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Existe mediunidade
inconsciente?
Divaldo - Sem dúvida. Kardec
classificava os médiuns, genericamente, em dois tipos: seguros e inseguros.
Dentro dessa classificação, os seguros são aqueles que filtram com fidelidade a
mensagem, aqueles que são automáticos, sonambúlicos, inconscientes portanto,
por meio dos quais o fenômeno ocorre dentro de um clima de profundidade, sem
que a consciência atual tome conhecimento.
Podem ser os médiuns conscientes,
semiconscientes e inconscientes. Quanto às suas aptidões e qualidades morais,
eles têm vasta classificação.
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Tem o médium
inconsciente responsabilidade pelo que ocorra durante as comunicações?
Divaldo - O fenômeno é
sonambúlico, mas a comunicação está relacionada com a conduta moral do médium.
Este é sempre responsável pelas ocorrências, assim como em muitas obsessões,
quando o indivíduo entra numa faixa de subjugação e perde a consciência, ele
parece não ser responsável pelo que se passa; no entanto, o é por haver
sintonizado com aquele espírito que o dominou temporariamente.
Está no Evangelho de Jesus o
assunto colocado de uma maneira brilhante pelo Mestre quando diz aos
recém-liberados: “Vai e não tornes a
pecar, para que te não aconteça algo pior”. Porque o indivíduo que não se
modifica permanece numa faixa vibratória negativa e sintoniza com as entidades
mais inditosas, portanto, semelhantes.
Colocando-nos no plano da
mediunidade, a nossa vivência moral digna interdita o intercâmbio com as
entidades frívolas.
As entidades malévolas
dificilmente se adentram na Casa Espírita que tem um padrão vibratório nobre,
porque as defesas impedem que tais espíritos rompam as barreiras magnéticas.
Mas, a pessoa que se adentra sem o perseguidor deverá reformar-se enquanto
está no ambiente espiritual.
O que ocorre então? Tal indivíduo,
ao invés de acompanhar o doutrinador, de observar e meditar a respeito das
lições que lhe são ministradas, por uma viciação mental continua com os mesmos
clichês que trouxe lá de fora, ficando dentro do Centro, porém ligado aos
espíritos com os quais se afina, mantendo vinculação hipnótica, telepática.
Há pessoas que não conseguem orar,
e, quando vão orar, ocorrem-lhes pensamentos de teor vibratório muito baixo. Na
hora da prece são assistidas essas pessoas por lembranças de coisas
desagradáveis vulgares, sensuais, e não sabem compreender como isso lhes
sucede. É resultado de hábito mental.
Se nós, a vida inteira, jogamos
para o inconsciente idéias depressivas, vulgaridades, criamos ideoplastias
perniciosas. A nossa memória anterior ou subconsciente fica encharcada daquelas
fixações. Na hora em que vamos exercitar um pensamento ao qual não estamos
habituados, é lógico que, primeiro, aflorem os que são freqüentes. Ilustraremos
melhor:
Imaginemos aqui um vaso
comunicante em forma de letra “U” De repente vamos orar ou sintonizar com os
espíritos nobres. Pelo superconsciente vem a idéia passa pelo consciente e
desce ao inconsciente. Ao passar por ali recebe o enxerto das idéias arquivadas
e chega novamente à razão, influenciada pela mescla do que está em
depósito. Se pegamos um vaso que está com fuligem, com poeira e colocamos água
limpa, ela entra cristalina, porém sai suja, até que, se perseverarmos e
continuarmos colocando água limpa, ela irá assear aquele depósito e sairá, por
fim, como entrou. É necessário, então, porfiar na idéia, insistir nos planos
positivos, permanecer nos pensamentos superiores.
Somos sempre responsáveis por
quaisquer comunicações, desde que somos o fator que atrai a entidade que se vai
apresentar, graças às nossas vibrações e conduta intelecto-moral.
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