Senhor Jesus, Nosso
Divino Amigo...
Há sempre quem peça
pelos perseguidos, mas raros se lembram de auxiliar os perseguidores.
Em toda parte, ouvimos
rogativas em benefício dos que obedecem, entretanto, é difícil surpreendermos
uma súplica em favor dos que administram.
Há muitos que rogam
pelos fracos para que sejam, a tempo, socorridos; no entanto, raríssimo coração
implora concurso divino para os fortes, a fim de que sejam bem conduzidos.
Senhor, tua justiça
não falha, conheces aquele que fere e aquele eu é ferido.
Não julgas pelo padrão
de nossos desejos caprichosos, porque o teu amor é perfeito e infinito...
Nunca te inclinaste
tão somente para os cegos, doentes e desalentados da sorte, porque amparas na
hora justa, os que causam a cegueira, e enfermidade e o desânimo...
Se salvas, em verdade,
as vítimas do mal, buscas, igualmente, os pecadores, os infiéis e os injustos.
Não menoscabaste a
jactância dos doutores e conversaste amorosamente com eles no templo de
Jerusalém.
Não condenaste os
afortunados e sim, abençoaste-lhes as obras úteis.
Em casa de Simão, o
fariseu orgulhoso, não desprezaste a mulher transviada, ajudaste-a com
fraternas mãos.
Não desamparaste os
malfeitores, aceitaste a companhia de dois ladrões, no dia da cruz.
Se Tu, Mestre, o
Mensageiro Imaculado, assim procedeste na terra, quem somos nós, Espíritos
endividados, para amaldiçoarmo-nos, aos outros?
Acende em nós a
claridade de um entendimento novo.
Auxilia-nos a
interpretar as dores do próximo por nossas próprias dores.
Quando atormentados,
faze-nos sentir as dificuldades daqueles que nos atormentam, para que saibamos
vencer os obstáculos em teu nome.
Misericordioso Amigo,
não nos deixeis sem rumo, relegados à limitação dos nossos próprios
sentimentos...
Acrescenta a fé
vacilante, descortina-nos as raízes comuns da vida, a fim de compreendermos
finalmente, que somos irmãos uns dos outros.
Ensina-nos que não
existe outra lei, fora do sacrifício, que nos possa facilitar o anelado
crescimento para os mundos divinos.
Impele-nos à compreensão do drama redentor a
que nos achamos vinculados.
Ajuda-nos a converter
o ódio em amor, porque não sabemos em nossa condição de inferioridade, senão
transformar o amor em ódio, quando os teus designos se modificam, a nosso
respeito.
Temos o coração
chagado e os pés feridos, na longa jornada, através das incompreensões que nos
são próprias, e nossa mente, por isto, aspira ao clima da verdadeira paz, com a
mesma aflição em que o viajor extenuado no deserto anseia por água pura.
Senhor infunde-nos o
dom de amparar-nos mutuamente.
Beneficiaste os que não crerem em Ti,
protegeste os que não compreenderam, ressurgiste para os discípulos que te não
compreenderam e te fugiram, legaste o tesouro do conhecimento divino aos que te
crucificaram e esqueceram...
Por que razão, nós
outros míseros vermes do lodo ante uma estrela celeste, quando comparados
contigo, recearíamos estender dadivosas mãos aos que nos não entendam ainda?
É para eles, Senhor
para os que se encontram em densas sombras que te suplicamos a Benção.
Desata-os, Mestre da
caridade e da compaixão, liberta-os para que se equilibrem e se reconheçam...
Ajuda-os a se
aprimorarem nas emoções do amor santificante olvidando as paixões inferiores
para sempre.
Possam eles sentir teu
desvelado carinho.
Assim Seja.
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