segunda-feira, 15 de abril de 2013

DIRETRIZES DE SEGURANÇA - QUESTÕES 5, 6 E 7


5
De que dispõe o médium psicofônico consciente para distinguir seu pensamento do pensamento da entidade comunicante?

Divaldo - O médium consciente dispõe do bom senso. Eis porque, antes de exercitar a mediunidade deve estudá-la; antes de entregar-se ao ministério da vivência mediúnica é-lhe lícito entender o próprio mecanismo do fenômeno mediúnico. Allan Kardec, aliás, sábio por excelência, teve a inspiração ditosa de primeiro oferecer à Humanidade O Livro dos Espíritos, que é um tratado de filosofia moral. Logo depois, O Livro dos Médiuns, que é um compêndio de metodologia do exercício da faculdade mediúnica. Há de ver-se, no capítulo 3º, que é dedicado ao método, sobre a necessidade de o indivíduo conhecer a função que vai disciplinar. Então o médium tem conhecimento de suas próprias aptidões e de sua capacidade de exercitá-las.
Na mediunidade consciente ou lúcida o fenômeno é, a princípio, “inspirativo”.
Naturalmente os espíritos se utilizam do nível cultural do médium, o mesmo ocorrendo nas demais expressões mediúnicas: na semiconsciente e na in­consciente ou sonambúlica. O médium, no começo, terá que vencer o constrangimento da dúvida, em cujo período ele não tem maior certeza se a ocorrência parte do seu inconsciente, dos arquivos da memória anterior, ou se provém da indução de natureza extrínseca. Através do exercício, ele adquirirá um conhecimento de tal maneira equilibrado que poderá identificar quando se trata de si próprio - animismo ou de interferência espiritual - mediunismo. Através da lei dos fluidos, pelas sensações que o médium registra, durante a influência que o envolve, passa a identificar qual a entidade que dele se acerca. A partir daí, se oferece numa entrega tranqüila, e o espírito que o conduz inspira-o além da sua própria capacidade dando leveza às suas idéias habituais, oferecendo-lhe a possibilidade de síntese que não lhe é comum, canalizando idéias às quais não está acostumado e que ocorrem somente naquele instante da concentra­ção mediúnica. Só o tempo, porém, pelo exercício continuado, oferecerá a lucidez, a segurança para discernir quando se trata de informação dos seus próprios arquivos ou da interferência dos Bons Espíritos.

6
Pode o médium, em algumas comunicações, não conseguir evitar, totalmente, as atitudes desequilibradas  dos espíritos comunicantes?

Divaldo - À medida que o médium educa a força nervosa, logra diminuir o impacto do desequilíbrio do comunicante. É compreensível que, em se comunicando um suicida, não venhamos a esperar harmonia por parte da entidade em sofrimento; alguém que foi vítima de uma tragédia sendo arrebatado do corpo sem o preparo para a vida espiritual apresentará no médium o estertor do momento final, na própria comunicação, algumas convulsões em virtude do quadro emocional em que o espírito se encontra.
Há, porém, certos cacoetes e viciações que nos cumpre disciplinar. Há médiuns que só incorporam (termo incorreto), isto é, somente dão comunicação psicofônica, se bocejarem bastante. Para dar um toque de humor: quando eu comecei a freqüentar a Casa Espírita, na minha terra natal, a primeira parte era um Deus-nos-acuda! Porque as pessoas bocejavam e choravam, demasiadamente. Eu, como era médium principiante, cria que também deveria bocejar de quebrar o queixo. A “médium principal”, que era uma senhora muito católica, iniciava as comunicações sempre depois de intermináveis bocejos e tosses que a levavam às lágrimas. Hoje não bocejo, nem no meu estado normal. Quando eles vêm eu cerro os dentes e os evito.
É lógico que uma entidade sofredora nos impregna de energia perniciosa, advindo o desejo de exteriorizar pelo bocejo. É uma forma de eliminar toxinas. Mas nós podemos eliminá-las pela sudorese, por outros processos orgânicos, não necessariamente o bocejo. Há outros médiuns que têm a dependência, de todas as vezes em que vão comunicar-se os espíritos, bater na mesa ou bater os pés, porque se não baterem não se comunicam. Lembro de uma vez em que tivemos uma mesa redonda. Ô presidente da mesa era um homem muito bom, muito evangelizado, mas não havia entendido bem a Doutrina, tendo idéias doutrinárias muito pessoais. Ele me perguntou quando é que o espírito incorpora no médium. Mas logo respondeu: “A gente chupa... chupa... até engolir! Não é verdade ?“. São cacoetes, destituídos de sentido e lógica.
Os médiuns têm o dever de coibir o excesso de. distúrbios da entidade comunicante.
Na minha terra, vi senhoras que se jogavam no chão, e vinham os cavalheiros prestimosos ajudá-las... Graças a Deus eram todas magrinhas...
O médium deve controlar o espírito que se comunica, para que este lhe respeite a instrumentalidade, mesmo porque o espírito não entra no médium.
A comunicação é sempre através do perispírito, que vai oferecer campo ao desencarnado. Todavia, a diretriz é do encarnado.

7
Quais são os requisitos necessários aos médiuns que militam na tarefa mediúnica?

Raul - Percebendo que a mediunidade é uma faculdade mental, ela independe de o indivíduo ser nobre ou devasso. Sendo a mediunidade essa luz do espírito que se projeta através da carne, admitiremos também poder encontrá-la representando a treva do espírito que escorre através do soma. E exatamente por isso, percebemos que o médium deverá ajustar-se, quando deseje servir com o Cristo. Atrelado às forças do bem, ajustar-se ao esforço de vivenciar as lições evangélicas, renovando, gradativamente, os panoramas da própria existência, domando as inclinações infelizes, inferiores, elevando o padrão mental para que sua mentalização se dirija para o sentido nobre, fazendo-o cada vez mais vibrátil nas mãos das Entidades Felizes.
Logo, os requisitos para o exercício da mediunidade no enfoque espírita serão o exercício da humildade, da humildade que não se converte em subserviência, mas que é a atitude de reconhecimento da grandeza da vida em face da nossa pequenez pessoal; o espírito de estudo, de apercebimento continuado das leis que nos regem, que nos governam. O médium espírita deverá estar sempre voltado para aumentar o seu patrimônio de conhecimento das coisas, dando-nos conta de que o Espírito da Verdade nos disse ser necessário o amor que assiste, que guarda, que renuncia, que serve, e, ao mesmo tempo, a instrução que de maneira alguma representará apenas o diploma acadêmico, mas que é esse engrandecimento do caráter, da inteligência, esse amadurecimento que, muitas vezes, o diploma não confere. Exatamente aí o médium deverá ater-se ao estudo, ao trabalho, à abnegação ao semelhante é nesse esforço estará logrando também subir a ladeira para conquistar a humildade.
Numa colocação feita pelo espírito Albino Teixeira, através de Chico Xavier, no livro Paz e Renovação, diz ele que o melhor médium para o mundo espiritual não é o que seja portador de múltiplas faculdades, mas é aquele que esteja sempre disposto a aprender e sempre pronto a servir.

(Do livro “Diretrizes de Segurança”, de Divaldo Franco e Raul Teixeira) 



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