Os homens são Espíritos destinados à
Angelitude.
Foram criados simples e ignorantes e
gradualmente desenvolvem suas potencialidades e virtudes.
Por muito tempo viveram os instintos em
sua plenitude.
Atualmente, deixam de forma paulatina a
vida instintiva e pautam seu atuar pela razão.
No lento processo evolutivo, alguns
antigos vícios perdem sua força.
Em seu lugar, algumas novas virtudes
vicejam.
É no trato com os semelhantes que o
homem toma contato com sua realidade espiritual.
Os embates do dia-a-dia tornam possível
ao ser humano perceber suas fraquezas.
Ciente delas pode dedicar-se ao seu
combate.
Uma das fissuras morais bastante comuns
na Humanidade atual é a inveja.
São Tomás de Aquino definiu esse vício
como a tristeza que se tem em relação às coisas boas dos outros.
O invejoso simplesmente se sente mal
porque o próximo tem sucesso.
Não há necessidade de que algo lhe
falte.
Ele apenas se considera diminuído com a
grandeza alheia.
Na realidade, por vezes se perdoa ao
semelhante mais facilmente um erro do que um acerto.
É mais fácil auxiliar quem cai do que
suportar a vitória do outro.
Ante a fome e a enfermidade, não tardam
mãos que auxiliam.
Os benfeitores, sob o prisma material,
sempre ocupam lugar de realce.
O auxílio aos miseráveis pode
propiciar, de algum modo, a satisfação da vaidade.
Bem mais difícil é ser feliz com a
felicidade alheia.
Perante alguém que vence na vida, a
animosidade com freqüência torna-se acirrada.
Não faltam fiscais e acusadores de
alguém que sempre obtém algum sucesso.
Muitas vezes ouvimos a respeito de quem
enriquece: Deve estar roubando!
Na escola, o aluno que obtém boas notas
não raramente é objeto de maldosas observações.
Ele ganha apelidos grosseiros e sofre
comentários pouco generosos.
Comenta-se que cola e que goza de
favoritismos.
A inveja está muito presente em nossa
sociedade.
A vontade de apontar os defeitos
alheios é um indicativo desse vício em nós.
Trata-se de uma fissura moral bastante
freqüente e reveladora de grande mesquinharia.
Prestemos atenção em nosso
comportamento.
Apliquemos firmemente a vontade em
alijar de nosso íntimo esse triste defeito.
Ser caridoso não é apenas amparar a
miséria.
Ser feliz com a felicidade alheia
também é uma forma de caridade cristã.
Valorizemos as conquistas e as virtudes
dos outros.
Somos todos companheiros na imensa
jornada da vida.
O clima psíquico da Terra é fruto da
soma da vibração de todas as criaturas que nela habitam.
Todos os homens têm a ganhar com a
felicidade dos semelhantes.
Quando alguém se eleva, com ele se
ergue toda a Humanidade.
Quando alguém cai, é prejuízo na
economia moral do planeta.
Alegremo-nos com as vitórias de nossos
irmãos.
Ao vencerem, eles não nos tiram nada.
Muitas vezes dão preciosos exemplos,
que podemos seguir.
Sejamos solidários nas dificuldades do
próximo.
Mas participemos também, sinceramente,
de seus júbilos.
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