sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A PAZ

E hoje o blog traz letra e vídeo de uma música muito singela.
Fantástica!

É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm
Nas crianças
A gente tem que arrumar um jeito
De achar pra eles um lugar melhor.
Para os nossos filhos
E para os filhos de nossos filhos
Pense bem!

Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz já nem se consegue mais
Encontrar o caminho da esperança

Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão e estendendo a mão

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Se você for capaz de soltar a sua voz
Pelo ar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração,
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor.

Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Inteira feliz ...



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A CASA MENTAL

Nossa mente é como uma casa.
Pode ser grandiosa ou pequenina, suja ou cuidadosamente limpa.
Depende de nós.

Você já observou como agimos com relação aos pensamentos que cultivamos?
Em geral, não temos com a mente o cuidado que costumamos dispensar aos ambientes em que vivemos ou trabalhamos.
Quem pensaria em deixar sua casa ou escritório cheio de sujeira, acumulando lixo ou tomado por ratos e insetos?
Certamente ninguém.

No entanto, com a casa mental somos menos atenciosos.
É que permitimos que pensamentos infelizes e maus sentimentos encontrem morada em nosso coração.
E como fazemos isso?
Agimos assim quando permitimos que tenham livre acesso às nossas mentes os pensamentos de revolta, inveja, ciúme, ódio.
Ou quando cultivamos desejo de vingança, rancor e infelicidade.

Nesses momentos, é como se enchêssemos de sujeira a mente.
Uma pesada camada de pó cobre a alegria e impede que estejamos em paz.
Além da angústia que traz, a mente atormentada influencia diretamente o corpo, acarretando doenças e sofrimentos desnecessários.
E pior: contribui para o isolamento.
Sim, porque as pessoas percebem quando não estamos bem espiritualmente.

O azedume de nossas palavras, o rosto contraído, tudo faz com que os outros desejem se afastar de nós, agravando nossa infelicidade.
E o que fazer para impedir que isso aconteça?
A resposta foi dada por Jesus: Orar e vigiar.

A vigilância é essencial para quem deseja a mente saudável.
Nossa tarefa é observar cada pensamento que se infiltra, analisar a natureza dos sentimentos que surgem.
E, principalmente, estar alerta para arrancar como erva daninha tudo o que possa nos prejudicar.
Dado esse primeiro passo que é a vigilância, é importantíssimo estar atento para a segunda recomendação de Jesus: a oração.

Quando identificamos dentro de nós os feios sentimentos, as más palavras e os pensamentos desequilibrados, sempre podemos recorrer à oração.
A prece é um pedido de socorro que dirigimos ao Divino Pai.
Quando nos sentimos frágeis para combater os pensamentos infelizes, é hora de pedir auxílio a Deus.
É tempo de falar a Ele sobre a fraqueza que carregamos ou a tristeza que nos abate.
É o momento de pedir força moral.
E o Pai dos Céus nos enviará o auxílio necessário.

Mas... de nossa parte, é importante não haver acomodação.
É preciso trabalhar para ser merecedor da ajuda que Deus nos manda.
Como fazer isso?
Contrapondo a cada mau pensamento os vários antídotos que temos à nossa disposição: as boas atitudes, o sorriso, a alegria, as boas leituras.
Em vez da maledicência, a boa palavra, as conversas saudáveis.
No lugar da crítica ácida, optar pelo elogio ou pela observação construtiva.
Se surgir um pensamento infeliz, combatê-lo com firmeza.

Não se deixe escravizar.
Se alguém o ofender ou fizer mal, procure perdoar, esquecer.

E peça a Deus a oportunidade de ser útil a essa pessoa.
Não esqueça: todo dia é excelente oportunidade para iniciar a limpeza da casa mental. 
Comece agora mesmo.




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

REVOLUÇÃO DA ALMA

“Ninguém é dono de sua felicidade, por isso: não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém!
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, das vontades ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo.
A sua paz interior é a sua meta de vida.
Quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remeta seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivos longes demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje.
Se anda desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque em seu interior a resposta para acalmar-se.
Você é reflexo do que pensa diariamente.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que quer oferecer a você o melhor.
Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está “pronto” para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Critique menos, trabalhe mais.
E, não se esqueça nunca de agradecer.
Agradeça tudo que está em sua vida neste momento, inclusive a dor. Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.
A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.
Se você anda repetindo muito: “eu preciso tanto de você” ou, “você é a razão da minha vida” - cuide-se.
É lícito afirmar que são prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos.
A inteligência é a insolência educada.
Nosso caráter é o resultado de nossa conduta.
Egoísmo não é amor, mas sim, uma desvairada paixão por nós próprios.
O homem sábio não busca o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos.
Ser feliz é ser auto-suficiente...
Seja senhor de sua vontade e escravo da sua consciência.”


(Paulo Roberto Gaefke)


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

MISSÃO DO BRASIL - PÁTRIA DO EVANGELHO - PARTE III


A REGÊNCIA E O SEGUNDO REINADO

         Ninguém imaginaria que D. Pedro faria o que fez em 1831 e o resultado foi a desordem.
         Alguns políticos, entretanto, obedecendo a feliz inspiração do plano espiritual, organizaram uma regência interina, mas o exército era revoltado e indisciplinado e a Região Norte vivia sob o regime do sangue e da morte. A guerra civil se deu por anos a fio e a Pátria do Evangelho atravessava perigosa situação.
         Depois de 4 anos, a regência é entregue a Diogo Antônio Feijó, um dos homens mais enérgicos da época, que iniciou obra de honestidade e civismo, sob a direção das falanges do bem.
         Em 1835,  Bento Gonçalves chefiou o movimento republicano do Rio Grande do Sul, separatista, que só terminaria mais tarde, no Segundo Reinado.
         Em 1836, fundava-se o Partido Conservador, mas Feijó não se resignou com a proposta de excessiva liberdade e renunciou ao cargo, sendo substituído por Araújo Lima.
         Evaristo da Veiga, que inundava a imprensa brasileira com suas palavras de concórdia e conciliação, voltou à Pátria Espiritual, deixando de esclarecer a nação.
         O país viu-se ensangüentado ao longo de suas fronteiras.
         Em 1840, os liberais solicitaram a declaração da maioridade do Imperador, D. Pedro II, com 15 anos incompletos. Todos reconheciam no jovem madureza de raciocínio e caráter.
         O Alto encheu-se de esperança e esta regência ficaria assinalada no tempo como escola de honradez e energia do povo brasileiro. Todos os homens da antiga regência renunciaram, heróicos, para consercar o patrimônio territorial.
         Em 1841 foi coroado o jovem Imperador, ladeado por numerosas legiões do bem, e sua primeira preocupação foi pacificar o ambiente. Conseguiu levantar bandeira branca em São Paulo e Minas Gerais. Depois, estabeleceu a paz no Rio Grande do Sul.
         Com isso, a falange de Ismael conseguia inspirar D. Pedro II sobre as idéias de fraternidade e liberdade.

