30 junho 2002.
Francisco Cândido
Xavier cumpriu sua missão.
Provavelmente,
ele deveria querer ficar mais um pouco para fazer mais um pouco, dentro daquela
característica de insatisfação dos perfeccionistas que abraçam grandes causas.
Talvez não quisesse, por saber que poderia continuar seu trabalho com modos
diferentes dos habituais, mas sempre em nome do coração.
Pelo que se sabe,
suas perspectivas de partida foram atendidas, estava entre amigos, após suas
preces vespertinas, recolhido ao sono. Certamente, os amigos espirituais de
sempre lá estavam para tornar seu desligamento mais suave, numa passagem
tranquila para a verdadeira vida...
Como poderemos
chamar de morte o retorno para a grande jornada? Como expressar pesar pelo
passamento de alguém que só nos mostrou os valores da vida? Como nos
ressentirmos pela ausência física de alguém que faz parte do que melhor podemos
amealhar em pensamento? E o pensamento não tem fronteiras. Ele é a ponte que
nos liga a qualquer dimensão que queiramos, e portanto poderemos nos ligar ao
Chico sempre que quisermos e precisarmos. Será que é possível dimensionar a
extensão da obra do médium? Quantas pessoas seus livros atingiram? Qual o
impacto que suas linhas psicografadas causou em cada mente, em cada coração e
quanta harmonia elas desenvolveram?
Creio que esse
bem intangível, proporcionado a cada um de nós, jamais será mensurado dentro
dos nossos recursos, mas na contabilidade divina. Cada reflexão provocada, cada
soluço de arrependimento, cada lágrima de regeneração estará registrada e
reconhecida, mesmo que ele não quisesse, nem esperasse qualquer recompensa.
Li, certa vez,
que as pessoas queridas não morrem, elas ficam encantadas. Que o Chico Xavier
não morreu, sabemos, mas é muito reconfortante imaginar que ele ficou sob o
efeito de um encantamento, que faz parte de uma dimensão própria, a daqueles
que conseguiram dividir suas virtudes, como se fosse o pão-alimento da alma.
Provavelmente,
nesses dias, Emmanuel deverá estar se aproximando do seu amigo e
perguntando-lhe se não tem trabalho para fazer, acenando para tarefas que
permitam continuidade de suas ações e,finalizando, dizer que esses 92 anos de
repouso que ele teve, agora se acabaram...
Francisco Cândido
Xavier encantou-se e continuará a nos encantar. A complementação didática que
sua obra mediúnica proporcionou ao Espiritismo não pode ser ainda avaliada em
sua plenitude. É coisa para as próximas gerações, que terão o cenário da
história para sentir oprocesso de regeneração que evoluiu em cada coração.
Francisco Cândido
Xavier cumpriu sua missão.
Se, mais para a
frente, ele for perguntado sobre isso, certamente negará com a cabeça e,
modestamente, dirá que nem havia começado... Assim é ele, o homem que
humildemente se comparou à pulguinha de um leão, quando lhe perguntaram onde
estava na época do circo romano.
O retorno é, para
ele, uma alegria. Por que seria uma tristeza para nós? Ninguém mais do que ele
tinha consciência da felicidade que é voltar. Declarou isso várias vezes e
está, certamente, praticando o que sente.
Chico retornou,
mas sua presença estará firme entre nós, para sempre. A quem poderemos recorrer
quando precisarmos de um pouco de doçura? Como encontrar um modelo de
reconciliação? Como será quando precisarmos de um modelo de caridade, de
tolerância e de humildade?
Sua fala mansa e
seu sotaque mineiro sempre estarão em minha lembrança, serão uma referência em
todos os momentos de minha vida e, sem dúvida, na vida de todos os que o
conheceram e amam. E nada pode simbolizar mais a VIDA, do que isso.
Assaruhy Franco
de Moraes
Nossa que linda mensagem obrigada Janaina
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