quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

AVAREZA

Da série de palestras sobre os SETE PECADOS CAPITAIS, a AVAREZA!

Em latim Avarus está relacionado ao verbo Avare, que significa “querer muito” ou “desejar desesperadamente”. A palavra em si não designa que este “querer muito” está associado ao dinheiro e ao acúmulo de bens materiais.

Entretanto, na concepção católica, a avareza é o apego demasiado e sórdido ao dinheiro; o desejo imoderado de adquirir e acumular riquezas, e a mesquinhez, a sovinice, a ganância. Santo Agostinho foi quem associou a Avareza ao acúmulo de bens.

Em Lucas, XII: 13-21, temos a seguinte passagem:

“Então lhe disse um homem da plebe: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo da herança.

Porém Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constitui a mim juiz, ou partidor, sobre vós outros? 

Depois lhe disse: Guardai-vos e acautelai-vos de toda avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui.

(...) O campo de um homem rico tinha dado abundantes frutos, e ele revolvia dentro de si estes pensamentos, dizendo: Que farei, que não tenho onde recolher os meus frutos? 

Farei isto, disse ele: derrubarei os meus celeiros e os farei maiores; e neles recolherei todas as minhas novidades, e os meus bens. 

E direi à minha alma: Alma minha, tu tens muitos bens em depósito para largos anos: descansa, come, bebe, regala-te. 

Mas Deus disse a este homem: (...) esta noite te virão demandar a tua alma, e as coisas que tu ajuntaste, para quem serão? 

Assim é o que entesoura para si, e não é rico para Deus.”
Quando Jesus responde ao homem, que se sentia lesado na herança: “quem me constituiu a mim em juiz ou partidor sobre vós outros?", mostra-se muito coerente com sua missão na Terra. 

Viera para ensinar aos homens as leis divinas, sem as quais, esta humanidade não se aperfeiçoa, não encontrando paz e felicidade. 

Não lhe cabia fazer o que cabe aos homens, o que é de sua responsabilidade, que é enfrentar e resolver os problemas da vida material, a fim de se desenvolver.

E quando diz a todos: “Guardai-vos e acautelai-vos de toda avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui”, Jesus demonstra a pouca importância da obtenção dos bens materiais para o aperfeiçoamento do Espírito imortal, que reencarna na Terra, tanta vezes quantas forem necessárias para seu adiantamento espiritual.

A importância desses bens está no uso que se faz deles, criando benfeitorias, riquezas, para muitos e não somente para satisfação de quem os possui.

A vida na Terra, tal como na erraticidade, nos intervalos das reencarnações, consiste no que se é, e não no que se tem.

Aquele que se preocupa em ser antes de Ter, valoriza a vida por tudo que ela oferece, abrindo-se ao viver, ao participar, ao dar, ao contribuir, ao receber, interessado no que está ao seu redor. 

Coloca sua felicidade em bem viver, tendo bens ou não, o que nos lembra Paulo de Tarso, quando , no fim de sua vida, envelhecido e alquebrado pelas muitas privações, disse: 
“Sei viver na abundância e sei viver na penúria.”

Portanto, a meta deve ser usufruir, pois, dos bens que se tem, poucos ou muitos, sem prender-se a eles, usando-os em coisas úteis a si e aos outros, porque sabe que, em qualquer situação continua sendo a mesma pessoa, um ser em progressão contínua, colocando-se acima desses bens materiais. 

Quem procura ser, vê em quaisquer experiências, desafios a serem vencidos, concorrendo consigo mesmo, nos progressos realizados, estando sempre preparados para novos desafios.

Aquele que coloca sua felicidade nos bens materiais, pensa que é o que tem, que sua importância decorre do que possui.

Quem tem em abundância, coloca a sua segurança no que tem, considerando-se feliz na superioridade que julga ter sobre os outros. Por isso, geralmente, são desconfiados em relação aos outros, dificultando os relacionamentos pessoais.

“A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios do Supremo Senhor.” 
(Emmanuel, Vinha de Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier)

Outro aspecto da Avareza é que ela não designa somente ganância em acumular bens materiais, mas também designa o medo que a pessoa avarenta tem em perder algo que já possui. 

O avarento não sabe agir com parcimônia no mantenimento e disposição daquilo que possui. 

Assim, a avareza fere as virtudes da Generosidade (que é o dar sem esperar receber) e da Caridade (que é a manifestação de disposição ao outro, podendo esta disposição ser material ou não). 

No Livro dos Espíritos, Allan Kardec faz referências sobre a avareza entre as perguntas 900 e 906 e alerta: 
“Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos (...)” (903)


Avareza, por Emmanuel

O avarento dos bens materiais é credor de reprovação, mas o avarento do amor é digno de lástima.
O primeiro se esconde num poço dourado, o segundo mergulha-se nas sombras do coração.

O sovina da fortuna amoedada retém pedras, metais e papéis de valor convencional, que a vida substitui na provisão de recursos à comunidade, mas o sovina da alma retém a fonte da felicidade e da paz, da esperança e do bom ânimo que constitui alimento indispensável à própria vida.