A GUERRA DO PARAGUAI

         D. Pedro II, desfrutando da época de paz, ampliava as qualidades de seu coração e sua inteligência, granjeando popularidade no Brasil e na Europa.
         Entretanto, ouvia mais a imprensa e os interesses da nação, que a constituição e os seus ministros.
         Em 1843, D. Pedro II casou-se com D. Tereza Cristina Maria, que amava profundamente o Brasil.
         Em 1850, iniciava-se a plena supressão do tráfico negro, enquanto a falange de Ismael enviava espíritos elevados para a administração do segundo reinado, como Rio Branco, Mauá, Castro Alves e Pedro Américo.
         Mas o poder moderador da coroa não conseguiu eliminar a vaidade na alma nacional e o Brasil sentia-se, erradamente, melhor que os vizinhos.
         De 1849 a 1852, o Brasil interferiu na Argentina e no Uruguai, que se encontravam sob regime de crueldade e tirania e fez na região do Prata mais de 20 mil vítimas. O Brasil removeu os déspotas e enquanto o povo festejava a vitória de suas armas, os outros países da América do Sul olharam com desconfiança, temendo intervenções brasileiras.
         Após uma das festas, D. Pedro II vai orar e, durante o sono, visita esfera de beleza esplêndida, que lhe parece familiar. Surge-lhe então o Divino Mestre, que com sublime brandura, lhe diz: “Pedro, guarda a tua espada na bainha, pois quem com ferro fere com ferro será ferido. A tua indecisão e a tua incerteza lançaram a Pátria do Evangelho numa sinistra aventura. As nações, como os indivíduos, têm a sua missão determinada e não é justo sejam coagidas no terreno das suas liberdades. O lamentável precedente da invasão efetuada pelo Brasil no Uruguai terá dolorosa repercussão. Não descanse sobre os louros da vitória. Auxiliarei a tua ação, através dos mensageiros de Ismael, mqs que as tristes provações sejam guardadas como lição.”
         Os anos confirmaram a advertência do Senhor e, em 1865, quando o Brasil tentava interferir nos negócios do Uruguais, o Paraguai sentiu-se ameaçado e declarou guerra contra o Brasil, que durou 5 anos.
         Solano López, presidente do Paraguai, arrastou seu povo para a penosa situação e o Brasil, ajudado pela Argentina e pelo Uruguai, afirmou sua soberania.
         Essa, como outras disputas sanguinolentas, foram dolorosas provações coletivas.
         Nunca mais o Brasil praticou uma intervenção indevida.

O MOVIMENTO ABOLICIONISTA

         D. Pedro II seguia suas realizações norteado pelo bem coletivo e o país voltava a respirar ares de esperança, quando todos os cultos da pátria amparavam a abolição, sob inspiração dos gênios espirituais.
         Muitos fazendeiros alforriavam seus servidores e a falange de Ismael contava com colaboradores decididos, como Castro Alves, Luiz Gama, Rio Branco e Patronínio.
         A Princesa Isabel viera ao mundo com sua tarefa definida no trabalho abençoado na abolição da escravidão
“Os espíritos em prova no cárcere da carne têm a sua bagagem de sofrimentos expiatórios e depuradores, mas têm igualmente a possibilidade necessária para o cumprimento de deveres meritórios, aos olhos misericordiosos do Altíssimo.”
         Em 1871, foi sancionada a Lei do Ventre Livre, que garantia a extinção gradual do cativeiro e quase todas as energias intelectuais encontravam-se mobilizadas a serviço dos escravos sofredores.
         Nos espaços, Ismael e suas falanges procuravam orientar os movimentos republicanos e abolicionistas, no propósito de evitar derramamento de sangue.
         A célula de Ismael, construtiva da obra do Evangelho no Brasil, procurava unir os homens e Bezerra de Menezes, com sua inesgotável paciência e humildade, eliminava as divergências e consolidava a Federação Espírita.
         Mais uma vez, Jesus orientou Ismael: “Ismael, o sonho da liberdade de todos os cativos deverá concretizar-se agora, sem perda de tempo. Prepararás todos os corações, a  fim de que as nuvens sanguinolentas não manchem o solo abençoado da região do Cruzeiro.”
         Em 1887, oficialmente, havia mais de 720 mil escravos no país.
         Sob a influência do Alto, D. Pedro II é afastado do trono em 1888 e assume a Princesa Isabel, que encarrega o Senador João Alfredo de organizar no ministério, composto por espíritos noblíssimos.
         Em 13/5/1888, é apresentada a proposta de lei para imediara extinção do cativeiro e a Princesa Isabel, cercada de entidades angélicas e misericordiosas, sanciona-a sem hesitar, com nobre serenidade em seu coração de mulher.
         Toda uma onda de claridade desceu dos céus e junto à Princesa permaneceu Ismael. Os negros e mestiços sentiam no coração energias gloriosas, reconhecendo o potencial com que realizaram feitos gloriosos de trabalho e heroísmo, fundamental na formação de todos os patrimônios da Pátria do Evangelho.

