele desceria às lutas
terrestres com o objetivo de concentrar as forças da falange no Brasil,
arregimentando todos os elementos dispersos, para a formação de um núcleo
espiritual, através de missão delicada e plenamente dedicada aos planos de
Jesus. Disse: “Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a
compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida”.
Fez –se silêncio na reunião e as
lágrimas de reconhecimento caiam dos olhos deste espírito, exortado pela
expressão “glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos trabalhadores de boa
vontade”.
Assim, em 29/08/1831, no Ceará,
Nascia Bezerra de Menezes, o grande discípulo de Ismael.
Em 1840, chegavam mais dois membros
desta iluminada falange: dois médicos humanitários, Bento Mure e Vicente
Martins. Muito antes da codificação, conheciam ambos os transes mediúnicos e o
alcance da aplicação do magnetismo espiritual, e traziam por lema a mesma
inscrição da bandeira alva de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”.
Em 1848, os primeiros fenômenos do
magnetismo na cura espiritual não passaram despercebidos também na América do
Norte.
A febre de experimentações foi
intensa e chegou ao Rio de Janeiro.
Em 1853, formara-se um grupo de
estudiosos, dentre eles o Marquês de Olinda e o Visconde de Uberaba. Esses
núcleos também existiam em Salvador.
Em 1860, surgiam as primeiras
publicações espiritistas e as publicações brasileiras não passaram
despercebidas a Allan Kardec.
A doutrina seguia marcha vitoriosa,
quando Kardec voltou à Pátria Espiritual em 1869.
Neste ano, surgiu o primeiro
periódico espírita brasileiro: “O Eco de Além-Túmulo”.
Ismael, atento, sugeriu a criação de
um núcleo no Rio de janeiro, que orientasse todos os movimentos da doutrina no
Brasil.
Um de seus emissários, Confúcio,
transmitia mediunicamente valorosos ensinamentos e, em 1873 fundou-se o “Grupo
Confúcio”, que durou três anos.
Memoráveis foram os seus trabalhos,
que lutaram contra a opinião hostil daquele tempo e contra as reações das
trevas, que, através da incitação da discórdia, diluiu o grupo.
Os lutadores fundaram, então, em
1976, a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”, sob a direção
de Francisco Leite Bittencourt Sampaio, grande discípulo de Ismael, que
abandonara a política para dedicar-se à tarefa divina.
A ele se juntou, em 1878, Antônio
Luiz Sayão.
As trevas, afoitas, encontraram um
médium pronto para a dolorosa tarefa de fomentar a desarmonia.
Por isso, em 1880, o grupo de Ismael
fundou a “Sociedade Espírita Fraternidade”. Em 1883, Augusto Elias da Silva
lançava a publicação “O reformador”.
No Rio de Janeiro, essa plêiade de
trabalhadores curadores é intuída, por emissários do Alto, a trazer Bezerra de
Menezes ao apostolado, cujo coração já se encontrava a postos.
Ele traz a palma da harmonia,
serenando os conflitos e estabelece a prudência e a discrição entre os
temperamentos mais veementes.
Mais tarde, essa organização se
consolidaria com a Federação espírita Brasileira.
(Paula Duran)