A reunião do dia vinte de outubro (1984), uma vez mais nos trouxe à
meditação o item 14, do Cap. V - "Bem-aventurados os aflitos", versando
sobre o tema. "O suicídio e a loucura". Apontamentos preciosos de
diversos amigos enriqueceram o assunto que se faz tão atual nos dias que
atravessamos. O Chico permanecia atento a todos comentários.
Depois de aproximadamente quarenta minutos, nos quais, quinze
companheiros se expressaram, cada um utilizando um tempo médio de
três minutos, o sr. Weaker atende à solicitação do nosso Chico que deseja
colaborar, falando alguma coisa.
"Nosso amigo Emmanuel nos pede considerar a necessidade de
analisarmos com mais cuidado os problemas da reencarnação... Já
vivemos muitas vezes, estamos com as pessoas certas para ajustarmos os
nossos corações e solucionarmos os nossos problemas. Muita dificuldade
psicológica, muito entrave do caminho vai desaparecendo, quando
aceitamos tudo como nossas provações...
Vemos, na atualidade, a explosão, não vamos dizer o nascimento de
uma época nova, mas vemos uma explosão no campo do relacionamento
familiar. Nenhum de nós escapa a isso, mesmo os que, atravessamos as
mais amplas de vida. Essa mudança nos está afetando a todos.
Determinada jovem de dezessete anos assume uma independência; um
jovem de dezoito anos pede certas concessões...
Podem estar na condição
que o texto lembra...A maior parte dos casos de loucura é provocada
pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. Estamos ficando sem coragem, enfraquecidos para suportar um filho,
um parente que não concorda com a nossa vida, um familiar qualquer,
um amigo...
E sofremos, porque temos sensibilidade aguda, mormente
nos outros, os que nascemos nesse continente da América do Sul. Nós
vemos no Sul, povos de sensibilidade quase que exagerada e essas renovações pesam sobre nós... O suicídio, a toxicomania e tantos outros
hábitos menos felizes vão se alastrando e vamo-nos sentindo cada vez
mais infelizes...
Se é desquite, nos alarmamos... Sentimo-nos desrespeitados com, as
desvinculações na família. A soma de tudo vem a ser desequilíbrio
mental. Precisamos aguentar com valor; precisamos apelar para a
necessidade de fortaleza.
Estamos progredindo muito em assistência
social, em compreensão dos problemas dos outros, no campo material da
vida, mas são poucos os que se estão organizando para suportar esses
chamados choques de família, choques de costumes... Não criamos forças e não queremos criar, porque quando alguém nos
fala, ou quando falamos a alguém da resolução de suportar a família,
somos taxados sem o brio necessário para viver dignamente. Precisamos
de respeito mútuo... (Aqui o Chico se referiu àqueles que, embora os
múltiplos problemas familiares, enfrentam tudo com dignidade, não
desertando das responsabilidades abraçadas. Hoje em dia, o lar se está
desfazendo com facilidade, justamente porque não lutamos para
preservá-lo; achamos mais fácil e atraente assumir um novo
compromisso, saindo em busca de novidades...)
O conhecimento da reencarnação nos ajuda e nos auxiliará muito se
nos dedicarmos a explicar aos nossos descendentes, desde os primeiros
anos de vida, as causas dos sofrimentos, das dores...
"Não sofremos para ser vencidos... (o grifo é nosso) Sofremos para
superar tudo e viver com a paz no coração e na vida social.
Embora tenha falado poucos minutos, o comentário do nosso querido
irmão foi de muita valia, porquanto só o conhecimento da reencarnação
poderá explicar-nos com segurança esse chamado conflito de gerações...
O lar se encontra ameaçado pelo excesso de liberdade, tanto do homem
quanto da mulher, e agora liberdade que os filhos reivindicam muito
cedo... Principalmente, na última década, o mundo psicológico das criaturas
sofreu transformações marcantes. "
O Chico disse com muita propriedade que nos precisamos organizar
para entender melhor, de modo a errar menos, os choques de costumes.
Quantas internações hospitalares e quantos suicídios não têm origem na
incompreensão que impera dentro do lar?!
Refletindo nas palavras de Emmanuel, esse devotado companheiro de
muitos anos de todos nós, ouvimos a prece final, rogando a Jesus que nos
inspirasse no momento de transição deste final de século.