A REPÚBLICA

         Os espíritos avançados consideravam que a república era a forma de governo compatível com a evolução do Brasil, que ascendiam sob o pálio da generosidade da coroa.
         Jesus une, então, as falanges benditas de Ismael e diz:
“Irmãos, a Pátria do Evangelho atinge agora a sua maioridade coletiva.  Uma nação que  alcança a sua maioridade é a responsável legítima e direta por todos os atos comuns  que pratica,  no  concerto dos povos do planeta. Necessário é separemos agora o organismo político do Brasil dos alvitres permanentes e constantes do mundo espiritual, para que todos os seus empreendimentos sejam devidamente valorizados. Acompanharemos,
indiretamente, o Brasil, onde as sementes do Evangelho foram jorradas a mancheias, a fim de que seu povo, generoso e fraternal, possa inscrever mais tarde a sua gloriosa missão espiritual nas mais belas páginas da civilização. Seus votos evolutivos serão carinhosamente observados por nós, de maneira a não serem obstadas as deliberações de suas autoridades. Mas, como o reino do amor integral ainda não é do orbe terrestre, urge reformemos as nossas atividades, concentrando-as na obra de evangelização dos espíritos da Pátria do Cruzeiro.
Consolidarei o templo de Ismael, para que do seu núcleo possam expandir-se as claridades consoladoras de minha doutrina de redenção, piedade e misericórdia.
Ensinareis a paciência e a serenidade, a humildade e o amor, a paz e a resignação, para que a luta seja vencida pela luz e pela verdade.
O objetivo único é a reforma de cada um, sob o fardo das provas, sem o auxílio das armas.
A Nova Revelação não é dada para que se opere a conversão compulsória de César às coisas de Deus, mas para que César esclareça o seu próprio coração.
Doravante, o Brasil político será entregue à sua responsabilidade própria. Estaremos sempre a postos, sustentando o Brasil espiritual.
Acordemos a alma brasileira para a luminosa alvorada desse novo dia!
Bem-aventurados todos os trabalhadores da seara divina da verdade e do amor, pois deles é o reino imortal da suprema ventura!”

         As falanges espirituais prepararam então, o último acontecimento político: a Proclamação da República e, em 15/11/1889, Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, Lopes Trivão, Serzeledo Corrêa, Rui Barbosa, comandados pelo Marechal Deodoro da Fonseca proclamaram a república.
         D. Pedro II recebe a notícia com amarga surpresa, mas rapidamente o nobre espírito trata de repelir as sugestões reacionárias dos apaixonados pela coroa, evitando o derramamento de sangue e retonando com sua família para a Europa.
         Rejeitou as elevadas somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe ofereceu para aceitar permanecer no Brasil e partiu deixando uma família ilimitada, e declarou, chegando a Lisboa: “Em suma, estou satisfeito. Fiz a minha carta de alforria, agora posso ir aonde quiser.”
         Esses dias eram a véspera de seu retorno à Pátria de Luz.

A FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

         Ismael, nos primeiros dias de 1889, preparou o Rio de Janeiro para as primeiras palavras de Allan Kardec, através do médium Frederico Júnior, exortando os espíritas à caidade, ao estudo e à unificação.
         Bezerra de Menezes recebeu as palavras do Alto com a alma em júbilo e sentiu que a Federação, fundada em 1884, esperava época propícia para desempenhar sua tarefa junto de todos os grupos do país. Ele, que espalhava, desde 1887, nos trabalhos da coluna do jornal “O Paiz”, as mais belas e produtivas sementes do Cristianismo, sob o pseudônimo de Max, iniciou intenso trabalho.
         Como desde 1885 funcionasse o “Grupo Ismael”, com Sayão e Bittencourt Sampaio, os mensageiros conseguiram unificar forças.
O tempo era de incertexzas, porque a República criara embaraços ao desenvolvimento da doutrina. O Código Penal chegou a incluir o Espiritismo em seus textos e o ambiente era obscuro.
         A Federação, com serenidade, iniciou a defes apacífica da doutrina, dirigindo uma carta ao Ministro da Justiça.
         Jesus, mais uma vez, esclarece os seus diletos:
“Ismael, concentraremos esforços a fim de que unifiquem meaus discípulos. O Espiritismo ser´´a o Cristianismo revivido na sua pureza primitiva. Como as atividades humanas constituem oceano de inquietudes, a caridade pura deverá ser a âncora de tua obra.”
         Em 1893, Bezerra de Menezes foi obrigado a para seus escritos no jornal, mas Ismael não abandounou seus devotados trabalhadores em, na senda da Federação, instalou sua célula espiritual. Consolidou a assistência aos necessitados e, em Julho de 1895, Bezerra assumia a posição de diretor de todos os trabalhos de Ismael no Brasil.
         Deixou o orbe em 1900, mas sua obra prossegue.
“Podem as inquietações da Terra separar, muitas vezes, os trabalhadores humanos no seu terreno de ação, mas a sociedade benemérita, onde se ergue a flâmula luminosa ‘Deus, Cristo e Caridade’ permanece no seu porto de paz e esclarecimento.”
         Todos os grupos de estudo estão ligados a esta célula por laços indissolúveis no mundo espiritual.
         Todos os espiritistas do país se reúnem pelas afinidades sentimentais na obra comum, e os seus ascendentes têm ligações no plano invisível com as mais obscuras tendas de caridade, onde entidades humildes, de antigos africanos, procuram fazer o bem aos seus semelhantes.

