Várias
são as lesões que atingem o ser humano durante sua jornada terrena. Algumas
leves, de fácil cicatrização,
outras mais profundas e duradouras.
Dentre
elas vamos encontrar as que são responsáveis por desatinos de variada ordem,
que são as lesões afetivas.
Fruto do
desrespeito que temos uns pelos outros, as lesões afetivas têm ocasionado
homicídios, suicídios, abortos,
injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, feridas no afeto
que lhes alimentava as forças.
Quantas lágrimas de aflição, quantos crimes são
cometidos na sombra, em nome dessas lesões provocadas nas profundezas da alma!
Esquecendo-nos
de que cada criatura leva em sua intimidade caracteres próprios, não
conseguimos medir suas resistências, nem suas reações diante de uma promessa
não cumprida.
Usando a desculpa do amor livre e do sexo liberado, não temos
atentado para as conseqüências amargas que resultam da nossa falta de respeito
ao próximo.
Na ânsia de satisfazer os desejos carnais, não hesitamos em nos
envolver levianamente com pessoas que sentem, tanto quanto nós mesmos,
carências de afeto e sede de compreensão e carinho.
Quantas crianças nascem,
fruto desses envolvimentos irresponsáveis, e amargam o abandono e a solidão
como filhos rejeitados por um ou outro dos pais, ou pelos dois.
Quantos levam
no coraçãozinho a tristeza de não poder pronunciar a doce palavra pai, porque
aquele que o gerou não honrou o compromisso, deixando à companheira toda a
responsabilidade pela condução da criança.
Quantos homens e mulheres que
empenharam sua fidelidade, nos votos feitos por ocasião do matrimônio, e que levianamente
os rompem, envolvendo-se com outras pessoas, espalhando lesões afetivas
inconseqüentes.
Certamente muitos desses delitos não são catalogados pelas leis
humanas, mas não passam desapercebidos nas leis de Deus, que exigem dos
responsáveis a devida reparação, no momento oportuno.
É importante que
reflitamos acerca desse assunto que nos diz respeito.
É imprescindível que respeitemos
os sentimentos alheios tanto quanto desejamos ter os nossos sentimentos
respeitados.
Se não quisermos ou não pudermos manter um romance de carinho a
dois, não o iniciemos.
Lembremos que acima das leis humanas, existem as leis
divinas, das quais não poderemos fugir, como seres imortais que somos.
Se as
infringirmos, teremos que efetuar a devida reparação mais cedo ou mais tarde.
Se
hoje a carência afetiva nos dilacera a alma, pode ser que estejamos reparando
delitos cometidos anteriormente.
É
possível que Deus permita que soframos a falta do afeto que não soubemos
valorizar outrora.
Livro: momentos de ouro, cap. Lesões Afetivas
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