quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

SOBERBA

Da série OS SETE PECADOS CAPITAIS, a SOBERBA: 

Soberba é um substantivo feminino, do latim supervia, que significa elevação, presunção, orgulho.

Soberbo é aquele que se acha auto-suficiente, sabe-se nobre de nascimento ou tem pretensão de superioridade sobre as demais pessoas.

A soberba se manifesta não só através de bens materiais. Muitas vezes a pessoa pode se sentir superior aos outros por acreditar que é o melhor no que faz, no que decide, na sua capacidade de resolver situações.

O soberbo tende a se mostrar, pois está enamorado com a própria existência.

O soberbo se sente auto-realizado, querendo mostrar-se para os outros a todo preço, querendo despertar a inveja e a admiração dos outros, como se isso elevasse sua estima ao máximo e lhe trouxesse prazer.

O soberbo quer superar sempre os outros, mas quando é superado, logo se deixa dominar pela inveja.

Para o soberbo, ele deve sempre estar no topo, sendo o parâmetro mais alto para as pessoas, despertando interesse e curiosidade de todos.

Quando é superado, logo o soberbo se sente ameaçado, atingido, sendo tomado pela inveja, querendo depreciar os outros e vangloriar-se

Entretanto, o soberbo não se estrutura para se superar ou até fazer uma avaliação da vida.

A correção da soberba ocorre única e simplesmente por meio da humildade.

É agindo com simplicidade que se consegue combater a soberba nas suas mais diversas formas, evitando a ostentação, contendo as vaidades e olhando o mundo não apenas a partir de si, mas principalmente ao redor de si.

O soberbo vê o mundo começando a partir de si, enquanto o correto seria que ele olhasse ao redor, comparasse, analisasse e traçasse seu caminho individualmente, com virtude e solidariedade.

Mas algumas vezes também pode-se perceber que o excesso de humildade é sinal de uma soberba focada na inferioridade.

Ou seja, o soberbo não aceita ser como a média, não aceita ser como os demais.

Ele precisa se destacar dos outros sendo o maioral.

Se não consegue ser o mais inteligente ele então desejará e será o mais ignorante, falando sobre isso o tempo todo para que, seu interlocutor ao ouvir a depreciação passe a elogiar o soberbo mesmo que seja por educação.

Mas isso bastará ao soberbo que quer ser destacado dos outros que são medianos. É a chamada “falsa modéstia”.

A soberba pode, ainda, se manifestar individualmente ou em grupo, externada em manifestações ostensivas para menosprezar e massacrar os indivíduos considerados, por eles, como seres inferiores.

O racismo, a xenofobia, o elitismo, o corporativismo, são comportamentos que se caracterizam pela soberba.

Se tem um traço de personalidade em que Deus reprova veementemente, essa chama-se soberba.

A soberba nada mais é do que o egoísmo na sua mais alta plenitude.

Uma pessoa soberba é capaz de menosprezar até o poder de DEUS.

Se o soberbo trabalhasse para o bem de todos, não encontraria ensejo de cultivar o orgulho e a vaidade que o levam a acreditar-se ponto central do universo.

Dizem alguns que a soberba é o pior de todos os pecados, mas não é uma unanimidade.

É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência e ao pecado original.

Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós que “só morre meia hora depois do dono”, mas nós sabemos que a soberba acompanha o espírito também no Plano Espiritual.

Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é grande virtude, a que mais caracterizou o próprio Jesus, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), e também marcou a vida de Maria, “a serva do Senhor” (Lc 1, 38), José, e todos os santos da Igreja.

O soberbo se esquece que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, Dele depende em tudo.

Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus.

Aos gálatas, Paulo diz: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6, 3).

Podemos dizer que a soberba é a “cultura do ego”.

Você já reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra eu? Eu vou, eu acho, eu penso que…, mas eu prefiro…, etc….

A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para Deus, e não para o ego.

Jesus, nosso Modelo, disse: “Não busco a minha glória”. (Jo 8,50).

São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus” (Gl 1,10).

A soberba é mesmo o oposto da humildade.

Essa palavra vem de “humus”, aquilo que se acha na terra, pó.

O humilde, é aquele que reconhece o seu “nada”, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a terra, a sua glória, como dizia santo Irineu.

(Paula Duran)

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