O ESPIRITISMO NO BRASIL

         O espiritismo assim, derramou seus frutos sobre a Pátria do Evangelho, apresentando as mais belas expressões de caridade e fraternidade.
         Jesus, com suas mãos meigas, fez reviver no país as curas maravilhosas dos tempos apostólicos e abnegados médiuns curadores espalharam as mais fartas colheitas de bênçãos do céu.
         Curando os enfermos, os novos discípulos estabeleciam o espírito geral para a grande tarefa, enquanto na Europa a doutrina era somente objeto de observações, pesquisas e discussões, não obstante os primores morais da codificação kardequiana.
         O espiritismo levantava as almas brasileiras para uma nova alvorada de fé, alicerçada no amor e na caridade.
         Todas as energias são aproveitadas por Ismael e é por isso que todos os grupos sinceros do Espiritismo no país têm suas águas fluidificadas, a terapêutica do magnetismo, a cura das obsessões, os auxílios gratuitos aos necessitados, dando-se de graça o que de graça foi recebido como esmola do céu.
         Não é raro ver-se caboclos que engrolam a gramática nas suas confortadoras doutrinações, mas que conhecem o segredo de consolar as almas, aliviando os aflitos e os infelizes.
         A Europa recebeu a Nova Revelação sem conseguir agasalhá-la em seu coração. Lá, as reuniões são remuneradas, como se a ajuda fosse por força de um contrato.
         No Brasil, entretanto, todos os espíritas sinceros repelem o comércio amoedado nas suas sagradas relações com o plano espiritual.
         Todavia, há de se atentar que o incessante trabalho de Ismael não haveria de se desenvolver sem os ataques das forças infelizes do mundo invisível.
         A Terra não é um paraíso e os homens não são anjos. Daí porque entidades perturbadoras fomentam a discórdia, o individualismo, a vaidade e a ambição, desunindo fileiras que deveriam manter-se coesas no trabalho de amor e humildade.
         A essas forças, Ismael atribui as edificações particularistas do Espiritismo, que descentralizam o labor do evangelho, mas Ismael vence sempre.
         É pela grande obra de unificação da espiritualidade que trabalham os emissários de Ismael, porque a desunião é a grande inimiga.
         Muitos que desfrutam do banquete dos poderes, constituindo-se em empecilhos à marcha da luz, serão, paulatinamente substituídos por novos inspirados e a renovação interior não tardará, com a educação do pensamento no Evangelho.
         As bases da obra de Ismael repousam sobre a educação das criaturas e a prática genuína do bem. A Natureza não dá saltos e impõe-se a regeneração e o levantamento moral dos homens. A obra da resolução espiritual não se compadecer com as agitações do século. A obra cristã espera, há mais de dois milênios, a compreensão do mundo.
         Os esforços de quem empunhou armas desvirtuaram as lições do Salvador, que têm que começar no coração, para melhor regenerar o planeta.
         É dentro dessa serenidade, sob a luz da humildade e do amor, que os espiritistas do Brasil devem reunir-se, a caminho da vitória plena de Ismael em todos os corações.
         A fraternidade sincera é o primeiro passo para a edificação comum.
         A missão desse estudo pe esclarecer a excelência da missão do Brasil no planeta. O Brasil e suas riquezas não poderá insular-se do resto do mundo ou fechar-se num castelo.
         A época é de transição de todos os sistemas sociais e o maior problema é a educação nacional, para que os filhos de outras terras possam integrar nossas fileiras de fraternidade e evolução.
         No Brasil, a contribuição estrangeira é indispensável e a segurança dessa incursão repousa na educação ampla do povo.
         Se no Sul leciona-se alemão nas escolas, é porque muitos professores brasileiros não de decidiram a enfrentar as surpresas da região, se agrônomos vieram de Tóquio para os vales do Amazonas, é porque os agrônomos brasileiros não quiseram trabalhar no sertão hostil.
Entretanto, não faltariam espíritos abnegados e corajosos se os ambientes universitários, com suas habilitações oficiais, não estivesse abertos à aristocracia do ouro. A palavra de um mestre custa caro, remunerada por famílias abastadas, onde nem sempre encontram-se almas apaixonadas.
         Jesus ajudará a cada qual nos esforços para glória da nacionalidade.
Cabe, pois, aos operários do Evangelho esclarecer e educar as almas.
         A ciência e a filosofia viverão entre dúvidas e vacilações, mas o legítimo ideal cristão, reconhecendo que o reino de Deus ainda não é deste mundo, poderá espiritualizar o ser humano, espalhando as sementes produtivas na construção da sociedade do futuro.
         Supliquemos a Jesus que se digne derramar o orvalho de seu amor sobre a Terra. Que as falanges de Ismael possam fazer ascender a Pátria do Evangelho, irradiando a paz e a fraternidade que alicerçam todas as tradições e as glórias do Brasil.
         “Porque nós somos cooperadores de Deus”, como disse Paulo, na 1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9, roguemos a Deus, pois, que inspire os homens públicos com os mais altos valores morais e nos fortaleça nas lutas diárias.

Que Assim Seja! 

E se você perdeu as partes I e II, vale conferir: 






segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

VIDA FELIZ

Acalma as ânsias do teu coração.
Vivemos um mundo de atribulações, onde diversas informações nos chegam e achamos que temos que conhecer tudo, fazer tudo, viver tudo.
Porém somos humanos, temos limitações, e algo muito mais importante, temos necessidades específicas.
Se nos dedicarmos com afinco a um momento da vida e aprendermos de fato a lição do momento, seremos como alunos dedicados e poderemos dizer ao Mestre, “eu aprendi”.
O que ainda não alcançaste, está a caminho.
Não sofras de véspera, entregando-te a estados deprimentes, por ausências que certamente não fazem falta.
Criamos o supérfluo em nossas vidas como se fossem necessidades, e ainda imediatas.
A carência pode proporcionar recurso de valorização das pessoas e coisas.
Vivemos carentes é de nós mesmos, nos perdemos nesse emaranhado urbano.
Não cruzamos as ruas dos nossos pensamentos, não olhamos as vitrines dos nossos sentimentos, nos alimentamos de coisas passageiras como se fossem o último alimento para sobrevivermos.
Quem desfruta de benefícios, com facilidade subestima o que possui.
Aprende a conviver com a escassez, a solidão, e saberás evitar a embriaguez dos sentidos, a volúpia da luxúria, a exacerbação da posse.
És o que tu realizas e não o que tens ou com quem te encontras.
E ai vem a pergunta: quem és tu?