O primeiro teme gastar bagatelas e arroja-se à enfermidade e à fome.

O segundo teme difundir os conhecimentos superiores de que se enriquece e suscita a incompreensão, ao redor dos próprios passos.

O sovina da riqueza física encarcera-se no egoísmo.

O sovina das bênçãos da alma gera a estagnação onde se encontra, envolvendo-se ele mesmo em nevoeiro perturbador.

Ainda que não possuas dinheiro com que atender ás necessidades do próximo, não olvides o tesouro de dons espirituais que o Senhor te situou no cerne da própria alma.

Auxilia sempre.

Mais se faz útil quem mais se dedica aos semelhantes amparando-lhes a vida.

As casas bancárias e as bolsas repletas podem guardar a fria correção dos números sem consciência, mas o coração daquele que ama é sol a benefício das criaturas, convertendo a dificuldade e a dor, a desventura e a escassez em recursos prodigiosos, destinados à humana sustentação.

(Emannuel, Dinheiro, psicografia de Francisco Cândido Xavier)

“Seja a vossa vida sem avareza. Se você deseja ter a salvação, uma das medidas é deixar de ser avarento, abra os seus olhos, e vigie para que este sentimento não venha amarrar a sua vida e atrapalhar o seu sonho de conquistar a salvação” 
(Hebreus, 13:5)

(Paula Duran)


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

EM RELAÇÃO A TI

Após a emoção do encontro com a Doutrina Espírita, agora, quando os deveres constituem norma de comportamento diário, na tua vida, observas, algo desencantado, a necessidade da contínua renovação de forças a fim de não desfaleceres.

Supunhas, inicialmente, que logo seriam resolvidos todos os problemas.

Todavia, ei-los que retornam afligentes, complexos.

Dispões, porém, de recursos valiosos que não podes desconsiderar e graças aos quais não desfalecerás.

Reflete: Quem tem fé, não se abate ante noite escura.

Quem confia, não se desespera na convulsão.

Quem ama, não se debate na desconfiança.

Quem crê, não se tortura na incerteza.

Quem espera, não se atira nos braços da aflição.

Quem serve, não se agasta com a ingratidão.

Quem é gentil, não aguarda entendimento.

Quem é puro, não se revolta com as calúnias.

Quem perdoa, não pára na caminhada a fim de recolher escusas.

Quem se renova no Cristo, não retorna à prisão do erro.

Se tens fé, persevera.

Haja o que houver, prossegue impertérrito, mente dirigida ao Senhor e mãos no trabalho edificante.

Não olhes para trás, nem te confies à depressão.

Este é o teu momento divino de avançar.

Não o malbarates inutilmente.

A claridade da Crença que ora te aponta seguro roteiro.

Far-se-á tua lâmpada de alegria onde estejas, com quem te encontres, como te sintas.
E quando a noite do túmulo se abater sobre o teu corpo cansado, ela será o Sol nascente do Dia Novo que deves, desde agora, aguardar com júbilo e por cuja razão deves insistir e perseverar.

(Joanna de Angelis, em Celeiro de Bênçãos, psicografia de Divaldo Pereira Franco)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

CONTE AOS OUTROS A SUA FELICIDADE


                Amanheci inspirada, feliz e realizada. Cheia de esperanças pelo dia que estava nascendo e pelas infinitas oportunidades que se certamente se descortinariam em minha vida.

                Instintiva e incontidamente, saí distribuindo essa energia toda que amanheceu comigo, dando um “bom dia” mais efusivo para aqueles que me são caros, mandando mensagens encorajadoras para aqueles com quem tenho ligações mais estreitas e olhando de um jeito mais leve sobre os problemas.

                Enquanto sorvia o meu tão pretinho café, fiquei pensando naqueles avisos que muitos insistem em dar: “não anuncie a sua felicidade aos quatro ventos”.

                Claro que eu entendo que o aviso tem seu mérito: a inveja, a maledicência e a e outras negatividades são mesmo despertadas pela só percepção de algumas pessoas menos afortunadas de que há gente mais feliz, apesar dos pesares.
                Mas quer me parecer um egoísmo esconder a nossa felicidade daqueles que torcem por ela.

                Tenho certeza – e digo isso porque recebi esse feed back – que as pessoas que torcem por mim, aquelas que se preocupam comigo, aquelas que me colocam em suas conversas com Deus, estas sim se regozijam com a minha felicidade.

                E pra essas pessoas, eu nem preciso explicar porque eu estou mais leve, mais alegre ou mais animada.  
          
                Para essas, de coração aberto e alma limpa, basta que eu ostente o meu sorriso e elas sorrirão comigo, sem que eu precise devassar a minha privacidade – que eu tanto prezo – e dizer-lhes o motivo que me faz olhar para uma criança brincando e sorrir com os olhos marejados, agradecendo a Deus a graça da vida.

                E é dessas pessoas que eu quero estar cercada. Estas são aquelas que eu quero para o convívio da minha família e amigos. E é como essas pessoas que eu quero ser.

