Retornarás!
Por mais longos sejam
os teus dias na Terra, durante a abençoada jornada corpórea, dia luze em que
retornarás à Pátria espiritual que é o teu berço de origem e a sagrada morada
onde permanecerás nas emprêsas do porvir...
Medita!
Absorvida pela
atmosfera, a linfa cantante flutua na nuvem ligeira para retornar ao seio
gentil da terra que a conduzirá logo mais aos imensos lençÓis dágua do subsolo,
que afloram em correnteza cantante, mais além.
A semente exuberante
enclausurada no fruto que balouça nos dedos da árvore retorna ao âmago do solo
generoso donde prevejo.
Também o homem.
Afastado do círculo
donde procede em excursão de lazer ou refazimento, de trabalho ou produtividade,
de estudo ou repouso sente o chamado longínquo dos amôres da retaguarda,
retornando logo para o labor em que as emoções se renovam e as esperanças se
realizam.
Muitos cantam a Pátria
com o seu magnetismo e as suas tradições, explicando as evocações e os impulsos
heróicos dos homens, seus sonhos de glória e suas lutas de sacrifício. Assim,
também, a Pátria do Espírito sempre presente nos painéis mentais como paisagens
etéreas, porém vivas, longínquas, no entanto latejantes, murmurejando salmodias,
que se transmudam, às vêzes, em melancolias longas e tormentosas ou excitantes
expectativas que exaltam o ser a providências sublimantes...
Considera a lição
necessária do retôrno.
Como organizas
equipagem, mimos e lembranças, arquivas roteiros e assinalas fatos para
futuras narrações e imediatos aprestos, prepara a bagagem com apuro e justeza,
demorando-te em vigília para quando chegue o esperado momento da volta.
Retornarás, sim! Vive,
pois, de tal modo, na laboriosa escola do corpo disciplinado e em equilíbrio,
que facultem uma valiosa colheita de bênçãos a se transformarem em luzeiro clarificante
para o caminho espiritual por onde retornarás.
“Nós
sabemos que já passamos da morte para a vida”.
1ª Epístola de João:
capítulo 3º, versículo 14.
“Ao
entrar no mundo dos Espíritos, o homem ainda está como o operário que comparece
no dia do pagamento. A uns dirá o Senhor: “Aqui tens a paga dos teus dias de
trabalho”; a outros, aos venturosos da Terra, aos que hajam vivido na
ociosidade, que tiverem feito consistir a sua felicidade nas satisfações do
amor próprio e nos gozos mundanos: “Nada vos toca, pois que recebestes na
Terra o vosso salário. Ide e recomeçai a tarefa”.
Capítulo 5º — Item 12,
parágrafo 5.
(Do livro “Florações
Evangélicas”, de Divaldo P. Franco)
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