Adaptação do texto “Vida Feliz” de Joanna de Angelis, pelo médium Divaldo Franco


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A ALEGRIA DE DEUS

Quando falamos de Amor, Perdão, Culpa e Misericórdia, torna-se difícil o relacionamento e o diálogo com as pessoas.
É evidente que a nossa convivência cada vez mais está distante da dinâmica do Ciclo do Amor.
Precisamos praticar gradativamente em nossas vidas.
A proposta do Evangelho de Lucas é sobre a misericórdia de Deus.
As parábolas ressaltam o júbilo e a alegria de recuperar o que estava perdido, graças à salvação de Deus.
Deus não faz distinção das pessoas, ou seja, Ele acolhe com sua misericórdia.
Porém, nós precisamos aprender com Jesus à acolher.
Assim como diz Paulo aos Romanos, “porque julgas teu irmão?”, não devemos julgar e nem condenar.
Devemos trabalhar com o perdão e a misericórdia.
Perdoar significa avanço psicológico e espiritual em nossas vidas.
É restaurar o outro e o mundo inteiro.
Quando perdoamos o outro, estamos inconscientemente dando um tempo ao nosso próprio eu.
 Isto é, nosso superego se torna, no ato do perdão, menos exigente, menos carrasco.
O “eu” se torna mais leve e saudável.
Lembre-se que tratamos as pessoas conforme o superego nos trata. Quando perdoamos, automaticamente nos apaziguamos.
A misericórdia divina é uma das constantes bíblicas e resumo de toda a história da salvação humana por Deus, que culmina em Cristo, imagem e espelho do rosto misericordioso do Pai. 
No livro da Sabedoria, diz que Deus se compadece de todos porque pode tudo, fecha os olhos aos pecados do homem para que se arrependa, perdoa e ama todos os seres que ele mesmo criou por amor, ele que é amigo da vida.
Com as suas parábolas da misericórdia e mostrando a alegria contagiosa de Deus por salvar o perdido, Jesus denuncia toda a discriminação de classes e a sua consequência: a marginalização a todos os níveis.
O puritanismo não é cristão nem libertador, antes representa mais a inversão dos valores evangélicos, como falso sucedâneo que é da autentica pureza do coração.
O que mancha, diminui e rebaixa o homem não é o de fora, mas o que sai do coração.

Que a alegria de nosso Deus seja a nossa força!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MISSÃO DO BRASIL - PÁTRIA DO EVANGELHO - PARTE II

OS MOVIMENTOS NATIVISTAS

            A procura do ouro animava os espíritos e multiplicavam-se as emboscadas e a sede pela posse. O alicerce das cidades que se formavam às margens da estrada aberta erguia-se com sangue e morte. Os índios sofriam com essa busca por tesouro em suas terras.
            No Maranhão, os ímpetos revolucionários contra a Companhia de Comércio e o monopólio português, providenciam o banimento dos protetores dos indígenas. A corte, em Lisboa, preocupou-se com o avanço dos franceses e o movimento português restaurador não tarda a chegar.
revolucionário.
            Em 1683, a Bahia se conflagra, depois do assassinato do alcaide da colônia. Em 1710, as lutas se fixam na capitania de Pernambuco. Os brasileiros de Olinda abrem luta contra dos portugueses de Recife. Dá-se um ano inteiro de choques sangrentos.
            Pela mesma época, a França investe contra o porto do Rio de Janeiro, onde estudantes e populares lutaram contra os invasores. Vingativos, os franceses enviaram 5 mil homens, que saquearam a Baía de Guanabara,e o governador foge.
            Em Portugal, D. João V reinava, com profundo descaso para com o povo brasileiro, cujo ouro e diamantes enriqueceram a Europa.  O monarca, pretendendo a entrada nos céus, ergueu o luxuoso Convento de Mafra e abarrotou os cofres do Vaticano. Levantou muitas igrejas e monastérios.
            Pelo Brasil, se alastravam os movimentos nativistas.

NO TEMPO DOS VICE-­REIS

            A falange de Ismael ensinava à sociedade as regras de bem viver e de civilidade, os governantes se dedicavam ao Rio de Janeiro e os padres rezavam no Convento se Santo Antônio.
            O Rio, entretanto, não primava pela higiene e pela limpeza, com depósito de dejetos a céu aberto. Um dos espetáculos mais dolorosos era o mercado de escravos, escolhidos pelos pulsos e dentes, separados se seus pais, mães e irmãos.
            E os amontoados de negros vindos de navios recebiam a bênção religiosa para chegarem vivos ao destino, garantindo o lucro dos mercadores.
            Ismael tentava harmonizar lentamente os interesses espirituais do povo e, sob sua orientação, a igreja passa a proteger os infelizes.
            Sob a influência da falange de Ismael, costumes fraternos surgem no seio da população, como o hábito de se apadrinhar os negros fugitivos.
            Em 1700, foi confirmado por lei o hábito de ceder um ou dois dias aos cativos.  Na pia batismal, por algumas moedas, declaravam-se libertos os filhos dos escravos. A igreja abriu seus cultos para São Benedito e Nossa Senhoria do Rosário, consolando os pobres africanos. Muitas famílias eram alforriadas através dos testamentos de seus proprietários.
            Ismael preparava, assim, uma verdadeira oficina da fraternidade.

POMBAL E OS JESUÍTAS

            Sobe ao trono em Portugal D. José I, em 1750, escolhendo para primeiro ministro, dentre outros, Marquês de Pombal, escolhido previamente pelas falanges espirituais, para reconstrução das energias da pátria.
            O escolhido cometeu várias injustiças com sua ditadura renovadora, enquanto sua pátria se perdia nos tribunais da Inquisição.
            Em 1755, Lisboa foi parcialmente destruída por um terremoto e Pombal empreendeu esforços para reconstruí-la. Não tolerava os jesuítas. Entretanto, no Brasil, os missionários estavam muito longe das criminosas disputas.
            Em 1758, D. José I sofre um atentado contra sua vida, que culminou na sentença de morte de todos os implicados, que sofreram os mais horrorosos suplícios. Pombal aproveitou o ensejo e expulsou os jesuítas, sob o pretexto de que eram autores indiretos desse atentado.
            Expulsos os jesuítas do Brasil, a educação das classes desfavorecidas sofreu abalo e mesmo os melhoramentos introduzidos pelo monarca foram por ele destruídos.
            Os missionários humildes clamaram pela ajuda de Ismael que, bondoso, clamou deixassem aos déspotas a liberdade de agir sob o império de sua própria prepotência, confiando que a vitória pertenceria sempre a Jesus. Disse que os trabalhos prosseguiriam sob nova modalidade.
            Depois de algum tempo, D. Maria I, a Piedosa, subiu ao trono e destituiu o Marquês de Pombal de todas as suas funções do reino, que desprendeu-se da matéria em 1782, humilhado e esquecido.
            Nesse época, o Brasil sofria incontáveis vexames no que tangia à sua liberdade. O clero, a magistratura e o fisco apossavam-se de toda a fortuna. Os padres queriam todo o ouro das minas para edificação de suas igrejas suntuosas.
            Os estudantes brasileiros voltavam da Europa saturados dos princípios filosóficos de Rousseau, para quem a liberdade faz parte da natureza dos homens.
            Em Minas, uma elite de brasileiros considerava a gravidade da situação e os intelectuais compenetravam-se na maioridade da pátria, que poderia tomar as rédeas de seu destino.
            As idéias libertárias começaram a surgir, com Joaquim José da Silva Xavier inclusive (o Tiradentes) e os mineiros não descansaram, malgrado inúmeras dificuldades. 
            Entretanto, havia um grupo delator, liderado por Silvério dos Reis, que encontrou guarida no governador de Minas Gerais. Este sufocou a rebelião em suas origens, prendendo os elementos da conspiração, onze, que foram condenados à morte. No dia seguinte, D, Maria I comutou as penas em perpétuo exílio na África, exceto para Tiradentes, enforcado e esquartejado em Abril de 1792.
            As falanges de Ismael cercaram-lhe a alma leal e forte, inundando-o de consolações. “Irmão querido, resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do nefando mister de inquisidor”.
            Daí a alguns dias, D. Maria I enlouqueceu, ferida de morte em sua consciência.

