Estamos vivendo um
momento muito delicado no mundo, um momento em que o egoísmo, a ganância e a
empatia pelas pessoas tem falado mais alto. Hoje o importante é TER, ter carro,
ter casa, ter posição social, ter um guarda roupas abarrotado, um sapato para
cada cor de roupa, inúmeros relógios de todas as cores e modelos, ter
televisões gigantes que mal cabem na sala, ter eletroeletrônicos de ponta,
eletrodomésticos que só faltam falar, celulares que fazem muito mais do que, um
dia, em seu projeto original, foram criados para fazer, ter prestígio para sair
nas colunas sociais, e uma pilha de carnês para quitar. Meu Deus quanta
futilidade!
Senhor, o vosso
primeiro mandamento foi deixado de lado a muito tempo. “Amai o próximo como a
si mesmo”. Como dispensar amor a outra pessoa de graça, sem ganhar nada com
isso? É isso o que se pensa hoje. Ganhar vantagem em tudo é a bola da vez.
Em dias atuais, as
sutis gentilezas foram deixadas de lado. Um “bom dia” é coisa rara, as pessoas
já acordam de mal com a vida, não sabem o bem que a frase “bom dia” pode fazer
em suas vidas, passam o dia de cara amarrada, preocupadas com as dividas que
fizeram para ostentar sua posição de “eu tenho tudo o que eu quero”, menos com a educação. Dizer que educação vem
de berço é uma retórica muito usada, mas não é verdade, pois a educação vem da
convivência com as pessoas educadas. Impossível ser lobo onde só existam
cordeiros, impossível ser cordeiro onde só existam lobos, ou seja, se os pais
são pessoas que não têm o hábito do “bom dia” dentro da própria casa, que filho
sentirá a necessidade de fazê-lo fora dela? Mas o mundo ensina, pela dor se
aprende, já que pelo amor ninguém está interessado.
Ainda hoje me
surpreendo, embora seja muito raro, quando encontro alguém com um nível de
educação muito acima do que costumo me deparar todos os dias. As palavras
mágicas continuam valendo, mas muitos já se esquecem de usá-las. Pedir “por
favor”, ouvir um “muito obrigado” dentro de uma empresa ou até mesmo dentro de
casa virou artigo de luxo, as pessoas tão preocupadas com o TER deixaram de
lado o SER e isso é muito preocupante pois o SER é o que será contabilizado
daqui há um tempo. Tudo o que se ostentou não poderá ser levado, aí então
começa a disputa que pode levar até a separação de muitas famílias, a brigas
que se formam quando um ente querido morre. Gera-se um estresse e muitos anos
precisam se passar para que as mágoas sejam esquecidas.
O assunto mais comentado
no fim do ano passado foi o fim do mundo. Há até seriados e filmes falando
sobre isso. Aí, então, vem a pergunta: se o fim do mundo fosse amanhã, o que
você faria hoje? A maior parte das pessoas para quem fiz essa pergunta me
respondeu que iriam ao shopping comprar. Mas para que comprar se não poderão
usufruir nada? Vejam o que a doença do consumo faz com as pessoas! Tira delas o
discernimento. As pessoas deixam de pensar e começam a agir impulsivamente, em
busca de algo que não se encontra em vitrines: a satisfação pessoal. A
felicidade tão almejada está muito além de armários abarrotados e garagens com
carro do ano.
Chegou o momento
crucial em que precisamos mudar nossas condutas, a começar pela nossa forma de
pensar e a agir com mais coerência em todos os sentidos de nossas vidas,
inclusive, e mais importante, na forma de tratar as pessoas. Ser mais amável,
educado, prestativo gera um ciclo vicioso de querer fazer o bem, e consequentemente
gera felicidade, mas para você experimentar essa sensação, precisa começar a
aprender a falar “bom dia”, mas não um “bom
dia” chocho, mas dito de coração, com entusiasmo. Você verá a magia se fazendo
ao seu redor. Comecemos a mudar nosso pensamento de que TER é importante. Ninguém
precisa de supérfluo para viver; como o próprio nome já diz são coisas desnecessárias
para nós, mas que podem se tornar necessárias para quem não tem nada; aprenda a
doar os seus supérfluos e verá como se sentirá mais leve. O consumismo exagerado invadiu as lojas, as
facilidades nos créditos nos faz insanos; sejamos, pois, mais conscientes em
relação as nossas compras, nunca se esquecendo das leis que regem a natureza:
quanto mais se compra, mais impacto causamos ao meio ambiente e mais recursos
naturais se tornam escassos. Cuidemos melhor do nosso planeta, ele está pedindo
socorro, mas, por conta da nossa ganância materialista, não estamos ouvindo seu
apelo.
E para terminar, que
possamos nos tornar pessoas conscientes, comprometidas e sustentáveis. Que
possamos nos comprometer a SER, ser mais amáveis, afetuosos interessados com as
pessoas ao nosso redor sejam em que ambiente for - casa, trabalho, escola,
faculdade, enfim. Aprendam a doar amor e receberão a felicidade que um dia de
compras no shopping jamais será capaz de lhes dar.
(Cristiane Freitas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos! Esse blog é de vocês. Nos alegramos muito com a sua colaboração!