                Por isso, antes de guardar sua felicidade atrás de um “vamos indo”, quando te perguntarem se está tudo bem, pense se o seu interlocutor não gostaria de saber que você está ótimo, graças a Deus!

                Chico Xavier, no livro Sinal Verde, ensina que “a nossa felicidade será naturalmente proporcional à felicidade que fizermos para os outros”.

                Então, em que pesem os avisos, sugiro que deixemos um tantinho de nossa felicidade escapar de nossa vida e, quem sabe, contagiar o próximo.

                Ela não se vai. Vai e fica. Se multiplica.


Paula Duran 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

DOMÍNIO DA IRA

Tão comuns se te fazem a irritabilidade e o reprovação, que estás perdendo o equilíbrio, o discernimento sobre o limite das tuas forças. 

Habituas-te à reprimenda e à contrariedade de tal forma, que perdes o controle da emoção, deixando de lado os requisitos da urbanidade e do respeito ao próximo. 

Frequentemente deixas-te arrastar pela insidiosa violência, que se te vai instalando no comportamento, passando de um estado de paz ao de guerra por motivo de somenos importância. 

Sem te dares conta, perdes o contacto do amor e passas a ser temido, por extensão detestado. 

A irascibilidade gera doenças graves, responsáveis por distonias físicas e mentais de largo alcance. 

Da ira ao ódio o passo é breve, momentâneo, e o recuo difícil. 

Tem tento, e faze uma revisão dos teus actos, tornando-te mais comedido e pacificado.  

Ouve quem te fala, sem idéia preconcebida. 

Desarma a emoção, a fim de agires com imparcialidade. 

A ideia preconceituosa abre espaço mental à irascibilidade. 

É necessário combater com acções mentais contínuas, as reacções que te assomam entorpecendo-te a lucidez e fazendo-te um tresvariado. 

A reflexão e o reconhecimento dos próprios erros são recursos valiosos para combater a irritação sistemática. 

Tem a coragem de reconhecer que erras, que te comprometes, não te voltando contra os outros como efeito normal do teu insucesso.  

A ira cega, enlouquece. 

Provocando uma vasoconstrição violenta no sistema circulatório, leva à apoplexia, ao enfarto, à morte.  

Um momento de irritação, e fica destruída uma excelente Obra. 

O trabalho de um período demorado reduz-se a cinzas, qual ocorre com a faísca de fogo atingindo material de fácil combustão. 

A ira separa os indivíduos e fomenta lutas desditosas.  

Estanca o passo e retrocede na viagem do desequilíbrio. 

Recorre à oração. 

Evita as pessoas maledicentes, queixosas, venenosas. Elas se te fazem estímulo constante à irritabilidade, ao armamento emocional contra os outros.  

A tua vida é preciosa, e deves colocar todas as tuas forças a serviço do amor. 

Desde que és forte, investe na bondade, na paciência e no perdão, que são degraus de ascensão. 

Para baixo é fácil, sem esforço, o processo de queda. 

A sublimação, a subida espiritual, são o desafio para os teus valores morais. 

Aplica-os com sabedoria e fruirás de paz, aureolado pela simpatia que envolve e felicita a todos. 

Ademais, a ira é porta de acesso à obsessão, à interferência perniciosa dos Espíritos maus, enquanto o amor; a doçura e o perdão são liames de ligação com Deus, plenificando o homem.

(Do livro "Momentos de Felicidade", pelo espírito Joanna de Angelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco)


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

10 REGRAS DO SER HUMANO

1. Você receberá um corpo. Pode gostar dele ou odiá-lo, mas ele será seu durante essa rodada.
2. Você está matriculado numa escola informal, de período integral, chamada vida. A cada dia, nessa escola, você terá a oportunidade de aprender lições. Você poderá gostar das lições ou considerá-las irrelevantes ou estúpidas
3. Não existem erros, apenas lições. O crescimento é um processo de tentativa e erro: experimentação. As experiências que não dão certo fazem parte do processo, assim como as bem sucedidas.
4. Cada lição será repetida até que seja aprendida. Cada lição será apresentada a você de diversas maneiras, até que a tenha compreendido. Quando isso ocorrer, você poderá passar para a seguinte. O aprendizado nunca termina.
5. Não existe nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições para aprender.
6. “Lá” não é melhor do que “aqui”. Quando o seu “lá” se tornar em “aqui”, você simplesmente entenderá que o melhor é viver o “aqui e o agora”.
7. Os outros são apenas seus espelhos. Você não pode amar ou detestar algo em outra pessoa, a menos que isso reflita algo que você ama ou detesta em si mesmo.
8. O que fizer de sua vida é responsabilidade sua. Você tem todos os recursos de que necessita. O que fará com eles é de sua responsabilidade. A escolha é sua.
9. As respostas estão dentro de você. Tudo o que tem a fazer é meditar, analisar, ouvir e acreditar.
10. Você se esquecerá de tudo isto!

 (Twyla Nitsch – Anciã da tribo Seneca, fundadora e líder do Clã dos Lobos)


Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...