A REVOLUÇÃO FRANCESA

            Em 1792, D. João VI assumiu o trono português.
            Em 1789, deu-se a Revolução Francesa, que modificou todos os governos da Europa. O povo, oprimido e dlacerado, derrubou a Bastilha.
            Em 1793, Luis XVI foi guilhotinado, juntamente com a nobreza francesa. Em 1795, Napoleão Bonaparte instalou-se e, em 1799, tornou-se o primeiro cônsul. A França, então, ficou nas mãos do ditador inteligente e implacável. Em 1804, foi proclamado imperador.
            Todos os gênios espirituais imploravam a proteção divina para a humanidade terrestre. Emissários de Jesus descem com suas palavras magnânimas, a instruir os trabalhadores do bem.
            Um anjo amigo desabafou: “As preces das viúvas e dos órfãos elevam-se até nós, nos mais dolorosos apelos e, enquanto procuramos ampara esses irmãos, o banquete da guerra prossegue.”
            O que se sabia é que o plano divino era de que a evolução se verificasse sem o concurso dos movimentos lamentáveis, mas a pobreza moral da consciência do mundo atraiu as correntes do mal. O BEM é o único determinismo divino dentro do Universo.
            Napoleão deixa um rastro de lágrima e sangue por onde passava e, assinou com a Espanha um tratado, ordenando a invasão imediata de Portugal. Prudentemente, a Inglaterra sugere a retirada da Casa de Bragança para o Brasil.
            Em 1807, a frota real partiu de Portugal, deixando que os gênios espirituais velassem pelos vencidos e humilhados. Em Janeiro de 1808, a corte chegou ao Brasil, encontrando hospitalidade.

D. JOÃO VI NO BRASIL

            Enquanto as falanges de Henrique de Sagres se reuniam em Portugal, o exército de Ismael voltava-se para o Brasil, a fim de inspirar o soberano D. João VI. A esse agrupamento aliava-se Tiradentes.
            Ismael reuniu os colaboradores e assim se pronunciou: “Amigos, um novo período surgirá agora para as nossas atividades na terra do Evangelho. Sobre os nossos esforços  há  de  pairar  a  direção do Senhor, que se desvela amorosamente pelo cultivo da árvore sagrada dos ensinamentos, transplantada da Palestina para o coração do Brasil. Aquela caravana de abnegados espalha­se então, por todos os recantos da pátria, distribuindo com os seus esforços fraternais as sementes de uma vida nova.”
            O povo baiano recebeu o príncipe-regente com demonstrações carinhosas de amizade. No seu primeiro contacto com o Brasil, sob o influxo das falanges do Infinito, o príncipe-regente sentiu-se tocado da mais alta simpatia pela Pátria do Evangelho.
            Os portos brasileiros foram abertos. D. João VI sentia-se feliz e confortável, mas D. Carlota Joaquina, megalomaníaca, protestava agressivamente contra tudo. Em Abril de 1808, fora, permitidas as indústrias nacionais, urgindo novo período de trabalho para o País.
            Obras notáveis e grandes instituições se fundam no Rio de Janeiro: a Escola de Medicina, o Real Teatro São João, o Banco do Brasil, a Escola de Belas-Artes, a Academia da Marinha, o Conselho Militar, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia.
            Entidades benevolentes, sob a direção de Ismael, espalham claridades novas em todos os espíritos. Entretanto, ao derredor da corte, criava-se uma sociedade de parasitas, sequiosos por títulos, condecorações e cartas honoríficas.
            As despesas com os nobres e suas famílias era exorbitante, muitas expropriações foram realizadas e a lei das aposentadorias obrigada os proprietários a cederem suas casas aos fidalgos.

PRIMÓRDIOS DA EMANCIPAÇÃO

            Em 1815, o País se tornava Reino do Brasil e o progresso econômico da nação avançava em todos os setores. No Rio, D. João VI sofria de desgosto, no ambiente da família. A paisagem do Brasil era anestésica para o seu coração dilacerado. Preocupava-se com a mãe demente, a esposa desleal e o filho perdulário e boêmio.
            Em 1816, D. Maria desprende-se do corpo enfermo, perseguida pelo vozerio das entidades desencarnadas que foram sentenciadas à morte.
            Em 1817, D. Pedro, filho de D. João VI, casou-se com a Aquiduquesa Leopoldina da Áustria, alma sensível e delicada, trazida ao Brasil por intermédio do mundo invisível e para colaborar com os projetos de Ismael.
            Na Europa, as constituições moldadas na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão davam ensejo às liberdades políticas.
            A maçonaria não hesita em concorrer para a independência do Brasil, desde que o soberano regressasse à Europa. Em 1818, o soberano concedeu anistia aos implicados nas revoluções militares, que foram condenados à morte.
            Ismael e seus emissários conseguiram fazer desabrochar a paz. Em 1820, os colaboradores invisíveis desdobram-se nas atividades conciliadoras daqueles que queriam a volta de D. João VI a Portugal. Em 1821, o monarca anuncia seu retorno a Lisboa.
            Os favoritos de sua corte insinuaram a supressão de todas as liberdades que ele havia outorgado ao Brasil, e D. Pedro assumiu o cargo de príncipe-regente.

NO LIMIAR DA INDEPENDÊNCIA

            Em Portugal, D. João VI passa ao largo das sentenças de morte, sujeitando-se às imposições dos revolucionários. D. Carlota e o filho D. Miguel são exilados por não assentirem com isso.
            Os 130 deputados portugueses queriam evitar a independência do Brasil, impondo suas vontades aos 72 deputados brasileiros. O príncipe-regente ia se inflando dos ideais libertários.
            A caravana de Ismael desvelava-se pelo cultivo das idéias liberais no coração da pátria.
            Então, a personalidade espiritual daquele que fora Tiradentes procura Ismael e pergunta se aquele não era o momento decisivo para a atuação da falange.
            Ismael garante-lhe que o momento certo não tardaria e pediu fossem formados os espíritos antes das obras, dizendo “Cerquemos o coração desse príncipe das claridades fraternas da nossa assistência espiritual. Povoemos as suas noites de sonhos de amor à liberdade, desenvolvendo-lhe no espírito as noções da solidariedade humana. Temos que evitar uma guerra civil. Enviaremos nosso apelo ao coração misericordioso de Jesus, implorando suas bênçãos.
            Enquanto os brasileiros discutiam e conspiravam secretamente, uma frota de 1200 homens partia de Lisboa, para repatriar D. Pedro.

A INDEPENDÊNCIA

            Era no Rio de Janeiro que fervilhavam as idéias libertárias. O príncipe, considerando as tradições e laços de família, hesitava.
            Em janeiro de 1822, inspirado pelos companheiros de Ismael, D. Pedro I, para o bem da coletividade e para a felicidade geral da nação, prometeu ficar na Pátria do Evangelho. As tropas portuguesas relutam em aceitar a situação.
            Os eminentes da época, liderados por José Bonifácio, auxiliam o príncipe-regente. A imprensa da época foi mola propulsora  da opinião pública. Temendo a emancipação do Brasil, o governo contratou as tropas mercenárias de Lorde Cochrane e muitas lutas foram travadas.
            Ismael e seus companheiros empreenderam esforços para harmonizar os companheiros encarnados, para que não se fragmentasse o coração do mundo.
            D. Pedro viajou a Minas e a São Paulo, a fim de unificar o sentimento geral em favor da independência. Os bandeirantes, sempre na vanguarda, receberam com entusiasmo sua paixão libertária.
            As falanges invisíveis reuniram-se no Colégio de Piratininga. Com Ismael estavam os heróis das lutas maranhenses e pernambucanas, mineiros e paulista. Ele sentenciou: “A independência do Brasil já se encontra definitivamente proclamada. Escolhamos uma data para os efeitos materiais. Tiradentes acompanhará D. Pedro em seu regresso ao Rio de Janeiro e, ainda na terra generosa de São Paulo, auxiliará seu coração no grito supremo da liberdade. Elevemos nosso coração em prece pelo Brasil.”
            Alguns dias depois, às margens do rio Ipiranga, D. Pedro deixa escapar o grito de “Independência ou Morte”, sem suspeitar de que era dócil instrumento de um emissário invisível.

D. PEDRO II

            Ismael leva ao Divino Mestre o relato de todas as conquistas verificadas, solicitando amparo para a organização social e política da Pátria.
            Em 1824, transbordava a esperança nos corações e a Constituição fora aclamada.
            Recebendo os apelos de Ismael, o Senhor considerou a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e virtudes. Chamou Longinus e disse: “Entre as nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como o coração do mundo. Consegui evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse seu vasto território. Os povos têm sua maioridade e faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições.”
            Longinus, tendo experimentado muitas existências de dor, fora conclamado a ajudar a Pátria do Cruzeiro, dizendo-lhe Jesus que, se bem emprenhada, esta seria a última romagem de seu espírito: seria ele imperador do Brasil.
            Jesus lhe recomendou delicadeza e sublimidade, dizendo que a autoridade, assim como a riqueza, é patrimônio terrível aos espíritos inconscientes dos seus deveres. Ordenou Longinus que amparasse os fracos e os desvalidos, inaugurando um novo período de progresso moral. Pediu que, nas lutas, guardasse a espada e aguardasse o pronunciamento da justiça divina. Rogou aliviasse os martírios dos cativos, cuja abolição estaria próxima. Finalmente, prometeu ampará-lo nos angustiosos transes do último regate no planeta das sombras, garantindo que a posteridade reconheceria-o no roteiro da paz no Brasil.
            Em 1825, no Rio de Janeiro, nascia de D. Leopoldina, o imperador e maior de todos os republicanos.

FIM DO PRIMEIRO REINADO

            Um dos traços do povo brasileiro é seu profundo amor à liberdade.
            A atitude de D. Pedro I, ordenando, em 1823, a dissolução da Constituinte, tivera repercussão no espírito da nação e as lutas isoladas pululavam aqui e ali.
            D. Pedro I possuía notável acuidade em psicologia política e espírito empreendedor. Nos instantes em que seu coração prmitia, as falanges de Ismael consolidavam os ideais de liberdade da Pátria. Daí porque muitos decretos objetivavam a tranqüilidade geral.
            Entretando, ainda sob os auspícios de Maurício de Nassau, Recife era solo fértil para as mais novas idéias e, em 1824 instalou-se a Confederação do Equador, que proclamava generosas idéias republicanas.
            Enérgico, o imperador envia Lorde Cochrane e Lima e Silva, para extinguir a insurreição. Paes de Andrade refugia-se num navio inglês, mas Frei Caneca paga com a vida o sonho republicano. Depois, ele se associa aos trabalhos do Infinito, sob a direção de Ismael.
            Alguns queriam o retorno do Brasil à situação de colônia de Portugal, visando interesses mesquinhos, mas o mundo invisível atuou fervorosamente para que a Província Cisplatina fosse reintegrada em sua liberdade (atual Uruguai). A imposição para submetê-la conflitava com as mensagens de Ismael, para que o povo guardasse a tradição da solidariedade e autonomia.
            A opinião pública não abandonava a crítica a D. Pedro I. O País andava agitado e apreensivo. A imprensa abandonou-o, transformando-se em sentinela. O Brasil reconhecia o seu feito na independência, mas não tolerava sua origem portuguesa.
            Em 1831, D. Pedro organiza novo ministério e a revolução se alastrava. Entre os revoltosos, estão os seus melhores amigos.
            Na madrugada silenciosa, D. Pedro ouve seu pai que, ajudado por Ismael, lhe falava brandamente ao coração, para que abdicasse do trono, em favor de seu filho, D. Pedro II, que contava com 5 anos e ficaria sob a tutela de José Bonifácio.

BEZERRA DE MENEZES

            O século XIX  cumprir-se-ia a promessa de Jesus, de que os ensinamentos do Evangelho derramariam claridades divinas a todas as criaturas, para que o Consolador reorganizasse a energia das criaturas.
            As guerras de Bonaparte mal terminaram e gênios inspiradores reuniam-se em assembléias espirituais, para designação de missionários das novas revelações.
            Numa delas, presidida pelo próprio Cordeiro de Deus, foi destacado um discípulo que deveria organizar e compilar ensinamentos que seriam revelados, oferecendo um método de observação a todos os estudiosos.
            Assim, em 3 de Outubro de 1804, veio a atmosfera terrestre Allan Kardec, que contaria com uma plêiade de auxiliares da sua obra; João Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; Leon Denis, que efetuaria o  desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e Camille Flammarion.

            Ia, então, resplandecer a suave luz do Espiritismo e todas as falanges do bem se preparavam para essa jornada gloriosa.
            Ismael e seus abnegados companheiros traziam inspirações para o Brasil, conseguindo que um grande número de estudiosos se interessasse pelo Espiritismo.
            Aqui, as primeiras experiências começaram pelas curas. Já em 1818, a Pátria do Cruzeiro ostentava um grande círculo homeopático, dirigido pela espiritualidade.
            E a mensagem de Ismael era clara: “O século atual vai ser assinalado pelo advento do Consolador à face da Terra. Nestes cem anos se efetuarão grandes movimentos preparatórios dos outros cem anos que hão de vir. No próximo século [XX], rajadas de dor avassalarão a humanidade, marcado o final da precária civilização do Ocidente. É preciso que amparemos o coração atormentado dos homens nessas amarguras, preparando-lhes o caminho da purificação espiritual, através de sendas penosas. O século XX será divisor de águas, para uma sociedade futura, que se assentará na fraternidade e na justiça. A civilização armada terá que perecer, para que os homens se amem como irmãos. Se as verdades novas devem surgir primeiramente, nos centros culturais do Velho Mundo, é na Pátria do Evangelho que lhes vamos  dar vida.”
            Na assembléia angelical, Ismael dirigiu-se a um determinado espírito e disse que ele desceria às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as forças da falange no Brasil, arregimentando todos os elementos dispersos, para a formação de um núcleo espiritual, através de missão delicada e plenamente dedicada aos planos de Jesus. Disse: “Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida”.
            Fez –se silêncio na reunião e as lágrimas de reconhecimento caiam dos olhos deste espírito, exortado pela expressão “glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos trabalhadores de boa vontade”.
            Assim, em 29/08/1831, no Ceará, Nascia Bezerra de Menezes, o grande discípulo de Ismael.
            Em 1840, chegavam mais dois membros desta iluminada falange: dois médicos humanitários, Bento Mure e Vicente Martins. Muito antes da codificação, conheciam ambos os transes mediúnicos e o alcance da aplicação do magnetismo espiritual, e traziam por lema a mesma inscrição da bandeira alva de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”.
            Em 1848, os primeiros fenômenos do magnetismo na cura espiritual não passaram despercebidos também na América do Norte.
            A febre de experimentações foi intensa e chegou ao Rio de Janeiro.
            Em 1853, formara-se um grupo de estudiosos, dentre eles o Marquês de Olinda e o Visconde de Uberaba. Esses núcleos também existiam em Salvador.
            Em 1860, surgiam as primeiras publicações espiritistas e as publicações brasileiras não passaram despercebidas a Allan Kardec.
            A doutrina seguia marcha vitoriosa, quando Kardec voltou à Pátria Espiritual em 1869.
            Neste ano, surgiu o primeiro periódico espírita brasileiro: “O Eco de Além-Túmulo”.
            Ismael, atento, sugeriu a criação de um núcleo no Rio de janeiro, que orientasse todos os movimentos da doutrina no Brasil.
            Um de seus emissários, Confúcio, transmitia mediunicamente valorosos ensinamentos e, em 1873 fundou-se o “Grupo Confúcio”, que durou três anos. 
            Memoráveis foram os seus trabalhos, que lutaram contra a opinião hostil daquele tempo e contra as reações das trevas, que, através da incitação da discórdia, diluiu o grupo.
            Os lutadores fundaram, então, em 1976, a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”, sob a direção de Francisco Leite Bittencourt Sampaio, grande discípulo de Ismael, que abandonara a política para dedicar-se à tarefa divina.
            A ele se juntou, em 1878, Antônio Luiz Sayão.
            As trevas, afoitas, encontraram um médium pronto para a dolorosa tarefa de fomentar a desarmonia.
            Por isso, em 1880, o grupo de Ismael fundou a “Sociedade Espírita Fraternidade”. Em 1883, Augusto Elias da Silva lançava a publicação “O reformador”.
            No Rio de Janeiro, essa plêiade de trabalhadores curadores é intuída, por emissários do Alto, a trazer Bezerra de Menezes ao apostolado, cujo coração já se encontrava a postos.
            Ele traz a palma da harmonia, serenando os conflitos e estabelece a prudência e a discrição entre os temperamentos mais veementes.
            Mais tarde, essa organização se consolidaria com a Federação espírita Brasileira.

(Paula Duran)




Foto: Mar da Galileia (*Pixabay) Irmãos, que alegria estarmos todos aqui neste ambiente de paz, amor, fraternidade e luz, muita...